Biópsia para diagnóstico da macroglobulinemia de Waldenstrom
Muitos dos sintomas da macroglobulinemia de Waldenstrom e do linfoma não Hodgkin não são suficientemente específicos para se afirmar com certeza o diagnóstico. A maioria dos sintomas podem também ser causados por outras doenças não cancerígenas, como infecções, ou mesmo por outros tipos de cânceres. Os exames de sangue podem apontar o diagnóstico correto, mas a biópsia é a única maneira de ter certeza. Existem vários tipos de biópsias.
- Aspiração da medula óssea e biópsia. Este é o tipo mais importante de biópsia para a macroglobulinemia de Waldenstrom, e é necessária para confirmar o diagnóstico. Pode ser realizada em consultório ou no hospital. Estes dois procedimentos são muitas vezes feitos ao mesmo tempo, as amostras são geralmente colhidas no osso da pelve, embora em alguns casos, possam ser colhidas a partir do esterno ou outros ossos. A biópsia de medula óssea é geralmente feita logo após a aspiração, onde um pequeno pedaço de osso e medula é removido com uma agulha ligeiramente maior. As amostras retiradas são enviadas para análise em um laboratório de patologia. Para diagnosticar a macroglobulinemia de Waldenstrom, pelo menos 10 % das células na medula óssea devem ser células de linfoma linfoplasmacitário.
- Aspiração por agulha fina (PAAF). Neste procedimento, se utiliza uma agulha fina e uma seringa para aspirar uma pequena quantidade de tecido a partir de linfonodo ou massa tumoral. Esse procedimento pode ser guiado por ultrassom ou tomografia computadorizada. Este tipo de biópsia é útil para verificar se os gânglios linfáticos estão aumentados devido ao câncer ou outra causa, como uma infecção. A aspiração por agulha fina ajuda a diagnosticar alguns linfomas, mas a macroglobulinemia de Waldenstrom é geralmente diagnosticada com uma biópsia de medula óssea. A principal desvantagem desta técnica é que, em alguns casos, pode não se obter tecido suficiente para um diagnóstico definitivo.
- Biópsia excisional ou incisional. Neste procedimento, o cirurgião faz uma incisão na pele e remove todo o linfonodo (biópsia excisional) ou apenas uma pequena parte do tumor (incisional). Se o linfonodo está localizado na superfície da pele, o procedimento é simples, e pode ser realizado sob anestesia local, mas se estiver em planos mais profundos será necessário usar anestesia geral. Estes tipos de biópsias quase sempre proporcionam tecido suficiente para o diagnóstico.
- Aspiração por agulha fina pad fat. Este tipo de biópsia pode ser utilizada em alguns pacientes com macroglobulinemia de Waldenstrom para verificar a existência de amiloide. Neste processo, uma agulha acoplada a uma seringa é inserida numa região de gordura (normalmente sob a pele do abdômen/ventre). Uma pequena quantidade de gordura é retirada e enviada para análise em um laboratório de patologia.
Análise das amostras de biópsia
Todas as biópsias são analisadas por um patologista, médico especializado no diagnóstico de doenças em laboratório. Em alguns casos, um hematopatologista, médico com formação complementar em diagnóstico de doenças do sangue e doenças linfáticas, pode também analisar a amostra. Às vezes, este exame não fornece uma resposta definitiva e são necessários outros testes de laboratório.
- Imunohistoquímica. Nesta técnica, uma parte da amostra de biópsia é tratada com anticorpos especiais que se ligam a moléculas específicas apenas na superfície da célula. Esses anticorpos causam alterações de cor, que podem ser vistas sob um microscópio. Este teste pode ser útil para distinguir os diferentes tipos de linfoma e de outras doenças.
- Citometria de fluxo. Assim como o exame imunohistoquímica, este exame analisa certas substâncias da superfície externa das células para identificar os tipos aos que pertencem. Neste exame, uma amostra de células é tratada com anticorpos especiais que se aderem às células apenas se certas substâncias estão presentes em suas superfícies. Este teste é mais comumente usado para imunofenotipagem (classificação de células de linfoma de acordo com os antígenos presentes em sua superfície). Diferentes tipos de linfócitos têm antígenos diferentes em sua superfície. A citometria de fluxo determina se o linfonodo está aumentado por causa do linfoma, de outro tipo de câncer ou uma doença não maligna. Este exame é muito útil para ajudar os médicos a determinar o tipo exato de linfoma de modo que eles possam decidir o melhor tratamento.
- Citogenética. Este procedimento permite a avaliação dos cromossomas nas células do linfoma. Algumas células de linfoma podem ter cromossomos a menos, em excesso ou outras anormalidades cromossômicas, que podem ajudar a identificar o tipo de linfoma.
- Testes genéticos moleculares. Os exames moleculares, como hibridização fluorescente in situ (FISH) e reação em cadeia da polimerase, não são geralmente necessários para diagnosticar a macroglobulinemia de Waldenstrom, mas, às vezes, são realizados para diagnosticar outros tipos de linfoma não Hodgkin. Esses exames analisam o DNA das células, sem a necessidade de cultivá-las em laboratório. Eles são usados para procurar alterações cromossômicas ou genéticas específicas.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Biópsia e Citologia das Amostras.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 19/07/2018, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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