[CÂNCER DE MAMA] Tina Bortuluci

Tina Bortoluci, diagnosticada com câncer de mama, nos enviou este depoimento a fim de  Tina Bortulucidividir sua experiência e, quem sabe, ajudar outras pessoas que estejam passando pela mesma experiência.

Leia abaixo a história de Tina Bortoluci:

O ano de 2010 começou ótimo para mim, já que curtia minha netinha nesta época com um ano e pouco de idade. Um neto ou neta é o presente que Deus nos dá como uma dádiva. É só prazer indescritível, pois não temos a responsabilidade da educação e sim apenas o deleitoso prazer da companhia.

No dia primeiro de março fiz o meu acompanhamento anticâncer que é a mamografia, que parece um exame medieval, pois aperta tanto nossos seios que parecem que vão explodir de dor. Mas, tudo bem, não deu em nada. Para variar, os médicos não pedem o ultrassom, mas acho que todas deveriam fazer, pois ajuda da detecção precoce do "bicho ruim”.

Num domingo, no início do verão de 2010, que é uma época que muitos adoram, mas que eu, particularmente, não gosto tamanha é a força do senhor Sol, estava curtindo um fim de semana com a família, quando a mão de Deus me levou a perceber uma pequena saliência sobre meu seio esquerdo, mas na parte superior dele, quase no colo. Fiquei assustada! Logo na segunda-feira procurei o CDI para fazer uma mamografia e na terça-feira o exame identificou um pequeno nódulo de 9 mm. No mesmo dia fiz a biópsia, torcendo "para não ser nada” como muitos dizem nessa etapa. Deve ser benigno! E como é demorado o resultado da tal biopsia! Uma semana de tortura aguardando o resultado.

No dia 25 de outubro de 2010 saiu o dito resultado e com um nome pomposo que jamais esquecerei "Carcinoma Ductal Infiltrante” grau II. E aí minha vida virou de cabeça para baixo. O baque inicial é muito grande com sentimento de perda, frustração, raiva, decepção com Deus, enfim, é terrível.

Mas, graças a Deus tenho uma família ótima que me ajudou muito a superar todos esses momentos longos e terríveis. No dia 05 de novembro de 2010 fui operada para a retirada de um quadrante, pelo Dr. Roberto Lima. Para nós, mulheres, o seio não é só um órgão a mais, ele na verdade é uma entidade muito importante, crucial e vital nas nossas vidas que transcende ao próprio órgão em si. Então, retirar parte dele também foi traumático.

Em dezembro de 2010 foi feito um exame chamado mamma gene do DNA do material colhido do meu tumor e este exame ajudou o médico a decidir-se em não fazer a quimioterapia, o que foi muito importante para que eu não passasse pelas consequências sempre inevitáveis desse tratamento. Em janeiro de 2011 iniciei as 30 sessões de radioterapia. Muita dor nas pernas foi a consequência imediata da radio, que o médico dizia que não era do tratamento, mas depois eu descobri que era sim.

Em fins de março começou outra "benção”: tomar o remédio tamoxifeno todo santo dia e seria por cinco anos! Em agosto comecei a ter algumas complicações vaginais e pulmonares. Os problemas no sistema respiratório foram mais graves, já que fui fumante por mais de 30 anos, além de alérgica. Foram muitos remédios com cortisona e outros. Em novembro de 2011, meus médicos sugeriram trocar o tamoxifeno, que poderia ser o causador desses problemas, pelo Arimidex, que estou tomando até agora. Será que ele vai ser melhor que o anterior? As pesquisas dizem que sim, o preço também: o tamoxifeno custava R$120,00 e o novo R$650,00!

Também, sempre que possível, sugiro ouvirmos pelo menos duas opiniões sobre o seu problema, pois ajuda e nos conforta para sabermos que estamos no caminho certo da prevenção e da cura. As redes sociais e internet são outra fonte que, dependendo da sua cabeça, pode ajudar ou não.
Depois de passar por muitos percalços nesses 19 meses, acho que estou melhor de cabeça e também fisicamente. Uma coisa que deixo como importante é o processo da radioterapia. É muito importante saber que há ou pode haver efeitos colaterais que você só vai perceber bem depois de terminar as sessões. A radio pode comprometer um ou mais órgãos que estão perto do foco, que é a região onde estava o tumor. E isso você só vai saber muito depois. No meu caso acho que meu pulmão ficou prejudicado pela radio, mas como provar?

Mas, finalizando, o mais importante é o apoio da família que nos ajuda a superar esses momentos e seguir em frente com a cabeça erguida. E a netinha que falei no início agora já está com 3 anos e meio e ela me ajudou muito a levar a vida bem melhor. Você aprende muito com toda essa situação por que passa, descobre as verdadeiras amigas e amigos.

E eu ainda tive que enfrentar um outro câncer em família, a de minha única nora em 2011, mas aí já é uma outra historia de superação. Tem pessoas que carregam uma cruz muito grande, mas Deus nos dá o tamanho que podemos carregá-la.•.


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