[Câncer de Mama] Paola Patrícia Pereira

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Paola - Meu nome é Paola hoje com 44 anos, mãe de uma menina de 07 anos, casada e da cidade de São José dos Campos, SP.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Paola - Minha relação com a doença começou em Março de 2017 fui a minha ginecologista para exames de rotina e após um problema no meu casamento, queria diminuir as mamas pq sempre as achei muito grande e pesada, e também tinha uma necessidade gigante de mudar muitas coisas que haviam errado, já estava em tratamento com uma psicologa, e dentro da minha ansiedade gostaria de resolver tudo ao mesmo tempo, foram 4 meses de esperança e depois mais 45 dias para chegar ao meu diagnostico Carcinoma ductal in situ, a angustia da cirurgia que foi em setembro.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Paola - Nenhum, eu também passei por um período de stress muito grande um pouco antes da suspeita. Perdi muito cabelo, imunidade baixa mais nada associado a isso.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Paola - Então eu achei que demorou muito pois as suspeitas começaram em Março 2017 a primeira biopsia em Julho, o resultado inconclusivo depois ai sim veio o estudo de imuno-histoquímica no fim de Agosto a cirurgia nos meados de Setembro e radioterapia só nos meados de Dezembro e finalizei em Janeiro 2018.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Paola - Nossa meu Deus foram os piores minutos, um filme começou a passar na minha cabeça, eu faço acompanhamento da Tireoide pois tenho 11 cistos e meu médico me alertando do hormônio dos malefícios do cortisol (hormônio do stress) pois eu estava me recuperando do stress traumático de uma traição eu pensei recebi minha condenação de morte, pois fazia 4 anos que meu pai havia falecido de câncer de pâncreas lembrei do sofrimento do meu pai, das idas e vindas no hospital, foi uma experiência ruim, mais levantei a cabeça e falei vou enfrentar de peito aberto.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Paola - Minha filha... Ela vinha o tempo todo na minha cabeça.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Paola - Já terminei em Janeiro de 2018 28 sessões de radioterapia, me sai muito bem. Religiosamente, após o meu trabalho ia nas sessões me ausentei no final pq o sutiã incomodava, um calor, a transpiração, adorava chegar no ar condicionado rs a parte de baixo do seio meu Deus, fiquei assutada porque a pele ficou bem queimada e comecei a tomar o tamoxifeno e logo tive uma reação com uma coceira horrível pelo corpo, mais meus médicos não associaram o problema ao remédio e feridas pelo corpo. Senti também uma coceira insuportável pelo corpo, parecia que um bicho andava a todo o tempo, principalmente de manhã.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Paola - Não sei só fiz a radioterapia, para mim foi após radio, a pele muito seca e reativa....
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Paola - De verdade senti muito pouco, muita água até 3 litros todos os dias, no começo eu me sentia enjoada, evitei comidas que não faziam parte do meu cotidiano.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Paola - Eu fui do mastologista direto para a radioterapia, só conheci um onco depois que passei pela radio e na radio minha médica era muito boa, sempre me esclareceu tudo.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Paola - Desde de a recepção aos técnicos e enfermeiros. Me sentia muito bem com todos, até hoje se encontro na rua me abraçam.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Paola - Sim, de suma importância. Foi ali que contava meus medos e minhas aflições. Pois, apesar de ter família, a doença nos mostra um rastro da solidão, pois ali a conversa é com a gente mesmo.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Paola - Estou super bem, claro, chega próximo do rastreamento até os exames ficarem prontos da uma certa agonia, mais estou cheia de sonho, pensou em voltar a estudar uma nova profissão, fazer planos para o futuro.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Paola - Não parei em nenhum momento, Graças a Deus.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Paola - Sim, retirei meu fundo de garantia pq gastei muito com cremes para recuperar a pele, médico particular, mais está valendo a pena.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Paola - Eu preciso ter uma nova profissão, voltar a estudar, me qualificar e uma coisa eu aprendi faça uma poupança, você precisa estar preparado para momentos de dificuldades.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Paola -
    Confie sempre num poder superior chame ele de Deus de como entender, porque vai precisar de um conforto, eu particularmente enfrentei meu problema de frente e faça terapia ajuda muito e nos fortalece, aprenda a perdoa, seja humilde, desista de querer controlar tudo e a todos não temos essa capacidade e confie no seu médico.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Paola - Convênio médico era a opção que eu tinha.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Paola - Como nos defender no ambiente de trabalho? Ter uma doença dessas em plena atividade econômica.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Paola - Ah trabalhar no preventivo, capacitar as pessoas envolvidas nessa área... Mais investimentos e o exame de genética ser obrigatório em SUS e convênio, como já é feito em outros países.
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