[Câncer de Olho] Michele Longatti

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Michele - Meu nome é Michele Longatti, tenho 34 anos. Sou funcionária pública, tenho um filho de 4 anos, sou casada e resido em Tiradentes/MG. 
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Michele - Levei cinco anos para descobrir o câncer, sentia uma dor terrível na cabeça, como um choque no olho direito. As crises eram intensas, duravam trinta segundos e a minha cabeça doía muito.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Michele - Sim, fortes dores de cabeça, choques no olho direito e pitose.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Michele -
    Muitas! Como é um câncer raro e um tumor pequeno os médicos não conseguiam detectar nos exames. Senti durante cinco anos uma dor terrível até que o tumor cresceu e os médicos conseguiram diagnosticar a doença. Consultei mais de vinte médicos em Minas, no Rio de Janeiro e em SP.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Michele - Fiquei sem chão, tinha um bebê de sete meses e achei que ia morrer. Fiquei muito triste, sem saber o que aconteceria dali pra frente.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Michele - Morrer e deixar meu filho, além do tratamento e todas as suas dificuldades.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Michele -
    Passei por uma cirurgia para a retirada da glândula lacrimal. Optei por não fazer a radioterapia pois poderia ter sequelas, além de não ter garantias de que o tumor não voltaria.
     
    Estou em remissão, não tive metástase.Vai fazer quatro anos que fiz a retirada do tumor e hoje faço acompanhamento de seis em seis meses com o oncologista.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Michele - O tratamento mais difícil é aquele que você não consegue pagar ou não consegue acesso.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Michele - Como optei por não fazer a radioterapia fiz apenas a cirurgia. Fiquei bem, a recuperação foi rápida.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Michele - Faço acompanhamento com o oftalmologista e com o oncologista, os dois são brilhantes, como pessoa e como profissionais, somos amigos.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Michele - Com o oftalmo, porque ele fez a cirurgia.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Michele - Não fiz mas gostaria de ter feito.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Michele - Bem melhor, hoje tenho qualidade de vida.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Michele - Fiquei afastada alguns meses e depois retomei.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Michele - Não.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Michele - Ver meu filho crescer e ser um exemplo pra ele, cuidar da minha mãe e curtir os momentos.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Michele - Fique triste, chore, mas não perca as esperanças. Mude seu olhar sobre a doença, aproveite cada segundo. Você pode não saber agora, mas você será mais forte depois que tudo passar.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Michele - Na internet.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Michele - Falar mais sobre tumores raros e divulgar estudos científicos.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Michele - Investir em ciência e dar suporte aos médicos para que possam se especializar, divulgar estudos e promover pesquisas com pacientes oncológicos. 
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