[ARTIGO] Obesidade: 10 fatos importantes que precisamos saber

Como nação, estamos ficando mais gordos, a ponto de ser um problema. Mas por quê? Quais são as implicações? Para começar, é mais difícil de tratar depois dos cinco anos de idade e está levando à falência do Sistema de Saúde.

1. Quase dois terços da população está acima do peso

Hoje, ser gordo é quase normal. Mas, estudos mostram que não percebemos isso uma vez que aconteceu gradualmente e nos acostumamos a ver pessoas com sobrepeso. Um quarto de nós estamos realmente obesos, a obesidade é definida como um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais. O IMC não é a melhor ferramenta para todas as pessoas.

Os homens estão mais gordos do que as mulheres (67% dos homens e 57% das mulheres estão acima do peso ou obesos, no Reino Unido, de acordo com um estudo do Instituto de Metrologia da Saúde e Avaliação, em Seattle). Áreas desfavorecidas socioeconomicamente tendem a ter taxas mais elevadas de pessoas acima do peso, mas nenhum grupo de renda está excluído. Existe um efeito na comunidade: você está mais propenso a ter sobrepeso se os seus amigos e vizinhos estão com sobrepeso e você enxerga isso como algo normal.

2. Obesidade encurta nosso tempo de vida

Obesidade moderada (IMC 30 a 35) diminui a expectativa de vida de 2 a 4 anos, enquanto que a obesidade mórbida (IMC 40 a 45) de uma década, de acordo com um estudo publicado na revista Lancet em 2009. Hoje, isso é mais susceptível de afetar as crianças; mais de um quinto das crianças de 5 anos e um terço das crianças de 11 anos estão acima do peso ou obesas. "A obesidade é tal que esta geração de crianças pode ser a primeira na história, dos Estados Unidos, a viver menos saudável e menos tempo do que seus pais", disse Dr. David S Ludwig, diretor do programa de obesidade do Hospital Infantil de Boston e um dos autores de um artigo que, em 2005, chegou a conclusões semelhantes no New England Journal of Medicine. A proporção de crianças com excesso de peso nos EUA e o Reino Unido é semelhante.

3. A obesidade pode levar o Sistema de Saúde à falência

O Sistema de Saúde Americano gasta  20 bilhões de reais por ano em doenças, como acidentes vasculares e diabetes, que estão associadas à obesidade. Em algumas décadas, está previsto um gasto de 60 bilhões de reais. O diabetes tipo 2 é um enorme problema sendo que 10% do orçamento do Sistema de Saúde já se destina à doença. Estar acima do peso é a principal causa e os números seguem aumentado, passando de 1,4 milhões, em 1996, para mais de 3 milhões hoje, com um aumento previsto para 5 milhões em 2025.

Um estudo recente mostrou que um terço da população está à beira de diabetes tipo 2, com os níveis de glicose no sangue classificados como pré-diabetes. "Se este aumento de pré-diabetes e diabetes não for abordado agora, é possível que destrua o sistema de saúde", disse Barbara Young, presidente-executiva da Diabetes UK”. O secretário de Estado está tentando resolver muitos dos problemas existentes, por exemplo, o número de pessoas que chega às emergências de hospitais, cerca de uma em cada seis pessoas, tem diabetes. Isso causa um enorme impacto no Sistema de Saúde e tende a crescer".

O diabetes tipo 2 é oneroso em todos os sentidos, além de complicações como cegueira e amputação, faz que a pessoa seja cinco vezes mais propensa a ter um infarto ou um acidente vascular cerebral.

4. É uma luta injusta

O governo gasta 56 milhões de reais por ano em seu programa anti-obesidade. A indústria alimentar gasta mais de 4 bilhões de reais por ano em marketing no Reino Unido.

A indústria alimentícia nos observa. Hoje, a tecnologia permite que os pesquisadores possam acompanhar os movimentos dos olhos dos compradores, registrando com precisão quais as prateleiras de supermercados observam e o que mantém a sua atenção. Não é só a embalagem brilhante com frases  alegres, mas em qual gôndola e corredor o produto se encontra. As empresas de alimentos pagam para ter sua mercadoria visível, o que responde por 30% das vendas dos supermercados. Nós não temos o controle de nossas compras, como gostaríamos de acreditar. Vamos com boas intenções mas saímos com grandes garrafas de refrigerantes e pacotes de biscoitos.

5. Obesidade estourou nos anos 80

Mas, não foi registrado pelo governo da época. Em 1982, McDonald’s mudou sua sede para Finchley, região do eleitorado de Margaret Thatcher. Três anos depois ela se tornou primeira-ministra. Ela inaugurou o prédio em 1983 e o visitou novamente em 1989, no 10º aniversário de sua eleição, oportunidade em que parabenizou a empresa pelos empregos que tinha criado e seu sucesso econômico.

6. Lanchar é um comportamento recém-criado

Lanchar era praticamente desconhecido antes da segunda guerra mundial, de acordo com Barry Popkin, professor de nutrição da Universidade da Carolina do Norte. Agora, é uma grande causa da obesidade e considerado um setor de crescimento importante para a indústria de alimentos e bebidas. Popkin publicou um estudo mostrando que crianças norte-americanas estão comendo quase que de forma contínua, três lanches por dia, além de suas refeições normais.

