[CÂNCER DE MAMA] Monica Nazareth Siqueira Pinto

Monica Nazareth Siqueira PintoInstituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Me chamo Monica Nazareth Siqueira Pinto, tenho 40 anos, dois filhos maravilhosos e um marido que me apoiou incondicionalmente e que amo muito, amigos queridos e uma família que amo demais. Moro em Itaquaquecetuba, São Paulo. Em 2009 tive o diagnóstico de câncer de mama (carcinoma lobular invasivo), fiz mastectomia total na mama direita e reconstrução imediata. Sou uma mãe que venceu e está curada por amor aos meus filhos Caio e Aghata e principalmente por vontade de Deus.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Descobri através de exames periódicos. Fiz primeiro um ultrassom no qual foi constatado um nódulo na mama direita, depois fiz mamografia que não acusou nenhum nódulo, procurei um mastologista que disse que eu não tinha nada, não fiquei satisfeita e procurei outro mastologista que confirmou o câncer pelas imagens do ultrassom, após fiz uma biópsia que confirmou o diagnóstico.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Literalmente fora do ar, diria que chocada e assustada, aliás, muito assustada. Estava com meu marido e sai da sala de ultrassom sem rumo, perdemos o chão. Não sabíamos por onde nem o que fazer era uma situação fora da nossa realidade.

Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Com certeza meus filhos! E agora pensei "como vou cuidar das crianças uma vez que o Caio tinha somente oito anos e a Aghata quatro”, mas na hora eu estava com uma foto deles comigo e mostrei ao meu médico dizendo que se fosse necessário arrancaria até os dois seios, mas que o que mais me importava era ficar curada para poder criar meus filhos. Queria operar imediatamente, pois tinha certeza de que aquilo não me pertencia e por isso deveria ser retirado o quanto antes.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Começaram uma série de exames que cada dia me deixava mais dolorida e triste. Correr atrás de cirurgião plástico, todos os dias eu tinha uma consulta ou um exame, foi muito cansativo, mas necessário. Quando terminei os exames solicitados pelo meu mastologista tínhamos a dimensão correta da doença e qual caminho deveríamos seguir. Também escolhi uma "música de Guerra”, para me dar forças quando as estava perdendo, a minha foi "eu espero a minha vez” do nx zero. Comecei a valorizar pessoas e momentos que não percebia que eram importantes para mim. Conheci meus verdadeiros amigos, eles estão comigo até hoje.

Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Na realidade já terminei em 2010.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Na minha opinião a princípio o pior seria a quimioterapia, pois os efeitos são sentidos na hora, por mais que negasse o que mais me abalou emocionalmente foi à queda de meus cabelos foi algo que abalou minha filha, para ela foi muito difícil ver a mãe careca, com o tempo nos acostumamos e brincávamos com a situação, mas no fundo ela e eu sofremos muito. Depois veio a radioterapia que no início era tranquila, mas depois sentimos os efeitos com as queimaduras. Mas, contudo eu não posso reclamar, pois até a quimioterapia foi tranquila, não senti enjoos "confesso que fiquei apavorada quando soube que faria, porque todo mundo dizia que era horrível”, mas mesmo tendo vários efeitos foi melhor do que esperava.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais? Qual o pior?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Vários a começar pela queda do cabelo tive hemorragia, prisão de ventre, falta de apetite não sentia o sabor dos alimentos, tive um processo alérgico e muitas dores pelo corpo, à cabeça parecia que estava cheia de espinhos era muito estranho.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - À principio péssima, mas porque ele foi direto e franco, mas hoje o tenho como um anjo enviado por Deus, que estava ali para me salvar. Tive o diagnóstico em um hospital muito bom, porém público e ele atendia várias mulheres com o mesmo diagnóstico ao mesmo tempo, então passei a ser acompanhada por ele pelo convênio foi onde ele pode me esclarecer todas as dúvidas e me falar com calma sobre a doença, o tratamento, a cirurgia que faria e tudo mesmo que eu deveria saber.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Cirurgião plástico e fisioterapeuta oncológica.

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Não senti que precisasse. Quando estava muito deprimida eu chorava muito e dormia, quando acordava já estava mais tranquila e certa de que tudo passaria em breve.

Instituto Oncoguia - E com nutricionista?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Sim tive orientação sobre a alimentação durante o tratamento.

Você está em tratamento ou já finalizou?

Ainda em tratamento de hormonioterapia.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Muito diferente, as coisas mudaram muito, mas eu procuro fazer tudo, dirijo, limpo a casa, viajo, faço tudo que preciso, claro que com algumas limitações por causa da mastectomia. Vivo cada dia de acordo com o que a vida me oferece. Confesso que hoje me preocupo muito mais em amparar pessoas que estão passando por essa doença procuro conversar e contar algumas coisas pela qual passei, tento ajudar nem que seja com um abraço e algumas palavras de conforto.

Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Não trabalho fora faço alguns trabalhos de artesanato, mas não faço planos futuros deixo as coisas acontecerem conforme a vontade de Deus. Não quero dizer que estou parada e sim que não me preocupo e não sofro por antecipação, pois "o que tiver que ser será.”.

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Confiança em Deus, Fé muita Fé, diria que apesar de todo o sofrimento que essa doença traz para todos que estão por perto quanto mais tivermos pensamentos positivos e bom humor, verdade bom humor! Parece muito difícil, mas o sorriso ajuda tanto! Quantas vezes eu ria de mim mesma conversando com "amigas que fiz durante o tratamento” Amigas essas que jamais teria encontrado se não tivesse ficado doente. Portanto devemos fazer sempre que possível uma limonada quando ganhamos da vida um limão, Assim diz a minha mãe. Não dar ouvidos às pessoas negativas elas nunca sabem do que falam, simplesmente querem ver os outros derrubados.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - São muito importantes desde que venham de pessoas certas.

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar?De que maneira?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Sim muito, mas com meus médicos eles me orientaram de todas as maneiras que eu precisei.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Através do meu mastologista Dr. Rogério Fenille.

Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Sim.

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Que vocês continuem informando as pessoas que buscam por esclarecimentos e também fazendo a ponte para que possamos conhecer outras pessoas que passam pela mesma doença, é muito importante sabermos e termos contato uns com os outros trocando informações e experiências.

Instituto Oncoguia - Você sabia que possuímos um trabalho focado na melhoria da situação do Câncer no Brasil? Estamos sempre em contato com políticos e gestores que podem ajudar a melhorar as políticas públicas brasileiras relacionadas ao câncer. Se você fosse mandar um recado para um político, o que você gostaria que mudasse ou melhorasse considerando tudo o que você passou?

Monica Nazareth Siqueira Pinto - Sim eu sei e apoio todas as reivindicações que são feitas pelo Instituto Oncoguia.

Muita coisa deve ser mudada a começar pela quimioterapia oral que até onde sei é menos invasiva,os hospitais que tratam as pessoas com câncer deveriam ser melhores equipados, os tratamentos mais rápidos e assim mais eficazes quando diagnosticados, as pessoas que fazem acompanhamento deveriam ter menos dificuldade na hora de marcar um exame como a cintilografia que é feito em 20 minutos e temos que esperar 6 meses para realizarmos pelo SUS. São poucas dentre tantas as deficiências que temos em nosso país. Mas que ajudariam muito quem já lutou e luta para continuar a viver.
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