[CÂNCER DE MAMA] Lucinda Almeida

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Lucinda Almeida - Olá! Eu sou a Lucinda, mais conhecida por Cinda. Tenho 48 anos, sou divorciada, Técnica Postal de Gestão nos Correios de Portugal. Tenho uma filha linda que é a minha razão de viver e que foi a minha maior força quando me foi detectado o cancro. Gosto de ouvir música, dançar, passear à beira mar e olhar a imensidão do mar, que me transmite muita paz de espírito. O meu anti-depressivo é a pintura.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?

Lucinda Almeida - Quando fiz 45 anos, fui chamada, pelo centro de saúde da minha área de residência, para fazer uma mamografia. Na altura estive quase para não ir, pois tinha feito exames 8 meses antes e estava tudo bem. Mas como era o Serviço Nacional de Saúde a chamar, lá acabei por fazer. Bendita a hora porque em tão curto espaço de tempo eu já tinha um cancro e de alto grau com metástases.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu?

Lucinda Almeida - Na altura quando recebi a notícia, que foi por telefone, parece que o céu me caiu em cima. Fiquei muito assustada e pensei logo o pior. Liguei com o meu ginecologista a informar o resultado e nem ele queria acreditar.

Fiz uma mastectomia radical, com esvaziamento da axila porque já tinha gânglios metastatizados. Fiz seis ciclos de quimioterapia. Todos sem interrupção, pois sempre tive o organismo em condições para receber os tratamentos. Após o primeiro tratamento, o cabelo começou de imediato a cair. Sempre usei lenços e chapéus já que a cabeleira me fazia muita confusão. Só nos três dias seguintes aos tratamentos é que me sentia menos bem, mas nada que não fosse superado. Sempre tive o cuidado de fazer uma alimentação saudável, por vezes até comia alimentos que me caiam menos bem, mas só de pensar que era o melhor para mim apertava o nariz para não sentir o cheiro e comia e bebia tudo.

Instituto Oncoguia - Qual era a sua maior preocupação neste momento?

Lucinda Almeida - Naquele momento só me lembro que chorei muito e pensei logo, como iria dar a notícia à minha filha, que na altura tinha apenas 13 anos. Nessa tarde ela foi ter comigo ao serviço e não escondi nada dizendo-lhe o resultado. A resposta dela foi muito concisa e rápida "mãe hoje o cancro tem cura, tiras a mama, compras uma nova e ficas como uma menina de 18 anos". Depois de ouvir isto da boca da minha filha, nunca mais chorei e procurei médicos amigos, que me encaminharam de imediato para a cirurgia.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso? Você já começou o tratamento?

Lucinda Almeida - A família e os amigos são o nosso melhor apoio. Eu tive a felicidade de ter amigos que me deram muita força e a minha família sempre me acompanhou. Os médicos foram muito esclarecedores em tudo quanto eu perguntava e quando ainda ficava com algumas dúvidas, buscava na internet informação complementar.

Criei um blogue na internet e fiz muitas amigas que estão a lutar no mesmo barco. É bom para podermos esclarecer algumas dúvidas e poder esclarecer situações que por vezes custa a falar com quem nunca teve cancro. Neste momento estou num projecto que está a ser divulgado a nível nacional. Somos 7 mulheres que levamos ao palco todas as nossas experiências de luta e como é possível superar o cancro. O projecto "Rosa Esperança", assim o seu nome, ainda vai estar em exibição até ao dia 2 de Maio, fazendo uma pausa para que possamos descansar. Já estamos a trabalhar nele desde Outubro de 2008, todos os domingos, pois todas temos as nossas profissões e somos de várias zonas do País.

Hoje vivo uma vida mais calma, tento ter uma vida regrada e sem stress, para que não venha a ter recidivas. No próximo dia 7 de Maio, se Deus quiser, inicio o processo de reconstrução da minha mama.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Lucinda Almeida - A todas as mulheres ou homens que possam vir a ter cancro, seja ele qual for, encarem-no de frente. É muito mais fácil quando tratamos as coisas pelo nome em vez de fugir delas. Não descorem a vossa saúde e façam sempre todos os rastreios que lhe forem propostos, ou então procurem fazer, sempre que encontrem no vosso corpo algo de diferente.

Durante os tratamentos é muito importante estar sempre informado do tratamento que estamos a fazer porque nos dá mais confiança no nosso médico.

Por vezes quando essa informação não é dada pelo médico que nos acompanha, podemos correr o risco de a procurar em outros lugares e cairmos em erro, porque o que é bom para uns, nem sempre é bom para outros.

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