[CÂNCER DE MAMA e de TIREOIDE] Maria de Fátima Oliveira

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Maria de Fátima Oliveira - Eu sou Maria de Fátima Oliveira, brasileira, solteira, sem filhos, nascida no dia 22 de outubro de ano de 1952 na cidade de Almino Afonso/RN. Sou professora (Pedagoga) aposentada desde 16/07/2008 por tempo de contribuição, pela Secretaria Estadual da Educação e da Cultura (SEEC). Também sou professora da rede Municipal de ensino da cidade de Natal, atualmente readaptada permanentemente (por problema de saúde – Câncer) na função de professora mediadora da sala de leitura da biblioteca, da referida escola.

Instituto Oncoguia - Como você descobriu que estava com câncer de mama e de tireoide?

Maria de Fátima Oliveira - Depois de mais de 15 anos de exames mamográficos (Ultrassonografias e mamografias) feitos como prevenção de problemas de mamas, entre estes, o câncer. De repente meu mamilo começou a se retrair e criar uma crosta. O mastologista acompanhou esse processo com 2 biópsias, as quais sempre eram benignas. Com 6 meses depois da última biópsia fiz uma mamografia e com esta veio evidências de um tumor, com diagnóstico suspeito. O mastologista tratou de aprofundar a biópsia, sendo esta já uma cirurgia para melhor detectar o tumor que teve como conclusão: carcinoma ductal infiltrante com tamanho de 2,5 cm.

Durante o tratamento do câncer de mama fui a um clínico geral fazer uma consulta para exames de sangue quando o médico achou conveniente fazer exames das taxas de tireoide, mesmo que eu não apresentasse sintomas, mas sim pelo uso de tamoxifeno por vários anos. Fiz o referido exame e acusou alta taxa do hormônio tireoidiano. Fui encaminhada então para Endocrinologia onde foi feito exames complementares com biópsias dos nódulos com conclusão de "lesão folicular ", para enfim chegar-se a cirurgia total com diagnóstico de lobo esquerdo: microcarcinoma papilífero. Lobo direito: bócio adematoso. Linfonodos: 2 adjacentes ao istmo e ao lobo esquerdo, etc (Câncer de tireoide).

Instituto Oncoguia - Qual foi sua reação ao descobrir o diagnóstico?

Maria de Fátima Oliveira - Minha primeira reação ao descobrir o câncer de mama foi tentar amenizar a forma do tratamento insistindo com o médico para fazer um "quadrante" e não a mastectomia total. Como não havia esta possibilidade para meu caso aceitei tudo como deveria ser. Pedi proteções a Deus, senti muita Fé e Forças para enfrentar uma Luta sem me deixar vencer pelo medo e também pelo que se considera inimigo (Câncer).

Instituto Oncoguia - Qual foi sua maior preocupação neste momento?

Maria de Fátima Oliveira - Passar a notícia de que estava vitimada de câncer de mama para meus familiares e pessoas amigas, visto alguns terem a visão de câncer como sinônimo de morte.

Instituto Oncoguia - Quais foram os passos tomados após o recebimento do diagnóstico?

Maria de Fátima Oliveira - Tratar de fazer os exames necessários, ver condições para procedência da cirurgia com a maior urgência possível.

Instituto Oncoguia - Em que momento do tratamento você se encontra agora?

Maria de Fátima Oliveira - Terminei o tratamento com hormonioterapia (Tamoxifeno) e tenho acompanhamento anual do oncologista (caso necessite posso voltar antes de um ano) do mastologista e cirurgião, do endocrinologista (3 em 3 meses), do cirurgião de cabeça e pescoço, da fonoaudióloga (6 em 6 meses) e uma dermatologista.

Instituto Oncoguia - Quais tratamentos você já realizou?

Maria de Fátima Oliveira - Cirurgias (Mastectomia) e de Tireoide, Quimioterapia e Iodoterapia.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual foi o tratamento mais difícil?

Maria de Fátima Oliveira - Para mim foi a cirurgia (Mastectomia) porque retirou uma parte importante do meu corpo, deixando sequelas psicológicas e físicas (estrutura corporal diferenciada).

Instituto Oncoguia - Você realizou seu tratamento pelo SUS ou plano de saúde?

Maria de Fátima Oliveira - Pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?

Maria de Fátima Oliveira - Sim. Com a quimioterapia senti enjoos, fraqueza, dor no corpo (canseira) e dor de cabeça. São efeitos desagradáveis, porém suportáveis. Com a Iodoterapia senti um pouco de mal estar no estômago e diarreia.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Maria de Fátima Oliveira - Foi uma relação aberta, de amizade, onde sempre busquei tirar algumas dúvidas e fiz o mesmo ouvir minhas queixas, bem como saber dos meus estados de ânimo. Considero um acompanhamento adequado, dentro das possibilidades que o sistema de saúde (SUS) nos oferece.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Maria de Fátima Oliveira - Atendentes de enfermagem, enfermeiras, assistente social, psicóloga e fisiatra.

