[Câncer de Colo do Útero] Carla Zogbi

Aprendendo com Você
Carla Zogbi
  • Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora... Carla - Carla, Psicóloga, tenho 33 anos, solteira, sem filhos e moro atualmente em Paranaíba, Mato Grosso do Sul. Câncer de Colo de Útero, Adenocarcinoma 3C.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Carla -

    Sangramento excessivo, inchaço abdominal, corrimento marrom bem líquido, diferente de todos que já vi, com cheiro muito forte. Como já tinha ido ao ginecologista no ano, achei que era hormonal ou uma infecção.

  • Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais? Carla - Sim, demorei quatro meses para ter o diagnóstico por negligência da médica, mal atendimento e erro no exame anterior. Descobri o câncer no dia primeiro de outubro de 2021.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou? Carla - O primeiro impacto foi a maior dor que senti na vida, só chorei, mas no outro dia, eu acordei disposta a lutar a guerra que fosse preciso para vencer o câncer. Deste dia em diante eu não desisti ou desanimei nenhum dia!
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Carla - Não poder ter filhos, foi a minha única preocupação na época.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Carla - Comecei o tratamento com quimioterapia, radioterapia e braquiterapia, dia 25 de outubro de 2021. Não me curei, fui para cirurgia, exenteração pélvica total “curativa”.  Após a cirurgia, descobri o câncer de novo, no músculo do bumbum. Fiz quimioterapia, não curei, hoje faço apenas imunoterapia, por não encontrem cura para o meu tipo de câncer ainda.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é/foi o tratamento mais difícil? Por quê? Carla -

    Foi a cirurgia em que tiraram todos os meus órgãos reprodutores, minha bexiga e uretra, meu intestino, reto, etc. Fiquei 1 mês no hospital. A readaptação ao estoma foi difícil, tive trombose, que me causou insuficiência renal crônica. Ainda assim, não fui curada.

  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral do tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Carla -

    A radioterapia doeu bastante, pois me causou bolhas nas partes íntimas. A quimioterapia teve poucos sintomas. No começo, foi difícil perder o cabelo, mas logo isso passou. Era algo mínimo perto de tudo o que eu estava enfrentando.

  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Carla - Eu tive dois Oncologistas. O primeiro foi bom até ele me deixar quando não me curei e foi embora do país sem manter mais nenhum contato. O segundo e atual é maravilhoso, alto astral, confiante, amigo, caloroso.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Carla -

    O médico radiologista foi muito frio e distante. Os enfermeiros foram sempre impecáveis e maravilhosos. Os nefrologistas e o urologista, que cuidaram da minha insuficiência renal, são muito bons. O cirurgião geral é excepcional como médico, mas um pouco frio. O cirurgião plástico é sensacional e muito icônico. Minha psiquiatra é uma luz. Minha psicóloga é uma luz, mas a minha irmã, que é infectologista, é a minha salvação. 

  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Carla -

    Psicológico e psiquiátrico. Eu já fazia terapia antes, então isso me ajudou desde o princípio. Fiquei um tempo sem, por conta das mudanças, viagens e tratamentos diários em outras cidades, mas voltei e é fundamental. Não vivo sem. A psiquiatra me salvou quando comecei a ter dores insuportáveis na perna, sem saber do segundo câncer, o que me desencadeou crises de pânico. Nem a morfina aliviava minha dor. Além de medicação, ela me orientou, me acalmou e me acolheu. Ela é essencial!

  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Carla -

    Ainda não estou curada, mas o câncer está inativo. Mantenho minhas imunoterapias a cada 42 dias e vivo normalmente e intensamente, ainda melhor do que antes. Não por causa da doença, mas devido à mentalidade e à maturidade emocional. Tudo isso me fez mais sábia e muito mais forte.

  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Carla - Parei, depois voltei, agora parei de novo, tenho uma doceria on-line também. Além de Psicóloga, eu faço produtos para vendas, sempre tentando não ficar parada por completo e estudando muito enquanto isso.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Carla - Estou tentando conseguir auxílio doença, mas ainda não deu certo e entrei para a Associação dos Ostomizados.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Carla - Procurar um psicólogo e psiquiatra. Buscar Deus em primeiro lugar e sob todas as coisas, confiar e entregar sua vida nas mãos dele. Não deixar de viver, não se limitar, não desanimar, não desistir. Amar todos os dias, todas as coisas a sua volta e todas as pessoas, como se fosse o último dia, porque é, para todo mundo.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Carla - Todos deveriam receber um benefício, durante o processo de câncer, independente de grau. Ou estado, ou qualquer que seja o tratamento. Mesmo que a pessoa tenha condições físicas, muito não tem condições emocionais. E mesmo que tenha, são tantas gastos extras, como locomoção, alimentação, que é difícil colocar no papel. E a grande maioria precisa se mudar ou parar de trabalhar. Não é nem questão de ser justo. É empatia e solidariedade!
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