[Câncer de Mama] Vânia

Aprendendo com Você
Vânia
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Vânia - Tenho 32 anos, sou analista comercial, tenho um filho de 7 anos, sou casada e moro em Osasco- SP.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Vânia - A mama começou a inchar e apalpando senti um caroço.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Vânia - O inchaço, mas não queria pensar que fosse câncer.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Vânia - Quando fui passar com a ginecologista ela me ouviu mas não examinou e solicitou a punção da mama direita, quando na verdade será a esquerda... Com isso tive atraso no diagnóstico.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Vânia - Eu fiquei bem triste, senti medo, culpa pela vida corrida e fiquei me questionando se viveria. Pensei no meu filho, que na época estava com 5 anos, no meu marido e como seria. Foram muitas sensações mas encontro forças em Deus.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Vânia - De sentir dor e ficar em uma cama, uma vez que sempre fui independente. Preocupação sobre quem resolveria tudo, meu filho sem mim...
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Vânia - Em 2018 tive o diagnóstico. Fiz 18 sessões de quimioterapia e mastectomia total. Em 2019 fiz 25 sessões de radioterapia e finalizei em agosto. Fiquei 6 meses tomando a medicação oral Xeloda. Esse ano (2020) descobri uma metástase no pulmão, estou em tratamento com quimioterapia e imunoterapia. Estou usando a touca gelada para evitar ou minimizar a queda dos cabelos e, além disso, vou iniciar uma medicação paralela para minimizar as reações da quimioterapia.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Vânia - Dentre tudo que passei a biópsia para confirmar a metástase foi a mais dolorida e difícil. É bem complicado fazer apenas com anestesia local, ouvindo e sentindo a tensão do médico. A minha experiência não foi muito boa e espero não ter que repetir.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Vânia - Senti muitas cólicas e constipação durante a quimioterapia. Tomava bastante água, chá, comia ameixa, praticava caminhadas e mesmo assim engordei quase 10 kg. Continuo fazendo as caminhadas que me ajudam bastante. Para os enjoos tomava leite gelado, também tinha insônia e precisei tomar calmantes para dormir. Durante a radioterapia, para minimizar o calor na parte radiada, usava hidratante específico e passava a baba da babosa.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Vânia - Foi muito boa e de troca. Ela me ajudou muito com o tratamento e mesmo em casa quando mandava mensagem ela atendia prontamente.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Vânia - Sim, com psicólogo devido a necessidade de conversa e entendimento do assunto comigo. Mastologista que me acompanhou e fez a cirurgia, com a plástica que realizou a reconstrução da mama e com a nutricionista que me auxiliou com a alimentação.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Vânia - Sim, foi ótimo. Eu tinha medo de ter provocado a doença, me sentia triste e culpada. Foi extremamente importante para o tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Vânia - Estou passando pela situação com fé e buscando alternativas que me tragam uma vida de qualidade enquanto eu estiver por aqui.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Vânia - Eu me afastei durante o primeiro tratamento e quando finalizou voltei a trabalhar. Com o novo diagnóstico, em meio a pandemia, estou aguardando a perícia para me afastar novamente.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Vânia - Busquei o saque do FGTS e consegui, porém não consegui ter o rodízio do carro liberado até hoje.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Vânia - Eu pretendo me cuidar, cuidar da minha família e me dedicar a fazer coisas que gosto por prazer.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Vânia - Existe uma luz, você não está sozinha e não aceite meias palavras. O paciente precisa participar e entender seu tratamento para que se ajude e tudo corra bem, Deus envia anjos que cuidam de nós.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Vânia - Minha médica oncologista
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Vânia - Eu acredito que o SUS infelizmente não está preparado para nos atender, precisei passar no posto para pegar uma guia com a psicologia e não tinha médico e nem previsão. Aqui em Osasco não tem atendimento oncológico. Graças a Deus tenho convênio, mas vejo muitas pessoas terem que sair de madrugada para buscar atendimento longe e muitas vezes não tem o profissional. A pessoa volta para casa com dor, é lamentável, estamos falando de vidas que não podem esperar.
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