[Câncer Colorretal] Gabriela Santos

Aprendendo com Você

• Essa entrevista foi preenchida em 02/03/2024

• Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora... Gabriela - Sou casada, tenho um filho e duas enteadas. Moramos no Paraná, mas sou de Santa Catarina. Somos empresários, mas após o diagnóstico desacelerei o ritmo.
• Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Gabriela - Tive um pequeno sangramento das fezes, um único episódio depois de uma constipação. Mas o gastro pediu uma colonoscopia. Como assim? Colonoscopia aos 39 anos. Mas acordei já com a notícia de um pequeno tumor no reto sigmoide. (O sangramento não tinha sido do câncer)
• Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais? Gabriela - Não, pelo contrario. Foi muito rápido.
• Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou? Gabriela - O chão some né? Parecia que estava sonhando, não era real. Foram dias para cair a ficha, meses para assimilar e anos para aceitar.
• Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Gabriela - Parar de trabalhar kkkk. No início o médico disse que o tumor era pequeno e que trataria rapidamente, mas não foi nem perto disso.
• Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Gabriela - Comecei há 6 anos. Mais de 10 cirurgias, quase 50 ciclos de quimioterapia. Hoje trato ás metástases no pulmão. Falo um pouco de como foi o tratamento em um TedxWoman https://youtu.be/OLQT35V10lQ?si=tuAfpz5kIMI4XHxS.
• Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é/foi o tratamento mais difícil? Por quê? Gabriela - Às quimioterapias folfox e folfiri. Passei bem mal. Exigiu muita concentração e viver um dia de cada vez. Muito autocuidado e permitir ser cuidada.
• Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral do tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Gabriela - Muitos. Náusea claro, trato com medicação e alguns manipulados de gengibre. Disbiose que cuido com probióticos. Cansaço que só resolve com descanso mesmo. E vários outros que fui lidando um por um.
• Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Gabriela - Troquei minha primeira oncologista. Hoje tenho duas oncologistas maravilhosas. Confio nelas, entrego minha vida aos cuidados delas.
• Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Gabriela - Sim, nutricionistas, psicólogo, educador físico, fisioterapeuta e outros. São essências para dar conta de tudo. Abordagem multidisciplinar é fundamental para o sucesso no tratamento.
• Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Gabriela - Fundamental! Falo no meu Tedx . Saúde mental é tudo. Sem ela a gente não tem força para sair da cama, para buscar ajuda. Autoconhecimento é descobrir nossas armas e nossa fonte de força.
• Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Gabriela - Muito bem, aceitei a vida de paciente metástatico. Voltei a trabalhar, como muuuitos pacientes oncológicos passei a dar valor ao ar que respiro, a vida que pulsa todos os dias. Descobri que família e amigos fazem parte desse processo, dos dias difíceis e nos dias de transbordar de gratidão.
• Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Gabriela - Parei e voltei. Algumas vezes. Precisei encaixar o trabalho na minha agenda de cuidados. Não tem hierarquia. As duas agendas são fundamentais.
• Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Gabriela - Basicamente com os planos de saúde.
• Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Gabriela - Calma, respira, chora mas se recupere. Encare de cabeça erguida essa nova fase da vida. Seja acolhedora e respeitosa com a sua vida e com quem está tentando te ajudar.
• Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Gabriela - Impossível ser paciente oncológica e não conhecer vocês. Vocês são das fontes mais confiáveis e uma arma contra a desinformação. 
• Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Gabriela - Continuem assim! Vocês são incríveis!
• Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Gabriela - Não é fácil ser paciente oncológico, estamos Lutando pela vida. Lutar por exames, direitos já garantidos é uma agressão ao direito à vida!