Novidades no tratamento dos tumores ósseos
Muitas pesquisas sobre os tumores ósseos estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro.
- Genética
Houve progresso no aprendizado sobre as mudanças genéticas nas células ósseas que levam a diferentes tipos de tumores ósseos. O entendimento sobre essas alterações pode levar a melhores maneiras de diagnosticar, diferenciar os tipos de tumores e tratá-los baseados em sua genética.
- Tratamento
Os tumores ósseos primários são raros em adultos, por essa razão é difícil avaliar as melhores maneiras de tratamento. Uma opção é a participação em estudos clínicos com novos tratamentos para esse tipo de tumores.
- Quimioterapia
Alguns estudos clínicos estão avaliando novos medicamentos quimioterápicos. Os pesquisadores também estão estudando novas formas de uso para os medicamentos disponíveis. Por exemplo, estão avaliando se a adição do ácido zoledrônico ao cimento ósseo usado para preencher o espaço remanescente após a remoção do tumor de células gigantes pode diminuir a chance de recidiva.
Outra área de pesquisa são os efeitos colaterais a longo prazo da quimioterapia. Os tumores ósseos são alguns dos cânceres mais frequentes em pessoas jovens, e os pesquisadores estão estudando como os medicamentos quimioterápicos usados podem provocar efeitos colaterais a longo prazo conforme os pacientes envelhecem.
- Terapia-alvo
A terapia-alvo age de forma diferente dos quimioterápicos convencionais, atuando diretamente em determinados genes e proteínas das células cancerígenas.
Uma área de pesquisa sobre tumor ósseo primário está estudando as alterações genéticas nas células cancerígenas ósseas. Os pesquisadores estão usando os medicamentos existentes e desenvolvendo novas terapias-alvo para essas mudanças genéticas, visando proporcionar novas e melhores formas de tratar esses tumores.
Por exemplo, já existem terapias-alvo para várias alterações de genes e proteínas em células de cordoma. Algumas dessas terapias-alvo já são opções no tratamento de cordomas avançados. E outras terapias-alvo estão sendo testadas e usadas no tratamento de condrossarcomas avançados.
- Imunoterapia
Os imunoterápicos ajudam o próprio sistema imunológico do corpo a reconhecer e atacar as células cancerígenas. Existem diferentes tipos de imunoterápicos, alguns estão sendo estudados para verificar sua eficácia no tratamento de determinados tipos de tumores ósseos.
Por exemplo, as células cancerígenas às vezes têm ainda mais alterações genéticas e proteínas do que as células cancerosas típicas, o que as torna ainda mais diferentes das células normais e, portanto, mais visíveis ao sistema imunológico. Os tumores com esses tipos de alterações têm maior probabilidade de responder a alguns tipos de imunoterápicos, o que inclui cânceres com alta instabilidade de microssatélites (MSI-H), com defeitos em genes de reparo de incompatibilidade (dMMR) ou com alta carga mutacional tumoral (TMB-H).
Infelizmente, apenas uma pequena porcentagem de tumores ósseos apresenta esses tipos de alterações. Mas, quando têm, os imunoterápicos, denominados inibidores do ponto de controle, como o pembrolizumabe, podem ser eficazes.
Os pesquisadores também estão estudando outros tipos de imunoterápicos para uso no tratamento dos tumores ósseos.
- Medicamentos
Os medicamentos que afetam as células dos ossos (osteoblastos e osteoclastos) podem ser úteis no tratamento de alguns tumores ósseos. Esses medicamentos são usados com mais frequência para outros tipos de câncer que se disseminaram para os ossos, mas também podem ser úteis no tratamento de alguns tipos de tumor ósseo primário.
Por exemplo, o denosumabe é um medicamento conhecido como inibidor da RANKL, que afeta as células ósseas denominadas osteoclastos. Pode ser usado no tratamento dos tumores ósseos de células gigantes.
O ácido zoledrônico é um bisfosfonato, que afeta os osteoclastos de uma forma diferente. Os médicos estão avaliando se esse medicamento também pode ser útil no tratamento de alguns tipos de tumores ósseos, como os tumores de células gigantes nos ossos.
- Radioterapia
O tipo mais comum de radioterapia utilizado no tratamento do câncer são os feixes de raios X. Mas como altas doses de radiação são necessárias no tratamento da maioria dos tipos de tumores ósseos, que podem afetar áreas próximas e causar efeitos colaterais, os pesquisadores estão buscando outros tipos de radiação mais seguros ou eficazes.
Por exemplo, a radioterapia com feixe de prótons, que têm propriedades que permitem o tratamento em áreas próximas ao tumor, é frequentemente usada no tratamento de tumores ósseos próximos a órgãos sensíveis, como cérebro e coluna vertebral.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 17/06/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.