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Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora...
Stefanny -
Tenho 24, casada há menos de 1 ano, nascida e criada em Goiânia - GO.
Sou formada em Engenharia de Transporte e trabalhando com melhoria contínua em indústria.
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Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais?
Stefanny -
Tive pielonefrite (infecção de rim) no rim direito em novembro/22 (2 semanas após meu casamento), e antes da internação, ainda na emergência, fizeram uma tomografia para ajudar no diagnóstico. O exame confirmou a infecção no rim direito, mas também mostrou um cisto inconclusivo no esquerdo, mas não doía, nem tinha sido afetado pela infecção.
Após o tratamento da pielonefrite, como fiquei alguns dias com dores por conta do combate à infeção ainda busquei um urologista que confirmou que a infeção regredia, mas ficou intrigado com o cisto. Fizemos uma série de exames de imagem e sangue para eliminar outros diagnósticos, mas o nódulo continuou inconclusivo. Decidimos então partir para a cirurgia de remoção parcial do rim para que a biópsia pudesse dizer o que era. Após a cirurgia, chegou a confirmação na biópsia de que se tratava de neoplasia renal de células claras, e aí minha saga se iniciou.
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Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais?
Stefanny - Somente após a cirurgia de remoção e biópsia do material que chegamos ao diagnóstico, várias tomografias, ressonâncias e angioressonancias com e sem contraste não foram capazes de identificar.
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Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou?
Stefanny - Antes da cirurgia sabia que havia essa possibilidade e sentia muita ansiedade, mas após a confirmação o principal sentimento foi de medo do futuro, de ter câncer novamente. Também senti muita dúvida e angústia do porque ter tido esse câncer tão nova, contrariando todas as estatísticas.
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Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?
Stefanny - O medo de ter câncer novamente ainda prevalece muito. Também após o diagnóstico o oncologista pediu alguns exames que, devido ao meu tipo de câncer, o convênio se recusou a pagar. Então além de toda a angústia por conta da doença, havia uma briga com plano de saúde. Por fim, a empresa que trabalho custeou para mim, mas o convênio não cedeu.
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Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos?
Stefanny - Realizei a cirurgia que para o estágio inicial do meu câncer é o único tratamento.
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Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista?
Stefanny - Inicialmente com o urologista foi maravilhosa, sempre super atencioso e empático para conversar e explicar o diagnóstico. Após o encaminhamento para a oncologista também, não tenho nada de diferente para dizer: totalmente empática, solidária e prestativa.
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Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê?
Stefanny - O urologista que fez os acompanhamentos iniciais e cirurgia. Depois geneticista para mapeamento do câncer e mastologista por conta do resultado do mapeamento genético.
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Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida.
Stefanny - Não, mas sei que preciso começar o quanto antes.
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Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?
Stefanny -
Fazem apenas sete meses desde que descobri o nódulo pela pielonefrite. Sinto que vivi anos durante esses meses.
Muitas vezes me sinto cansada de tantos médicos e tantos novos diagnósticos de câncer que posso ter devido a mutação genética. Me sinto com medo também de que a qualquer momento possa ter outro câncer, me sinto angustiada pela pressão na decisão se serei mãe ou não, e se será logo, pois preciso fazer mastectomia preventiva.
No geral, me sinto cansada de viver tanta coisa relacionada ao câncer, mas por outro lado também fico com um sentimento desesperador para viver mais, querer aproveitar a vida em cada pequeno momento.
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Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer?
Stefanny - Continuei trabalhando e tive o total suporte da empresa para o tratamento que passei e os acompanhamentos que ainda faço.
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Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?
Stefanny - Se você não quer morrer hoje ou tem medo da morte assim como eu, lute, aceite o que seu médico está te passando, vida cada pequeno momento. Talvez você fiquei com a sombra do câncer para sempre te rondando, mas você sempre terá a luz da vida.
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Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?
Stefanny - Buscando informações sobre câncer.
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Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros!
Stefanny - Os planos de saúde não podem determinar se vão realizar um exame ou não com base no tipo de câncer da pessoa. Assim como o SUS precisa investir na agilidade do atendimento e melhora nos exames ofertados. Talvez pelo SUS eu teria descoberto meu câncer tarde, pois para conseguir uma tomografia e cirurgia eletiva podem levar anos.