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento com equipe multiprofissional?

Maria de Fátima Oliveira - Sim. Até 2 anos atrás tive acompanhamento de psicólogos, também já tive acompanhamento por uma nutricionista, que me recomendou uma endocrinologista, por ter tendência a diabetes.

Instituto Oncoguia - Durante o tratamento do câncer, o que foi mais difícil de enfrentar e por quê?

Maria de Fátima Oliveira - Além dos cuidados com a cicatrização da cirurgia, dificuldades de movimentos com o braço do lado da cirurgia, fui acometida por cistos sebáceos repetitivos (benignos) nos dois braços, que necessitaram ser também retirados. Isto foi um enfrentamento difícil, pois me sentia impedida de movimentar os dois braços. Em meio a todo o tratamento senti certo receio (medo) do medicamento (Quimioterapia) não "surtir" o efeito desejado ou esperado pelos médicos. Porque se isto acontecesse qual seria outro tratamento? Também foi difícil enfrentar o "espelho" com minha imagem sem uma das mamas e sem cabelos. Porque me achava feia, preferia não me olhar, assim esquecia minha própria imagem. Ainda tenho certo trauma da minha estrutura física, mas também não aceito uma reconstrução mamária. Tenho medo de uma nova cirurgia, assim como de uma rejeição da prótese de silicone. Tenho também consciência de que uma reconstrução mamária não devolve minha mama natural. Assim falo: "silicone por silicone, uso a prótese externa". Não nego também um fantasma que sempre me causou receio. A chamada "recidiva", mas Deus está comigo!

Instituto Oncoguia - O que foi fundamental e lhe ajudou a enfrentar o câncer?

Maria de Fátima Oliveira - Muita fé em Deus, confiança nos médicos e apoio da família e amigos com práticas de elevação espiritualista, que me deram muito fortalecimento, transformando momentos de sofrimento em alegria.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Maria de Fátima Oliveira - Minha vida está bem. Continuo a trabalhar, embora já pensando em aposentar. O trabalho me faz bem, mas também preciso aproveitar o tempo só para mim, sem mais preocupação com hora para sair e ter que chegar com hora para trabalhar. Quero aproveitar o que ainda me resta de direito. Viajar, passear... Aproveitar cada momento como estes, ou seja, anos que ainda não vivi... rs! Estou otimista e feliz!

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Maria de Fátima Oliveira - Não se entregue ao desespero, pode ter medo e até chorar, mas não sinta o Câncer como uma sentença de morte. Tenha calma e Fé em Deus. Seja forte, enfrente o tratamento de cabeça erguida. Mesmo que não seja tão bom, o tratamento não mata, ao contrário, salva. Fé em Deus... Lute junto a Ele e aos médicos.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Maria de Fátima Oliveira - Lembro o que dizia o velho guerreiro Chacrinha: "Quem não se comunica se trambica". Assim pode ser parecido a questão do câncer: " Quem não se informa, só sente a morte." A informação diminui o peso da doença, assim como de outros problemas. Dizem que quando nos conscientizamos de um problema, esse deixa de ser problema. Ou seja, deixa de nos causar grandes preocupações. Assim, se somos bem informados sobre o câncer de mama, ele deixa de ser o grande vilão da morte de mulheres e passa a ser uma doença controlável, que tem tratamento, prolongamento de vida e até cura.

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar? De que maneira?

Maria de Fátima Oliveira - Sim. Primeiro com meus médicos, assistindo debates sobre o tema, em programas em TV, lendo artigos em revistas, pesquisando na internet.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?

Maria de Fátima Oliveira - Através de minha médica endocrinologista que me orientou a procurar,me informar se eu poderia ser isenta do imposto de renda por ser aposentada. Entrei no site dos direitos das mulheres com câncer de mama, encontrei o site do Oncoguia e também o telefone (Fale Conosco). Resolvi ligar para maiores informações e consegui tirar minhas maiores dúvidas. Hoje estou satisfeita e consciente dos meus direitos graças as orientações dadas por vocês, que fazem este Instituto.

Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão para nos dar?

Maria de Fátima Oliveira - Gostaria ser possível uma mudança na lei de forma a assegurar a toda mulher mastectomizada a ter direito ao auxílio tratamento e/ou aposentadoria, independente de ser ela assegurada ou não do INSS, bastando para isto ser comprovada sua carência econômica (Atestado de pobreza) e o diagnóstico ou laudo pericial da doença, comprovando pelos médicos.

Instituto Oncoguia - Mais alguma coisa que você gostaria de contar?

Maria de Fátima Oliveira - Gostaria de contar sobre minha satisfação por ter encontrado este Instituto que muito vem contribuindo e ainda há de fazer, em defesa das pessoas que se encontram vitimados pelo câncer, e, além disto, desinformados sobre seus direitos. Contando com as informações que a mim e a todos vem sendo prestadas! Agradeço!
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