[ARTIGO] No dia de combate ao câncer de pele, preparamos um guia pra você

Nossa pele tem diversas funções: regula a temperatura do corpo, protege os tecidos e órgãos subjacentes, serve de reserva de água e nutrientes, tais como vitamina D e gordura, e ainda contém terminações nervosas sensitivas, os receptores táteis, que nos permitem utilizar apropriadamente o tato, um dos nossos cinco sentidos. Mais uma curiosidade interessante sobre esse que é considerado o maior órgão humano é que ele é responsável por cerca de 15% do peso total do nosso corpo.

Por ser tão grande e ficar tão exposta, a pele é também um dos tecidos mais atingidos por diversas doenças, inclusive o câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), os tumores malignos de pele correspondem a 25% do número total de tumores malignos registrados no Brasil. 

O sol, embora seja benéfico para a saúde em quantidades moderadas, é considerado o grande fator de risco para o câncer de pele. Outros fatores também podem contribuir, tais como o contato constante com arsênico, radiação ionizante ou processos irritativos crônicos da pele, entretanto eles são bem mais raros. Portanto, a melhor maneira de se prevenir é evitar a exposição ao sol por longos períodos. 

Abaixo, preparamos um resumo de tudo que você precisa saber sobre o câncer de pele!

Tipos de câncer de pele

Carcinoma basocelular - Responsável por 70% dos diagnósticos de câncer de pele, é também o menos agressivo dos três tipos. Ele tem origem nas camadas mais superficiais da pele e a incidência de metástase é baixa. É causado principalmente pela exposição excessiva aos sol. Afeta geralmente, cabeça, pescoço, costas, peito, ombros e, principalmente, o nariz. 

Carcinoma epidermoide - 25% dos diagnósticos de câncer de pele são desse tipo. Tem mais chances de sofrer metástase. Geralmente afeta a rosto, cabeça ou pescoço e seu maior fator de riscos também é a exposição ao sol. Os dois tipos de carcinomas são também conhecidos como câncer de pele não melanoma. 

Melanoma - 4% dos diagnósticos de câncer de pele são desse tipo, que é considerado o mais grave dos três. Ele tem origem nos melanócitos. A probabilidade de metástase neste caso é maior, podendo o câncer atingir outros órgãos e ossos. O melanoma pode crescer a partir de alguma verruga ou marca de nascença, mas esse fenômeno é raro. Normalmente, ele aparece sem que haja qualquer marca prévia na pele. Em homens, ele é frequente na parte superior das costas e, em mulheres, nas pernas. Quanto aos fatores de risco, além da exposição ao sol, o melanoma está também relacionado ao histórico familiar. A boa notícia é que, se detectado precocemente, ele pode ser curado. 

Sinais e Sintomas

  • Ferida brilhante com presença visível de vasos sanguíneos.
  • Marca avermelhada, sensível que sangra facilmente.
  • Ferida com aparência lisa e carnuda e, muitas vezes, com centro deprimido.
  • Ferida elevada e brilhante que tem a aparência de uma verruga.
  • Mudança no tamanho, forma ou cor de uma verruga ou pinta.
  • Machucado rígido ao toque que pode se parecer com uma cicatriz, especialmente na face.
  • Ferida que coça, sangra, cicatriza e então repete novamente o ciclo e não desaparece em três semanas.
  • Ferida persistente e rígida na pele após ter sido exposta ao sol.
  • Feridas que não cicatrizam ou uma área mais grossa no lábio inferior, especialmente se você fuma ou se seus lábios são frequentemente expostos ao sol.

Grupos de Risco

  • Pessoas que já tenham tido câncer de pele.
  • Aqueles que possuem familiares que já tiveram câncer de pele.
  • Pessoas de pele clara, olhos azuis ou verdes, cabelos loiros ou ruivos.
  • Pessoas com baixa imunidade ou imunidade reduzida por doença ou por medicamentos.
  • Albinos ou portadores de algumas doenças que predispõem ao câncer de pele.
  • Pessoas que já se expuseram ou se expõem ao sol excessivamente. Lembrar que a exposição ao sol é cumulativa e que pessoas que se expuseram mais ao sol quando jovens têm mais chances de desenvolver câncer de pele do que aqueles que não o fizeram.
  • Aqueles que se expõem constantemente a raios X, raios ultravioleta, arsênico, ou outros produtos químicos.
  • Pessoas que têm uma grande quantidade de pintas.
  • Pessoas que possuem cicatrizes há muito tempo e que apresentam ulcerações frequentes.

Prevenção

A melhor maneira de prevenir todos os tipos de câncer de pele é proteger-se dos raios ultravioletas do sol. Veja algumas dicas:

  • Evite o horário das 10h às 16h (preste atenção que, no horário de verão, o período a ser evitado é o que vai das 11h às 17h). Praia, portanto, só fora dos horários de risco.
  • Use roupas protetoras quando estiver fora. Chapéus que cobrem o rosto são acessórios essenciais. Use camiseta de mangas e calça (por mais estranho que possa parecer!) quando o sol estiver muito forte e você souber previamente que terá que se expor em excesso.
  • Use o protetor solar todos os dias com no mínimo 15 de FPS. Leia o rótulo, o filtro  tem que proteger contra dois tipos de radiação, UVA e UVB.
  • Se você for viajar para um lugar alto, use um filtro solar com FPS maior.
  • Não faça bronzeamento artificial. Já está comprovado que eles oferecem riscos à saúde. 
  • Verifique sua pele todos os meses. No caso de perceber alguma marcas estranhas, manchas, feridas que não cicatrizam ou aparecimento de pintas, procure um médico. 
  • Preste atenção principalmente nas áreas que ficam mais expostas: braços, mãos, rosto e costas. Preste atenção também nas pintas e verrugas que ficam em áreas de constante contato (na palma da mão por exemplo).
  • Se possível, peça para um médico examinar sua pele pelo menos uma vez por ano. Mesmo sendo o sol o maior fator de risco, o câncer de pele, principalmente o melanoma, pode aparecer em partes do seu corpo que nunca ficam expostas.

Diagnóstico

Para ser diagnosticado, um médico precisa examinar o local afetado.  Se ele verificar alguma anormalidade na área suspeita, provavelmente vai retirar dela uma amostra de tecido (biópsia). O material seguirá para um patologista que verificará se há nele células cancerígenas. No caso do carcinoma basocelular, o médico é capaz de identificá-lo no próprio consultório, analisando apenas seu aspecto.

Depois do Diagnóstico

Se a biópsia detectar o melanoma, mais exames deverão ser feitos para descobrir se houve disseminação do tumor. No caso do carcinoma basocelular, o dermatologista ou oncologista podem remover todo o câncer, raspando-o e queimando-o com uma agulha elétrica, isto é, fazendo uma curetagem e uma eletrodissecação ou ainda extirpando o câncer de pele com um bisturi. Raramente, a radioterapia precisa ser utilizada nesta situação. No caso do melanoma, o procedimento mais comum é a cirurgia. Se o tumor estiver em fase inicial e não tiver havido metástase, as chances de cura são muito altas. 

Após o procedimento, check-ups regulares serão feitos por, pelo menos, 5 anos. Em alguns casos, é necessário uma cirurgia para reparar a cicatriz deixada pela cirurgia inicial de remoção do tumor. No caso de ter havido metástase, o médico indicará quais as melhores opções de tratamento.
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