[Câncer de Mama Avançado] Eliana Filgueiras Lima

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora... Eliana - Tenho 63 anos, sou casada, tenho 2 filhos, sou aposentada e moro em Juiz de Fora - MG.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Eliana -
    Descobri que estava com câncer em abril de 2022, comecei sentindo falta de força no braço quando ia estender uma roupa no varal.
     
    Comecei a investigar e depois de uma biópsia descobri um tumor na cabeça do úmero proveniente da mama, ou seja, um câncer de mama com metástase óssea, já avançado no grau IV.
  • Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais? Eliana - Depois de passar por consulta no posto médico do meu bairro fui direcionada para consulta de um ortopedista. Aí começou a dificuldade, ainda sem saber a gravidade da doença. A consulta com especialista demora em torno de 7 a 12 meses de espera, minha sorte é que tinha condições de pagar uma consulta com um ortopedista. 
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou? Eliana - Fiquei em choque, principalmente por receber a notícia de ser um câncer sem chance de cura, já em um grau avançado e agressivo, pensei que iria morrer rápido.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Eliana - Tenho meus pais com idade avançada, minha mãe com 90 e meu pai com 94 anos. Me sinto no dever de ajudá-los, achei também que queria viver mais um pouco e senti que não tinha mais controle de nada.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Eliana -
    Já fiz 8 ciclos de quimioterapia,10 rádios no braço, como meu câncer já entrou na corrente sanguínea não adianta fazer retirada de mama.
     
    Agora operei o braço, tive fratura óssea do úmero, ainda estou me recuperando e faço uso de Ribociclibe e Anastrozol, remédio que foi judicializado. Meu tratamento segundo minha médica não tem fim.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é/foi o tratamento mais difícil? Por quê? Eliana - A quimioterapia foi mais difícil até aqui, os efeitos colaterais são terríveis. Além de ficar um ano e meio praticamente com o braço quebrado numa tipóia, não conseguia operar por causa da imunidade baixa.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral do tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Eliana - Vários efeitos colaterais da quimioterapia, melhorou um pouco com mudanças na alimentação, suplementação e finalmente com a mudança de protocolo no tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Eliana - Meio comprovada, não por falta de competência mas muito superficial, parece que a gente é só um número, não tenho um tratamento no meu caso paliativo de qualidade e humanizado.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Eliana -
    Atualmente uma equipe de médicos do Hospital Universitário de Juiz de Fora, com médicos ortopedistas oncológicos, estes sim com um tratamento que me acolhe. 
     
    No Hospital Oncológico não. Vou dar um exemplo, a médica titular mudou faz dois meses e não fui atendida por ela, isso gera muita insegurança.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Eliana - Procuro fazer minha parte no tratamento e vivo o dia sem pensar negativamente. Saber  trabalhar o fato de que a vida é finita. 
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Eliana - Apesar de já estar aposentada quando adoeci ainda trabalhava, mas como havia perdido a força e quebrado o braço parei de trabalhar.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Eliana - Procurei a Defensoria Pública para obter a medicação aprovada pela Anvisa, mas não fornecida pelo SUS.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Eliana - Calma, tenha fé, estude bastante sobre sua doença, por mais que os médicos digam que você não tem cura, só Deus pode decidir.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Eliana - Não, só agradecer pelos esclarecimentos.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Eliana - A saúde pública precisa melhorar, não é possível uma pessoa doente esperar meses por uma consulta médica com especialista e acesso a medicação já disponíveis para vários tipos de câncer mas inacessível a pacientes do SUS. O tratamento vai muito além de só quimioterapia. Só quem vive com a doença sabe o quanto a gente fica desesperado querendo ter acesso a uma medicação que possa nos dar uma chance de continuar vivo e com saúde.
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