A sexualidade e a radioterapia pélvica
A radioterapia na região pélvica pode afetar a vida sexual da mulher durante e após o tratamento. Alguns exemplos dos efeitos sexuais da radioterapia:
- Durante a radioterapia, os tecidos localizados na área de tratamento podem ficar irritados e inchados, podendo até sofrer uma queimadura. A vagina pode se tornar sensível durante o tratamento e permanecer assim até algumas semanas após o término do tratamento.
- A radioterapia também pode lesionar o revestimento vaginal tornando-o fino e frágil. Muitas mulheres notam um pequeno sangramento após a relação sexual, mas sem dor. Raramente, se formam úlceras ou feridas, que podem demorar para cicatrizar.
- A cicatriz que se forma após a radioterapia pode deixar a vagina mais estreita. Isso significa que as paredes da vagina podem não esticar o suficiente durante o sexo, o que pode provocar dor.
- Em alguns casos, a bexiga e o intestino são danificados pela radiação na região pélvica, e, essas alterações, também podem ter um impacto sexual.
- Se os ovários receberem uma grande dose de radiação, eles podem parar de funcionar. Às vezes, por um curto período de tempo, mas geralmente de forma permanente. Se uma mulher já teve a menopausa, pode se notar pouca ou nenhuma diferença. Isso ocorre porque os ovários pararam de produzir hormônios. Mas, se ela ainda não teve a menopausa, a radiação pode provocar menopausa precoce com ondas de calor e secura vaginal. Mulheres jovens que recebem doses de radiação menores podem menstruar novamente uma vez que seus ovários recuperam sua função. Mas com doses maiores de radiação, o dano é quase sempre permanente.
- As mulheres que realizam radioterapia na região pélvica, geralmente, se tornam inférteis. Mas, independente da dose de radiação, as mulheres com menos de 50 anos devem conversar com seus médicos antes de interromper o controle de natalidade, desde que seja possível que elas engravidem.
Relações sexuais durante a radioterapia pélvica
É muito importante conversar com o médico para saber se existirá alguma limitação após o tratamento ou se você deve tomar alguma precaução relacionada ao sexo durante a radioterapia.
Em geral, se a mulher não estiver com muito sangramento devido a um tumor na bexiga, reto, útero, colo do útero ou vagina, ela, normalmente, pode ter relações sexuais durante a radioterapia pélvica. Dependendo do tipo de cirurgia, a genitália externa e a vagina se mantem tão sensíveis como antes. A menos que a relação sexual ou o toque seja doloroso, a mulher ainda deve ser capaz de atingir o orgasmo.
Algumas mulheres são tratadas com radioterapia interna (braquiterapia). Quando a fonte de radiação é inserida próxima ao tumor, na bexiga, útero ou vagina, a mulher não deve ter relações sexuais por alguns dias.
É importante seguir as orientações do seu médico sobre sexo durante a radioterapia. A radioterapia externa não deixa qualquer tipo de radiação no corpo, ou seja, seu parceiro não terá qualquer contato com a radiação.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 06/02/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.