[Câncer de Mama] Silvia Vieira Da Silva

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Silvia - Meu nome é Silvia ,tenho 41 anos, sou assistente administrativo , sem filhos, solteira e moro em Caxias do Sul RS .
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Silvia - Descobri fazendo autoexame no mês de outubro de 2004.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Silvia - Notava muita diferença na mama, inchaço, dores e o bico sempre para dentro achava estranho, mas "como isso nunca ia acontecer comigo", segui...
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Silvia - Aceitação, aceitar que realmente estava com câncer.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Silvia - Quando recebi o resultado chorei muito por um dia somente, depois criei estratégias de como ia encarar. Tinha que lutar por mim, pois tinha meu pai que precisava de meus cuidados, minha mãe para dar força e meu mano deficiente que precisava muito de mim. Eu não podia me entregar.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Silvia - Sobre como ia ficar tudo e se eu seria realmente forte o suficiente para ir até o fim do tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Silvia - Fazem já 5 anos que estou bem. Encarei todo o tratamento com muita alegria de ter a chance de poder ficar viva. Tive momentos bastante difíceis de enfrentar,  mas sempre pensava que ia passar a cada sessão de quimioterapia. Sempre postava em minhas redes sociais "bora lá que só falta 15" kkkk. Enfrentei sempre brincando, rindo e tentando levar com leveza para encarar o que viesse. Se estava nessa era porque tinha que ser assim e tinha que ser eu, pois eu era forte para encarar! Sempre relutei em fazer radioterapia... pedi muito a Deus que não fosse necessário, mas meus médicos diziam que era bem provável que não teria como escapar. Acabaram as quimioterapias e dois meses depois quase fiz a cirurgia. Por ser merecedora, eu acredito, não precisei fazer radioterapia. Fiz até meu médico chorar porque eu acreditava que Deus ia me dar esse presente. Resumindo meus tratamentos, apesar de tudo, vejo que foi muito tranquilo devido a eu ter aceito a doença e ter Fé que ia vencer, isso fez muita diferença.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Silvia - O tratamento mais difícil é o bem depois de tudo: são os medos, as incertezas e dúvidas de como vai ser o futuro. Também os efeitos colaterais que ainda estou sofrendo. Durante as sessões de quimioterapia e cirurgia foi tudo muito tranquilo, mas hoje vejo que não está tão tranquilo.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Silvia - Senti muita retenção de líquido principalmente nas últimas sessões de quimioterapia e hoje ainda sofro com isso. Também sinto o metabolismo devagar... não consigo mais ser quem eu era. Pensava que quando tudo acabasse seria eu novamente, mas a cada dia que passa vejo que nunca mais serei. Infelizmente...
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Silvia - A minha relação com a minha oncologista foi legal, tiramos dúvidas sempre com ela durante o tratamento e sempre junto ao mastologista.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Silvia - Sim , mastologista foi quem me ajudou muito a encarar o tratamento todo com Fé e Coragem.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Silvia - Tentei fazer kkkk, mas eu que me tornava a psicóloga nas sessões... Troquei de profissional várias vezes. Eu precisava, mas infelizmente não consegui seguir com nenhuma. Peguei especialista em pessoas com câncer de mama, a mais conceituada, e até hoje sinto deficiência nesse sentido. O meu psiquiatra foi a pessoa que mais me ajudou, só que conversávamos 1 vez a cada 3 meses.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Silvia - Minha vida não é mais a mesma em todos sentidos, mas hoje sei aproveitar muito mais um abraço, as oportunidades e as coisas simples .
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Silvia - Hoje trabalho em um lugar maravilhoso, clinica veterinária. Na época em que fui diagnosticada minha chefe queria me demitir " para fazer o tratamento tranquila", mas devido a ajuda de muitos clientes que me apoiaram e apoiam até hoje me manteve no emprego. Após meu retorno fiquei mais ou menos um ano no escritório e "do nada" fui demitida. Em minha cidade existe muito preconceito, tudo aqui gira em torno de lucro e status.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Silvia - Único direito que fui atrás foi o da retirada do FGTS. Sempre poucas informações e profissionais bastante desqualificados e até hoje gostaria de saber quais meus direitos e como ir atrás de tudo.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Silvia - Viver intensamente cada dia!
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Silvia - Façam exercício físico, nem que seja uma caminhada, mas façam. Acostume seu corpo para isso, mas o principal é nunca perder a FÉ. Essa realmente precisa estar sempre presente.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Silvia - Pesquisando sobre alguns assuntos de direitos das pessoas com câncer
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Silvia - Estou conhecendo o site e por enquanto estou gostando bastante.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Silvia - Gostaria que crianças e idosos fossem tratados com dignidade e muito amor. A doença em si já nos tira um pouco de esperança e quando não existe um tratamento com dignidade fica tudo mais difícil.
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