Vivendo com o Osteossarcoma
Após o tratamento do osteossarcoma, as principais preocupações para a maioria dos pacientes são os efeitos imediatos e de longo prazo do tumor e seu tratamento, além da preocupação de uma recidiva ou metástase.
Cuidados no acompanhamento
Quando o tratamento termina, os médicos irão acompanhá-lo de perto por alguns anos. Por isso é muito importante comparecer a todas as consultas de acompanhamento. Nessas consultas o médico sempre o examinará, conversará com você sobre qualquer sintoma que tenha apresentado, poderá pedir alguns exames de laboratório ou de imagem para acompanhamento e reestadiamento da doença.
Quase todo o tratamento do câncer pode ter efeitos colaterais, sendo que alguns podem durar algumas semanas, mas outros podem ser permanentes. Converse com o médico sobre quaisquer sintomas ou efeitos colaterais para que ele possa lhe orientar em como gerenciá-los.
Alguns medicamentos quimioterápicos podem provocar problemas auditivos ou cardíacos. Os pacientes que recebem determinados medicamentos podem precisar faze exames de acompanhamento para verificar a função auditiva e/ou cardíaca.
Quase todos os tratamentos contra o câncer podem apresentar efeitos colaterais. Alguns efeitos são de curto prazo e melhoram com o término do tratamento, mas outros podem durar meses ou mesmo anos. Por exemplo, em pessoas mais jovens, o tratamento pode afetar a fertilidade.
Arquivamento dos registros médicos
Por mais que você queira deixar a experiência para trás ao fim do tratamento é também muito importante que você mantenha arquivados os exames médicos e outros dados de todo o tratamento. Reunir esses detalhes logo após o término do tratamento pode ser mais fácil do que tentar obtê-los mais tarde. Isso é muito importante em caso de consultar outro médico que desconhece por completo o histórico clínico de seu filho.
Efeitos do tratamento a longo prazo
Em função dos avanços significativos no tratamento, os jovens tratados de câncer agora vivem vidas mais longas. Os médicos perceberam que o tratamento de um câncer pode muitas vezes afetar posteriormente a saúde das crianças, por isso, nos últimos anos, os efeitos dos tratamentos a longo prazo tornaram-se uma preocupação constante e um ponto importante de atenção na conduta terapêutica.
Por exemplo, os efeitos colaterais da cirurgia podem variar de pequenas cicatrizes à perda de um membro, o que exigiria reabilitação física e emocional. Dessa forma, o tratamento de pacientes jovens requer uma abordagem especializada multidisciplinar, bem como o acompanhamento no pós-tratamento. Os pacientes jovens podem estar expostos a algum tipo de risco, que dependem de uma série de fatores, como o tipo de tumor, tratamentos específicos que receberam, doses e a idade na época do tratamento.
Outros efeitos tardios do tratamento do osteossarcoma podem incluir:
- Problemas cardíacos ou pulmonares.
- Perda de audição.
- Atraso ou retardo no desenvolvimento e crescimento dos ossos.
- Alterações no desenvolvimento sexual e fertilidade.
- Problemas de aprendizagem para as crianças.
- Desenvolvimento de um segundo câncer.
Além dos efeitos colaterais físicos, algumas crianças que sobreviveram ao câncer infantil podem apresentar problemas emocionais ou psicológicos. Elas também podem ter problemas no desenvolvimento escolar. Entretanto esses problemas podem ser abordados com apoio e encorajamento.
Questões sociais e emocionais
A maioria dos casos de osteossarcoma ocorre durante a adolescência, um momento muito delicado da vida. Um diagnóstico de osteossarcoma pode ter um efeito profundo sobre a aparência externa do paciente e na forma como se veem, além de poder afetar a capacidade de realização de algumas tarefas diárias. Isso pode ter um impacto grande em sua capacidade de lidar com certas situações, como ir à escola, trabalhar ou participar de atividades recreativas. Esse efeito será provavelmente maior durante o primeiro ano de tratamento. A equipe médica envolvida deve avaliar a situação da família, logo que possível, para que todas as questões envolvidas possam ser abordadas.
Ninguém escolhe ter osteossarcoma, mas para muitas crianças e adolescentes, a experiência pode, eventualmente, ser positiva, ajudando a estabelecer autovalores sólidos. Outros podem ter mais dificuldade na recuperação e na adaptação à vida após o câncer. É normal ter um pouco de ansiedade ou outras reações emocionais após o tratamento, mas se sentir muito preocupado, deprimido ou com raiva pode afetar pontos importantes do desenvolvimento de um jovem.
Os amigos podem ser uma grande fonte de apoio, mas é importante ter consciência de que algumas pessoas têm seus próprios temores em relação ao câncer.
Embora o impacto psicológico da doença em crianças e adolescentes seja mais evidente, os desafios enfrentados por adultos não devem ser ignorados. Os pacientes adultos também devem ser encorajados a fazer fisioterapia, terapia ocupacional e a participar de grupos de apoio.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 08/10/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.