[CÂNCER DE ÚTERO] Angela Maria Alves

 

Angela Alves - Meu nome é Angela Maria Alves, tenho 24 anos, sou solteira, moro em Araxá/MG (uma cidade linda por sinal) não tenho filhos, adoro passar os finais de semana com o meu namorado. 
 
Instituto Oncoguia - Angela, como foi que você descobriu que estava com câncer? 
 

Angela Alves - No final do ano de 2004, percebi a presença de "caroço” na região do ovário esquerdo, de forma que eu apertava e parecia ser algo duro, um tempo depois percebi o mesmo fato no ovário direito. Resolvi ir ao médico, foi então que ao examinar-me percebeu algo estranho, me pediu com urgência um ultrassom pélvico, ao mostrar o resultado ele me disse que eram cistos no útero, fiquei desesperada, ele me disse que teria que tirar o útero. Resolvi consultar outras médicas, foram realizados novos exames, e me encaminharam para o Hospital Dr. Hélio Angotti, em Uberaba/MG. Lá a minha médica colheu uma biópsia, e veio a confirmação: carcinoma papilar seroso, estágio IV. 
 
Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? Qual era a sua maior preocupação neste momento?

 

Angela Alves - Em estado de choque, eu não tinha idéia do que realmente estava acontecendo comigo, senti uma grande vontade de viver, de me curar, de ser feliz e de enfrentar o que quer que fosse o problema. Minha família entrou em desespero, eu que ainda não sabia de fato a realidade nem dimensão do problema, me tranquilizei e parti pra batalha. Só hoje tenho a real noção do estava acontecendo comigo. 
 
Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso? Você já começou o tratamento?

 

Angela Alves - Após o diagnóstico, já iniciei o tratamento no mesmo momento, fui internada, mais alguns exames foram feitos. Iniciei a quimioterapia dia 23 de dezembro de 2004, só depois veio a cirurgia, radioterapia, cirurgia novamente, e agora estou na reta final, graças a Deus. 
 
Instituto Oncoguia - Qual foi o tratamento mais difícil? Por quê?

Angela Alves - Com certeza a quimioterapia, é um tratamento doloroso, o cabelo, o apetite diminuiu, emagreci 10 kg, sofri bastante no começo, depois da 2º cirurgia recebi uma medicação mais leve, foi então que melhorou. 
 
Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais? Qual o pior?

 

Angela Alves - Tive vários efeitos, mas o pior eram os enjôos, tudo que comia, quando conseguia voltava e isso era horrível. 
 
Instituto Oncoguia - Como era a relação com o seu médico? 
 

Angela Alves - Ainda são ótimas, apesar de me consultar pelo SUS, elas são maravilhosas comigo. São super educadas, pacientes, e bem instruídas na profissão. Amo cada uma e sou muito grata a elas. 
 
Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Angela Alves - No hospital tenho duas médicas, uma que é a responsável direto pelo um tratamento, com quem iniciei. E a outra que me acompanha nas quimioterapias. 
 
Instituto Oncoguia - Como você está agora?

Angela Alves - Ainda não passou tudo, mas sempre digo que o pior já passou sim, hoje sou feliz, mais de bem com a vida. Tenho um namorado maravilhoso que acompanhou desde o começo, me apoia de uma maneira que é raro acontecer. 
 
Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

 

Angela Alves - Ainda não voltou ao normal, mas pretendo chegar lá se Deus quiser. Muito bem, ganhei novas amigas, companheiras de luta, e vivo feliz. 
 
Instituto Oncoguia - Que sugestões você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

 

Angela Alves - Fé, muita fé. Em duas coisas: Deus primeiramente, independente de religião e em segundo lugar acreditar no tratamento, querer sair dessa, ficar lamentando e chorando pelos cantos só vai fazer com os outros tenham dó e não vai resolver o problema. Vontade de viver, é isso que hoje sinto. Fácil não é, mas, tudo na vida que fazemos com fé e vontade têm grandes chances de dar certo e a recompensa é uma vida mais leve. Não se desespere, viva como a situação lhe permitir. Enfrente o tratamento, ame-se, queira o seu próprio bem, e cante, dance, namore, e seja muito feliz!