7. A indústria alimentícia se comporta hoje como a indústria do tabaco no passado

Os críticos dizem que a indústria alimentícia paga especialistas, para publicar trabalhos científicos que apoiem suas ideias, tentando desvirtuar as evidências contrárias, como parte de sua participação no programa de Responsabilidade do Governo, que tenta tornar seus produtos mais saudáveis.

A indústria alimentícia e os políticos que a apoiam dizem que não existe má alimentação. Há um elemento de verdade nisso. Uma barra de chocolate (comercializada como saudável e que proporciona energia diz no seu slogan: "Um Mars© ao dia ajuda no trabalho, no descanso e na diversão") por si só não fará nenhum mal. No entanto, lanches doces todo dia, mais bebidas açucaradas e salgadinhos, antes de um cheeseburguer com batatas fritas, contribuirão para doenças do coração.

Um grande número de cientistas aconselham à indústria de alimentos a investir em pesquisa, uma vez que estão focados no micro, e não na imagem macro. Os membros da British Nutrition Foundation incluem Coca-Cola©, Kellogg’s©, Mondelez (proprietário da Cadbury), Nestlé©, PepsiCo©, a Tate & Lyle, a Associated British Foods e Unilever©. O presidente da comissão de investigação nutricional sobre carboidratos, incluindo o açúcar, é o Professor Ian Macdonald, da Universidade de Nottingham, que é conselheiro da Coca-Cola© e da Mars©.

8. O cérebro, e não o estômago, diz quando parar de comer

A fome está na mente. A Dra. Suzanne Higgs, da Universidade de Birmingham realizou uma experiência notável para provar isso. Sua equipe ofereceu a um grupo de amnésicos um almoço de sanduíches e bolos. Quando todos terminaram de comer, eles voltaram 10 minutos depois para almoçar. Um grupo de controle de pessoas sem problemas de memória recusou o almoço. O grupo amnésico comeu em dobro.

Quando comemos em frente à televisão ou ao computador no trabalho, não estamos dando ao almoço ou jantar uma atenção completa. O cérebro não registra a quantidade de comida ingerida e não nos deixa sentirmos satisfeitos. Higgs está trabalhando em um aplicativo de celular para que as pessoas possam tirar fotos de suas refeições e lanches, como um lembrete de que eles realmente comeram o suficiente.

9. Após os cinco anos de idade, já pode ser tarde para intervir

O estudo sobre diabetes com 300 crianças, em Devon, mostrou que elas já tinham ganho entre 70 e 90% de seu excesso de peso antes da escola primária. É muito mais difícil se livrar do peso do que adquiri-lo ainda criança. Alguns especialistas acham que, se quisermos prevenir a obesidade, vamos ter que encontrar maneiras de ajudar os pais a partir de, ou mesmo antes, do nascimento de seu bebê.

Acreditamos que a obesidade está nos adultos que comem frango frito e batatas fritas. Mas, a maioria dos bebês no Reino Unido são superalimentados, conforme publicação de 2013 da comissão governamental da Diet and Nutrition Survey of Infants and Young Children. 75% das crianças com idades entre 4 e 18 meses consomem mais calorias do que elas precisam a partir de leite em pó e alimentos sólidos. Bebês amamentados podem ser vistos como magros em comparação com crianças alimentadas com mamadeira, sendo na verdade os que estão com o peso normal. Bebês grandes e corados, ao contrário da antiga crença, não são bebês saudáveis. O crescimento paulatino é o melhor. Crianças com baixo peso ao nascer não devem ser superalimentadas em uma tentativa de ajudá-las a alcançar o peso de outras crianças.

Os que pensam que as crianças estão engordando porque ficam tempo demais em frente à televisão estão equivocados. Outra constatação de um estudo foi que a inatividade não leva à obesidade - a obesidade leva à inatividade. Crianças com excesso desejam correr menos. Surpreendente, das 300 crianças acompanhadas dos 5 aos 12 anos, três desenvolveram diabetes antes do fim do estudo e 55 tinham níveis sanguíneos elevados de glicose, o que sugeria que elas estavam à beira da doença.

10. Crianças obesas precisam cada vez de mais cuidados

Assistir muita TV não causa obesidade - é a obesidade que faz com que as crianças se tornem parte do sofá.

Os médicos e assistentes sociais se encontram num dilema. Crianças obesas podem ter pais carinhosos (possivelmente também obesos), sem sucesso para diminuir o peso de seus filhos (ou o seu próprio). "Como a obesidade continua sendo extremamente difícil de tratar para os profissionais de saúde, é incorreto criticar os pais por não obter êxito, se eles se envolverem de forma adequada com o tratamento", disse o Dr. Russell Viner, do Instituto de Saúde da Criança, que, juntamente com os seus colegas propuseram uma ação no British Medical Journal, em 2010.

Fonte: The truth about obesity: 10 shocking things you need to know
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