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[CÂNCER DE OVÁRIO] Maria Aparecida dos Santos

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Maria Aparecida - Meu nome é Maria Aparecida dos Santos, tenho 53 anos, sou viúva e tenho um casal de filhos.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer de ovário?

Maria Aparecida - Descobri a doença por meio da coleta do material para um exame de Papanicolaou. No toque o médico percebeu que eu estava com um cisto anexial a direita, fiz um transvaginal e depois uma laparoscopia, onde veio o diagnóstico de câncer de ovário.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico?

Maria Aparecida - Me senti muito triste e arrasada, preocupada em morrer e deixar meus filhos, porque fazia apenas dois anos que tinha perdido meu marido também com câncer.

Instituto Oncoguia - Qual era a sua maior preocupação neste momento?

Maria Aparecida - Minha maior preocupação era contar para os meus filhos que eu estava com a mesma doença que tinha levado o pai deles embora.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Maria Aparecida - Depois disso o meu médico me falou que eu tinha que realizar uma histerectomia total e não podia perder muito tempo, só que o próprio convênio (Samcil) começou me enrolar. Depois de quinze dias descobri que naquela época a parte oncológica deles estava descredenciada por falta de pagamentos, fiquei desesperada! Se não fosse a fé que eu tenho em DEUS e o grande amor que sinto pelos meus filhos, eu tinha feito uma besteira. Mas graças a DEUS eu comecei a pesquisar na internet.

Encontrei o hospital Perola Byngton, fui naquela página do fale conosco e contei todo o meu drama e implorei que eles me ajudassem. No outro dia eles me mandaram um e-mail dizendo que iam tratar o meu caso lá e que eu os procurasse levando os exames e meus documentos. A partir disso comecei a me tratar lá.

Instituto Oncoguia - Você já realizou o tratamento?

Maria Aparecida - Fiz a cirurgia e depois seis meses de quimioterapia.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por que?

Maria Aparecida - Os três últimos meses de quimioterapia, tive muitos enjoos... Não comia quase nada e fiquei anêmica, as plaquetas caíram muito, tive que fazer transfusão de sangue e plaquetas.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais? Qual o pior?

Maria Aparecida - Sim, foram esses os efeito colaterais. As plaquetas caíram para 18.000, tive infecção de urina e dormência nos dedos dos pés.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Maria Aparecida - Quando eu soube que tinha que fazer quimioterapia falei para médica que eu não ia fazer pois meu marido tinha feito trinta e oito seções de quimio e acabou morrendo e que portanto eu não ia fazer. Ela falou pra mim que cada caso era um caso e que se eu quisesse tentar ela estaria lá para me ajudar, mas se eu não quisesse eu teria que dar a vaga para outra paciente que tivesse interesse em se tratar.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Maria Aparecida - Ela me encaminhou para a psicóloga, mas eu só fui em uma consulta. Depois eu não fui mais.

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico? E com nutricionista?

Maria Aparecida - Nem com psicóloga, nem com nutricionista.

Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou?

Maria Aparecida - Estou fazendo exames de três em três meses.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Nos conte sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Maria Aparecida - A minha vida hoje é sempre tentar me ajudar. Cuido do corpo, da mente e do espírito. Em primeiro lugar busco a DEUS sempre. Me preocupo com a alimentação e faço atividades físicas como caminhada e hidroginástica. Meu futuro está nas mãos de DEUS, mas vou sempre contribuir para isso fazendo o melhor para a minha vida e a vida de meus filhos com certeza.

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Maria Aparecida - Eu acho que DEUS não precisa de um câncer para levar alguém embora desse mundo! Temos que lutar sempre, fazer nossa parte e entregar tudo nas mãos de DEUS. E a nossa parte é nos tratar com os médicos e sempre acreditar que o amanhã será sempre melhor. Ninguém pode nos ajudar a não ser nós mesmos.

Instituto Oncoguia - Mais alguma coisa que você gostaria de nos contar?

Maria Aparecida - Sim. Eu fiz a laparoscopia em novembro de 2008, a cirurgia de histerectomia em setembro de 2009 e em dezembro comecei com as quimios.

O tratamento nos dá uma certa segurança e você sempre acaba encontrando com pacientes que já se curaram, o que nos dá esperanças.

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar? De que maneira?

Maria Aparecida - Sim, com os profissionais e também pela internet.

Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar?

Maria Aparecida - Para fazer pesquisas sobre o tratamento e os direitos do paciente. Obrigada pelo espaço.

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