[CÂNCER DE MAMA] Maísa Aguiar

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Maísa Aguiar - Meu nome é Maísa, tenho (quase) 26 anos. Acabei de concluir o meu MBA e moro em Orlando, na Florida com um gato "alugado,” Taz. Amo sol, praia, viajar, e sorrir (muito).

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer de mama?

Maísa Aguiar - Um dia tomando banho, notei uma bolinha no canto do meu peito direito; nem passou pela minha cabeça que fosse câncer. Após 1 mês, o caroço não diminuiu e eu resolvi procurar um médico.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu?

Maísa Aguiar - "Maísa, você tem câncer! Quer que eu indique algum médico, ou você já sabe o que fazer?” Foi assim que eu recebi a notícia; meu médico na época me deixou assim, perdida e sem rumo. Eu senti um vazio enorme, como se estivesse correndo numa pista e de repente um buraco imenso abrisse na minha frente.

Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?

Maísa Aguiar - No momento que recebi o diagnóstico, pensei em como daria a notícia para a minha família. Naquele momento, minha preocupação era passar tranquilidade e começar a fazer planos para o tratamento. Eu me tranquei no meu carro e agendei as próximas consultas e exames antes mesmo de chorar ou ligar para a minha família.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Maísa Aguiar - Minha mãe veio ao meu encontro e passamos uma semana indo de médico em médico fiz exames; depois que terminei as minhas provas no meu primeiro semestre do MBA, fui para o MDAnderson em Houston para começar o plano para o meu tratamento.

Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento?

Maísa Aguiar - Sim.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil?

Maísa Aguiar - Pra mim o mais difícil foi a radioterapia. Eu me senti presa à rotina de todo dia ter que ir fazer o tratamento e isso me deixava muito ansiosa. Por outro lado, meus médicos da radio foram os que eu mais me aproximei, justo porque estava com eles todos os dias! Isso me ajudava a passar o tempo e fazer a contagem regressiva para o fim do tratamento!

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?

Maísa Aguiar - O cansaço era a única coisa que me incomodava; eu quis continuar minha vida ativa na medida do possível, mas às vezes a "preguiça” era maior que eu.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Maísa Aguiar - A diferença da relação médico paciente aqui nos EUA me deixou com um pé atrás no começo, estava insegura como seria essa relação; mas meus médicos no MDAnderson de Houston foram verdadeiros anjos para mim e minha família. Eu sempre fui muito curiosa, perguntava sempre sobre tudo da doença e do tratamento e eles estavam sempre dispostos a responder minhas dúvidas. Eles também foram parte essencial de tudo que consegui continuar fazendo durante o tratamento; meus médicos eram os primeiros a me incentivar.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Maísa Aguiar - Os enfermeiros na salas da quimioterapia que frequentei foram excelentes e sempre me fazendo sentir confortável nas horas mais incômodas.

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?

Maísa Aguiar - Não

Instituto Oncoguia - E com nutricionista?

Maísa Aguiar - Não. Mas minha mãe era a cozinheira chefe durante o meu tratamento e leu muito sobre alimentação saudável. Minha alimentação foi super balanceada e acredito que isso tenha me ajudado bastante a reduzir os efeitos colaterais do tratamento,

Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou?

Maísa Aguiar - Atualmente estou tomando o Tamoxifeno, e esta é a última parte do meu tratamento.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Maísa Aguiar - Maravilhosa! Eu respiro e posso sentir o gosto do ar. Como se a vida agora tivesse um sabor melhor, um sabor de "me deixa viver tudo que eu quero”. Acho tudo lindo e tenho apreciado ainda mais os momentos com a minha família e meus amigos.

Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Maísa Aguiar - Me formei recentemente e pretendo começar um novo trabalho na área de consultoria em breve. Estou super animada! Ah, quero planejar minha próxima viagem pra algum lugar na Ásia!

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Maísa Aguiar - Coisas praticas que me ajudaram muito: beba muita água! E quando der sono, durma, descanse. A dica mais importante que eu tenho é que Não adianta ficar triste ou revoltada. Ninguém tem culpa do que está acontecendo, então lide com a sua doença da melhor maneira possível. Infelizmente, a doença não vai desaparecer da noite para o dia, o tratamento é longo e exige sacrifícios; porém, o jeito de encarar a realidade faz toda a diferença; lembre-se que positividade atrai positividade, então sorria sempre e assista de camarote as coisas darem certo!

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Maísa Aguiar - Informação é essencial. Seja uma bíblia do câncer, saiba tudinho porque a maioria das pessoas ao seu redor, provavelmente são leigas no assunto e ficarão com receio de tocar no assunto. Informe-se o máximo que puder e passe a informação adiante!

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar?De que maneira?

Maísa Aguiar - Conversando com pacientes em tratamento e sobreviventes. Li muito a respeito do tratamento e do que esperar. Cada etapa era um aprendizado novo!

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?

Maísa Aguiar - Minha querida amiga Evelin me apresentou à iniciativa!

Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar?

Maísa Aguiar - Vi uma campanha aqui nos EUA que achei o máximo! A ideia ‘e incentivar mulheres na idade de fazer a mamografia anual de levar também as mães. Uma coisa que poderia se tornar um "evento” anual na vida de mãe e filha. Poderia ser a ideia pra uma campanha.