[CÂNCER DE ENDOMÉTRIO] Wilia Furtado

Wilia Furtado, diagnosticada com câncer de endométrio, nos enviou este depoimento a fim de dividir sua experiência e, quem sabe, ajudar outras pessoas que estejam passando pela mesma experiência.

Leia abaixo a história de Wilia Furtado.
 
Estou em tratamento de um sarcoma metastático endometrial há dois anos e hoje resolvi compartilhar minha história:
 
Fui criada sem ir ao ginecologista, pois minha mãe achava que ginecologista era médico para mulher casada. Mesmo tendo corrimentos e algumas coceiras quando adolescente, minha primeira visita ao ginecologista foi depois que descobri estar grávida do meu primeiro filho, aos 18 anos. Depois disso, sempre tomei o cuidado de ir ao médico todos os anos e fazer o exame preventivo (Papanicolaou).

Em 2004, numa destas consultas anuais, foi diagnosticado um mioma dentro do útero. O ginecologista, Dr. Erickson Nagib, me aconselhou a fazer uma cirurgia "por baixo", somente para retirar o mioma, mas, conversando com ele decidimos retirar todo o útero. Até porque meus filhos (um casal) já estavam grandes e eu com 38 anos.

Retiramos o útero, fizemos a biópsia e não foi constatado nenhum tipo de câncer. Em Janeiro de 2011 tive uma crise de sinusite e fui ao médico porque estava tossindo muito. O pneumologista, Dr. Adriano Lana, pediu um raio-x da face e do tórax e neste último constatou dois nódulos, um em cada pulmão, medindo mais ou menos 3 e 2 cm.
Solicitou uma tomografia para ter uma certeza e lá estavam os nódulos bem visíveis.

Em fevereiro, fiz a primeira cirurgia para retirada do nódulo do pulmão esquerdo e o enviamos para biópsia, constatando-se neoplasia maligna. Enviamos para análise imunohistoquímica e, então, veio a confirmação: SARCOMA DO ESTROMA ENDOMETRIAL DE BAIXO DE GRAU. O Dr. Adriano nos deu a notícia do câncer e falou que era um tipo raro, por ser sarcoma e metástase do útero que já havia sido retirado em 2004.

Na época da notícia, estávamos meu marido, minha filha e eu, e ficamos os três, meio que sem chão. É assustador, até porque já vi vários pacientes com câncer que sofreram muito e na nossa cabeça era isso que ia me acontecer: muito sofrimento, muita dor e morte.  

Em abril, retiramos o outro nódulo que também teve o mesmo diagnóstico do anterior. Para desmentir o tabu que tínhamos do câncer, até no processo de reabilitação de cada cirurgia, eu não sentia dores ou qualquer outro sintoma que imaginava e tinha medo. Como o câncer que tenho é metástase de um sarcoma de baixo grau, o Dr. Adriano me indicou um oncologista, Dr. Eliseu, que levou meu caso a uma junta médica que decidiu ser o tratamento adequado somente acompanhar com exames, até porque o sarcoma de baixo grau, não responde muito bem à quimioterapia.

Fiquei, então, em acompanhamento fazendo exames a cada seis meses. Em julho de 2011, após um PET-SCAN, descobrimos um nódulo na tireoide. Fizemos o PAAF e ultrassonografia, mas não identificou se era benigno ou maligno. Optamos, então, por nova cirurgia e foi retirado totalmente a tireoide. Graças a Deus, a biópsia deu benigna.

Em julho de 2012, ao fazer tomografia do abdome para acompanhamento, foram encontrados vários cistos no ovário. Marcamos a cirurgia e, em outubro, retiraram-se os cistos. O cirurgião-oncologista, Dr. Paulo Pereira, viu no fundo de saco alguns nódulos que, depois de retirados, também era sarcoma do estroma endometrial. Como a descoberta deste último foi muito próxima da primeira (os nódulos do pulmão), os médicos acharam, por bem, fazer algumas sessões de radioterapia.

Em fevereiro deste ano começou a primeira das 25 sessões de radioterapia todos os dias de segunda à sexta. Durante este tratamento, passei muito bem, com quase nenhum dos sintomas que me falaram que eu teria, a não ser pelo enjoo que começou na 2ª semana e quando eu estava na 11ª sessão tive um pouco de diarreia, que duraram cerca de uma semana.  

O radioterapeuta, Dr. Alisson, marcou, também, quatro sessões de braquiterapia, sendo uma por semana. E nestas sim, não tive sintoma nenhum, graças a Deus. Em maio terminou todo este tratamento e em outubro farei novas tomografias para ver se realmente estou bem, como me sinto.  Tive grande apoio de minha família e meu marido me acompanhou durante todo o tratamento radioterápico. Foi muito importante para mim poder contar com a companhia dele. Dava mais coragem de ir ao hospital.
 
Minha história ficou meio confusa e com muitos médicos, mas é que de um foi passando para outro, cada um na sua especialidade. Espero que tenha contribuído de alguma forma, para os outros pacientes que também enfrentam este problema.
 
Deixo aqui o meu agradecimento a todos do Oncoguia que tem me ajudado bastante com suas informações.
 
Um grande abraço!
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