[CÂNCER DE PULMÃO] Aljan de Miranda Araújo

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Aljan Araújo - Aljan de Miranda Araujo, 57 anos, casado, produtor rural e empresário, quatro filhos adultos, leitor e viajante compulsivo.

Instituto Oncoguia - Sr. Aljan, como foi que você descobriu que estava com câncer? Qual é o seu diagnóstico?

Aljan Araújo - Em junho/2006, com séria crise de falta de ar procurei um pneumologista que solicitou raio-x de tórax e em seguida Tomografia + Broncoscopia com biópsia. Diagnosticado um tumor no pulmão de Não Pequenas Células e com tamanho reduzido.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? Qual era a sua maior preocupação neste momento?

Aljan Araújo - A ficha não caiu imediatamente. Imaginava algo como uma pneumonia que trataria facilmente. Meu receio era ter enfisema pulmonar, doença incurável e terrível que havia levado um grande amigo recentemente, sofrendo horrores.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso? Você já começou o tratamento? Quais tratamentos você realizou?

Aljan Araújo - Iniciei tratamento imediato com quimioterapia. Após 2 ciclos de 21 dias o tumor havia sumido da imagem através de tomografia de acompanhamento. O que me fez ficar muito tranquilo. Fiz mais 6 ciclos de quimio. Ao término, fiz ainda 32 sessões de radioterapia.

Instituto Oncoguia - Na sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê?

Aljan Araújo - A quimioterapia, pelo desgaste físico e a limitação/impedimento de ausências prolongadas do local do tratamento, dificultando um dos meus maiores prazeres que é viajar.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais? Qual o pior?

Aljan Araújo - Enjôos e fadiga extrema.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Aljan Araújo - Confiança, que se tornou amizade.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou? Você fez acompanhamento psicológico? E com nutricionista?

Aljan Araújo - Com médico antroposófico e homeopata, que acompanha minha saúde há mais de 20 anos. Não busquei acompanhamento com psicólogo ou nutricionista.

Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou?

Aljan Araújo - Concluí o primeiro tratamento em dezembro/2006. Em maio/2008, após PET-CT, achou-se novo tumor no mesmo pulmão, mas em outro local. Estamos tratando como metástase. Como houve choque anafilático com uma das drogas, tivemos que trocar os quimioterápicos três vezes até encontrarmos a combinação que atenda às expectativas.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? O câncer alterou a sua vida? De que forma?

Aljan Araújo - Limitada, em termos de liberdade para fazer o que quiser a qualquer tempo: viajar, por exemplo, cuido muito mais de minha saúde. A principal alteração que o câncer me trouxe foi a consciência de que sou mortal. Até então, achava que fosse viver indefinidamente.

Instituto Oncoguia - Que sugestões você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Aljan Araújo - Procurar informar-se sobre a doença, seus tratamentos e participar ativamente do tratamento, não deixando tudo nas mãos dos médicos ou de Deus.

Instituto Oncoguia - Gostaria de comentar mais alguma coisa?

Aljan Araújo - Se formos considerar as estatísticas e a sobrevida que alguns médicos pré-definem em prazos exíguos, morreremos de câncer logo, logo. Lamentavelmente, no Brasil, o sistema de saúde é uma total esculhambação: pelo SUS os pacientes oncológicos são tratados como animais: uma tomografia urgente de acompanhamento é agendada para em até oito meses após a requisição; as quimioterapias são realizadas sem qualquer critério e as radioterapias dispensam comentários.

Nós que temos planos de saúde ou atendimentos particulares somos, em função disso, a elite. Mas nosso Presidente repete todo dia que: Nunca neste País, O sistema de saúde esteve tão bem.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer? Você buscou se informar? De que maneira?

Aljan Araújo - Saber é poder, alguém já o disse. Busquei todo o tipo de literatura: altamente técnica, nutricional, biografias, alternativas. Conversei com profissionais da área, enfim tudo. Embora minha formação seja nas áreas Mecânica e Administração, consigo hoje discutir e participar ativamente das decisões do meu tratamento. Trata-se da minha vida. Tenho a obrigação de brigar por ela.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Você tem alguma sugestão a nos dar?

Aljan Araújo - Por meio de uma grande Amiga, com A maiúsculo, a Rosário Orlandelli. Continuem.

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