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Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora...
Solange -
Me chamo Solange, tenho hoje (graças a Deus) 58 anos.
Sou enfermeira e professora em um curso profissionalizante.
Moro com meu filho de 23 anos e minha mãe, sou solteira e resido no bairro de Pirituba - São Paulo.
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Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais?
Solange - Em 2020, final de novembro/início de dezembro iniciei com umas dores abdominais intensas, sem modificações nas fezes, somente cólicas terríveis.
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Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais?
Solange -
Meu diagnóstico até que foi uma descoberta meio inusitada, tive problemas com marcação de consultas com meu convênio, sendo assim procurei um gastro particular que solicitou que eu fizesse uma endoscopia, que também não consegui marcar pelo meu convênio.
Porém um anjo conseguiu um encaixe para mim no SUS pela rede HORA CERTA, onde consegui fazer a colonoscopia no dia 05 de janeiro de 2021.
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Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou?
Solange -
Bem, ao diagnóstico da colono perdi o chão, não sabia o que fazer nem a quem recorrer.
Me mantive chorando o tempo todo, o medo da morte foi muito intenso: o que iria acontecer com minha mãe e meu filho, o que seria deles?
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Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?
Solange - Que esse câncer retorne.
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Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos?
Solange -
Iniciei todos os exames e pré operatórios pelo SUS, porém sem nenhum dos profissionais do hospital olharem pra minha cara.
"Você tem um câncer e deve ser operada, faça todos esses exames pré operatórios."
Sinceramente, neste serviço ao qual fui encaminhada tive a certeza que iria morrer, pois a falta de empatia foi imensa (todos nós somos seres humanos e esse não é um diagnóstico fácil de se encarar). Em 23 de Março de 2021 minha cirurgia foi suspensa, não tinha que ser naquele serviço.
Mudança de plano de saúde ao qual me levou a um serviço no qual GENTE trata de GENTE, fui muito bem acolhida, todos os profissionais que me atenderam foram imensamente humanos, refiz todos os exames de estadiamento e fiz minha colectomia no dia 28 de maio de 2021.
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Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é/foi o tratamento mais difícil? Por quê?
Solange -
A quimioterapia com Folfox de 48 horas toda quartas-feira, a cada 15 dias. Indo para casa com uma bomba de infusão que era instalada na quarta-feira e retirada na sexta.
Faço uso de catéter de portocath.
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Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral do tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou?
Solange -
Todos os efeitos colaterais possíveis e imaginários: cansaço, fadiga, sonolência, inapetência, emagrecimento.
Tive o auxilio de minha mãe e muita fé em Deus e Bossa Senhora Aparecida
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Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista?
Solange - Foi e esta sendo agora de uma troca de informações maravilhosas, tanto com o cirurgião como com o clínico.
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Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?
Solange - Lutando contra uma neuropatia periférica, terrível que me faz caminhar com muita dificuldade devido as dores.
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Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer?
Solange - Continuo trabalhando.
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Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais?
Solange - Liberação do fundo de garantia, quando obtive o diagnóstico pois pensei que realmente não sobreviveria.
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Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?
Solange - Tenha fé em Deus e em tudo que ele poderá te proporcionar nesse momento, pois você se redescobrirá.
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Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros!
Solange - Empatia, pois esse é um diagnóstico muito difícil de se lidar.