Fatores de risco para câncer de bexiga
Um fator de risco é algo que afeta suas chances de contrair uma doença como o câncer. Diferentes tipos de câncer apresentam diferentes fatores de risco. Alguns como fumar, por exemplo, podem ser controlados. Outros não, como idade e histórico familiar.
É importante ressaltar que ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que você vai ter a doença. Muitas pessoas com que são diagnosticadas com câncer podem não estar sujeitas a nenhum fator de risco conhecido.
Quando falamos de câncer de bexiga, os fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver a doença são:
- Tabagismo. O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de bexiga. Fumantes têm três vezes mais chances de ter câncer de bexiga do que aqueles que não fumam. O tabagismo causa cerca de metade dos casos do câncer de bexiga.
- Exposição ocupacional. Certos produtos químicos industriais têm sido associados ao câncer de bexiga. Produtos químicos chamados aminas aromáticas, como benzidina e beta-naftilamina, utilizados na indústria de corantes, podem provocar câncer de bexiga. Outras indústrias que utilizam determinados produtos químicos orgânicos também podem colocar os trabalhadores em risco, principalmente se a exposição ocupacional não seguir as normas de segurança. Os fumantes que trabalham com os produtos químicos cancerígenos mencionados acima têm um risco aumentado de desenvolver câncer de bexiga.
- Medicamentos ou suplementos fitoterápicos. O uso do medicamento pioglitazona para diabetes está associado a um risco aumentado de câncer de bexiga. Os suplementos dietéticos que contêm ácido aristolóquico têm sido associados com um risco aumentado de câncer urotelial de bexiga.
- Arsênico. Arsênico na água potável tem sido associado a um risco aumentado de câncer de bexiga. A substância se infiltra nas águas subterrânea de forma natural, pelo contato com rochas ricas em arsênico por exemplo, ou por contaminação devido a atividades como mineração, uso de agrotóxicos, combustão de carvão e madeira e incineração de resíduos urbanos. O problema é mais visto em poços particulares.
- Baixo consumo de líquidos. Não beber líquidos em quantidade suficiente pode aumentar o risco de câncer de bexiga. Pessoas que bebem quantidades razoáveis de líquidos diariamente têm uma menor incidência de câncer de bexiga.
- Raça e etnia. Pessoas brancas têm cerca de duas vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga do que as pessoas da raça negra. As razões para essa diferença ainda são desconhecidas.
- Idade. O risco de câncer de bexiga aumenta com a idade. Cerca de 90% dos pacientes com câncer de bexiga tem mais de 55 anos de idade.
- Gênero. O câncer de bexiga é muito mais frequente em homens que em mulheres.
- Irritação crônica e infecções. Infecções urinárias, cálculos renais e na bexiga e outras causas de irritação crônica do órgão têm sido associadas ao câncer de bexiga. A esquistossomose, uma infecção parasitária provocada pelo Schistosoma hematobium é também um fator de risco para câncer de bexiga principalmente em regiões de África e Oriente Médio.
- Histórico pessoal. Os carcinomas uroteliais podem ser formados em muitas áreas, como no revestimento da bexiga, do rim, ureteres e uretra. Ter um câncer em qualquer parte do revestimento do trato urinário aumenta a chance de ter outro tumor. Por este motivo, os pacientes que tiveram câncer de bexiga precisam realizar acompanhamento médico periódico.
- Defeitos de nascença. Antes do nascimento, existe uma ligação entre o umbigo e a bexiga. Essa ligação, chamada úraco, normalmente desaparece antes do nascimento. Se uma parte dessa conexão continuar após o nascimento, pode se tornar cancerígena. Os cânceres que começam no úraco geralmente são adenocarcinomas, compostos de células glandulares malignas. Eles representam cerca de um terço dos adenocarcinomas da bexiga. No entanto, isso é raro, representando menos de 1% dos cânceres do órgão. Outro defeito congênito raro chamado extrofia aumenta muito o risco de uma pessoa desenvolver câncer de bexiga.
- Genética e histórico familiar. Pessoas que têm familiares com câncer de bexiga têm um risco aumentado da doença. Em alguns casos, esses familiares podem ter sido expostos a um mesmo produto químico cancerígeno. Eles também podem compartilhar alterações em alguns genes, que podem torná-los mais propensos a desenvolver câncer na bexiga. Um pequeno número de pessoas herda uma síndrome genética que aumenta o risco para câncer de bexiga, por exemplo, mutação do retinoblastoma, doença de Cowden e síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário sem polipose).
- Quimioterapia e radioterapia. O uso prolongado de quimioterapia com ciclofosfamida pode irritar a bexiga e aumentar o risco de câncer de bexiga. Os pacientes que fazem uso desse medicamento são frequentemente orientados a beber bastante líquido para ajudar a proteger a bexiga da irritação e diminuir o risco de câncer de bexiga. Pacientes que recebem radioterapia na região da pelve são mais propensos a desenvolver câncer na bexiga.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 12/03/2024, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.