Novidades no tratamento dos tumores pituitários
Muitas pesquisas sobre tumores pituitários estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços em genética, diagnóstico e tratamentos. Confira alguns.
- Genética e classificação dos tumores de hipófise
Os pesquisadores têm agora um melhor entendimento da base genética dos tumores pituitários. Isso já está levando a melhorias nos testes genéticos para pacientes com suspeita de neoplasia endócrina múltipla, tipo 1 (MEN1) ou outras síndromes hereditárias.
Compreender as alterações genéticas e proteicas das células tumorais ajuda na classificação dos adenomas hipofisários, bem como na personalização dos tratamentos para pessoas com esses tumores.
- Exames de imagem
Os exames de imagem, como ressonância magnética continuam se aprimorando, levando a uma melhor precisão na localização e determinação da extensão dos tumores novos e recidivas.
Outros tipos de exames de imagem, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET), também estão sendo estudados em ensaios clínicos.
- Cirurgia
As técnicas cirúrgicas estão sendo aprimoradas e visando a retirada dos tumores de modo a preservar o máximo possível da glândula pituitária normal.
A cirurgia hipofisária geralmente utiliza técnicas minimamente invasivas, com uma pequena câmera de vídeo na ponta de um endoscópio e microinstrumentos cirúrgicos. Isso resulta em um menor tempo de recuperação pós cirúrgico para o paciente, bem como melhores resultados nasais, menos problemas hormonais e melhor qualidade de vida.
Atualmente, os estudos estão avaliando qual o melhor tipo de cirurgia para os diferentes tipos e tamanhos de tumores, bem como as maneiras de combinar as técnicas cirúrgicas ou usar a cirurgia em dois estágios para se obter os melhores resultados.
Outro avanço tecnológico na cirurgia da hipófise é a neuronavegação, onde ferramentas cirúrgicas são anexadas virtualmente a imagens pré-operatórias de ressonância magnética ou tomografia computadorizada de modo que os neurocirurgiões possam ver a posição exata das ferramentas em relação ao tumor, bem como as estruturas importantes ao redor do tumor. Isso pode ser considerado como um tipo de GPS para a base do crânio e do cérebro.
O uso da cirurgia robótica, também está sendo avaliada como uma forma de atingir esses tumores e limitar os efeitos colaterais.
- Radioterapia
As técnicas de radioterapia estão melhores, concentrando a radiação com mais precisão nos tumores e limitando o dano aos tecidos adjacentes normais.
Os pesquisadores também estão avaliando se a administração da radioterapia após a cirurgia ajuda a evitar a recidiva da doença.
- Medicamentos
Também estão sendo feitos progressos nos medicamentos utilizados para tratar os tumores pituitários e os efeitos colaterais de algumas outras formas de tratamento.
Por exemplo, os pesquisadores estão estudando alguns medicamentos mais recentes:
- TBR-760 é um agonista do receptor de dopamina-somatostatina combinado, portanto pode atingir as células da hipófise de mais de uma maneira. Esse medicamento está sendo estudado para uso contra adenomas hipofisários não funcionais.
- Vorinostat é um tipo de medicamento conhecido como inibidor da histona desacetilase. Afeta os genes que a célula tumoral está usando. Esse medicamento é utilizado no tratamento de alguns tipos raros de linfomas e agora está sendo estudado para uso contra adenomas hipofisários secretores de ACTH.
Outros medicamentos também estão sendo estudados em ensaios clínicos.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 10/10/2022, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.