Câncer, sexo e o corpo masculino

1º passo. Comunicação
 
O primeiro passo na procura de ajuda para questões relacionadas ao sexo e o câncer é conversar com seu médico. No entanto, como muitos profissionais de saúde têm pouca ou nenhuma formação em temas sobre sexualidade, eles podem não ficar a vontade para falar sobre sexo. Se o oncologista não puder ajudá-lo, sugerimos que você pergunte a seu médico de. Se seus médicos não forem capazes de ajudá-lo, sugerimos solicitar um encaminhamento a um profissional especializado.
 
Abaixo relacionamos um roteiro de perguntas que podem lhe orientar numa conversa com o médico sobre sexo durante e após o tratamento. Alguns pontos são muito importantes e não devem ser deixados de lado.

  • Como o tratamento pode afetar minha vida sexual?
  • É seguro fazer sexo agora que fui diagnosticado e vou iniciar (ou já estou fazendo) o tratamento? Se não, quando será possível?
  • Há algum tipo de sexo que devo evitar?
  • Preciso fazer controle de natalidade ou outro tipo de proteção durante o tratamento? