[CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E MELANOMA] Alessandra Lopes

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar? 

Alessandra Lopes - Olá, meu nome é Alessandra Lopes, tenho 37 anos. Sou mineira, de Pouso Alegre, mas moro em São Paulo, na capital, cerca de 5 anos. 
 
Instituto Oncoguia - Qual o seu tipo de câncer? 
 
Alessandra Lopes - Minha historia é um pouco atípica, já que descobri que estava com dois tipos distintos cânceres ao mesmo tempo. Um deles, melanoma, o mais agressivo câncer de pele, e o outro, câncer de colo de útero. 
  
Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? 
 
Alessandra Lopes - No caso do melanoma, notei que a pinta que tinha há anos no dorso do pé esquerdo estava sofrendo alterações de tamanho, cor e formato. Em uma consulta questionei a dermatologista sobre aquela lesão. Na ocasião, ela olhou superficialmente e me garantiu que não merecia preocupação. Então, toquei a vida sem me importar tanto com aquilo e somente alguns anos depois, talvez 3 ou 4, procurei outra especialista, já que a tal pinta continuava crescendo e se modificando. De imediato, a médica me disse que a lesão tinha características  de um melanoma e que deveríamos retira-la o mais rápido e encaminhar para biópsia. Simultaneamente, fui ao meu médico ginecologista para fazermos o meu Papanicolau de rotina. Estranhei quando ele, pessoalmente, me ligou e pediu para que retornasse, pois deveríamos refazer o exame. Lembro que estava em seu consultório no dia seguinte, onde não só fizemos outro "papa", como também foi necessário uma biópsia de colo de útero, uma colposcopia.  
  
Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? 
 
Alessandra Lopes - Assim como as consultas, coleta de material para análises, os resultados dos meus exames vieram em um mesmo momento. Quando recebi o primeiro deles, o diagnóstico do melanoma, fiquei extremamente apreensiva e muito temerosa, já que tenho duas filhas ainda pequenas. O segundo resultado veio no dia seguinte. Neste caso, como a relação médico-paciente é mais estreita, saí do consultório, relativamente, tranquila. Conversamos bastante e ele me orientou, tirou minhas dúvidas. Principalmente, me assegurou que estávamos falando de um câncer ainda muito inicial, denominado In Situ. 
  
Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? 
 
Alessandra Lopes - Minha grande preocupação, desde o primeiro diagnóstico, sempre foram minhas filhas. Na ocasião, a mais velha tinha 4 anos de idade, enquanto a caçulinha apenas 4 meses de vida a caçulinha. Nunca achei, de fato, que fosse morrer, mas em muitos momentos passei a considerar esta possibilidade.   
  
Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso? 
 
Alessandra Lopes - Procurei um oncologista, que solicitou uma série de novos exames. 

Uma verdadeira varredura! Para cada um deles, uma grande expectativa. Depois disto, fiz o procedimento necessário para o meu caso de colo de útero. Fizemos o que os médicos chamam de conização, ou seja, é retirada apenas uma parte do colo de útero em formato de cone, daí o nome. Em seguida, veio a cirurgia de ampliação de margem da antiga lesão do pé. Este momento foi um pouco mais dramático, já que fiz também um exame de extrema importância, a biópsia de linfonodo sentinela, essencial para detectar micro metástases no sistema linfático.     
  
Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? 
 
Alessandra Lopes - Por graça de Deus, a minha biópsia de linfonodo sentinela deu negativa. Sendo assim, não precisei passar por nenhum tratamento posterior. A recuperação do pé foi  um pouco lenta, já que esta área é de difícil cicatrização, mas, de qualquer forma, foi progressiva e sem nenhuma intercorrência .  
  
Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? 
 
Alessandra Lopes - As cirurgias são sempre difíceis de serem encaradas, porque há muito medo e incertezas. A maior parte delas deixa marcas, mutilações. Embora não tenha sido necessário nos meus casos, imagino que passar por um tratamento quimioterápico também pode ser muito doloroso.

Acredito que todas as etapas de tratamento da doença trazem suas angústias.   
 
Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais? Qual o pior?  
 
Alessandra Lopes - Não passei por nenhum tipo de tratamento, portanto, sem efeitos colaterais. Tive apenas a recuperação pós-cirúrgica, mas, sem contratempos. 
  
Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico? 
 
Alessandra Lopes - Minha relação com meus dois médicos é ótima! Já conhecia meu ginecologista, Dr Eduardo Zlotnik, e sei que ele é um profissional de altíssimo nível, alguém que eu confio, que eu posso conversar. Inicialmente, me consultei com um oncologista que não me deixou dúvidas sobre sua competência, mas faltou empatia entre nós  e, por essa razão, decidi procurar outro especialista. Foi quando encontrei o Dr. Renato de Oliveira Santos Filho, um excelente profissional e ser humano. Ele me deu a segurança e acalento que precisava naquele momento.    
  
Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?  
 
Alessandra Lopes - Diretamente, apenas os dois citados acima, mas também tive um grande apoio do médico anestesista, Dr Ricardo Goldstein, que esteve presente no parto da minha segunda filha e nos meus dois procedimentos posteriores. Só ano passado, ele me anestesiou em três momentos. 
  
Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico? 
 
Alessandra Lopes - Não fiz, mas as vezes penso nesta possibilidade. Acho que poderá ser benéfico.  
  
Instituto Oncoguia - E com nutricionista? 
 
Alessandra Lopes - Também não. 
  
Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou? 
 
Alessandra Lopes - Faço os exames de acompanhamentos a cada 3 meses, tanto o Papanicolaou, como exames solicitados pelo oncologista. 
  
Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?  
 
Alessandra Lopes - Maravilhosa! Não há nada para me queixar! 
  
Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro. 
 
Alessandra Lopes - Não estou trabalhando fora atualmente. Meu foco tem sido as minhas meninas. De qualquer forma, penso em associar  a minha rotina alguma atividade voltada para minha área profissional. Sou jornalista, penso em voltar a escrever, fazer alguns textos, ainda que esporadicamente.    
  
Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? 
 
Alessandra Lopes - Inicie seu tratamento o mais rápido possível. Não adie nada! Também converse muito com seu médico. Não tenha medo de perguntar, de se informar! É normal uma reação negativa num primeiro momento, mas, acredite, entender o que está acontecendo com a gente é importante para enfrentar a doença. 
  
Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer? 
 
Alessandra Lopes - Fundamental! Precisamos saber o que está acontecendo com o nosso organismo e conhecer todas as etapas do tratamento. Entender a doença também pode ser uma forma de vencê-la! 
  
Instituto Oncoguia - Você buscou se informar? De que maneira? 
 
Alessandra Lopes - Sim! Conversei com meus médicos e também li muito sobre assuntos relacionados aos cânceres que tive, em livros e internet.  
  
Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?  
 
Alessandra Lopes - Uma conhecida publicou em sua rede de relacionamentos a entrevista que deu ao Instituto recentemente. Por curiosidade, decidi visitar o portal e, a partir daí, estou sempre acompanhando suas publicações. 
  
Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? 
 
Alessandra Lopes - Sugestão talvez não! Gostaria de parabenizá-los pelo trabalho de apoio e conscientização que vocês, diariamente, fazem. Isto salva vidas! 
  
Instituto Oncoguia - Você sabia que possuímos um trabalho focado na melhoria da situação do Câncer no Brasil? Estamos sempre em contato com políticos e gestores que podem ajudar a melhorar as políticas públicas brasileiras relacionadas ao câncer. Se você fosse mandar um recado para um político, o que você gostaria que mudasse ou melhorasse considerando tudo o que você passou?   
 
Alessandra Lopes - A saúde pública deste país, na maior parte dos casos, é  vergonhosa! É triste saber que tem gente morrendo em portas de hospitais por falta de atendimento. Aos políticos e responsáveis eu só peço que não esqueçam que estamos falando de gente, de pessoas, crianças e adultos. Eu sempre achei que, dentro de toda essa situação, eu ainda era uma beneficiada, na doença e no tratamento dela. Eu escuto histórias tão mais difíceis ou tristes que a minha, que, mesmo tendo tido dois tipos cânceres ao mesmo tempo, ainda não posso lamentar. Eu tive acesso aos melhores profissionais, a hospital de primeiro mundo, a exames de ponta. Absurdo constatar que isto é um privilégio e não um direito garantido a seja lá quem for!
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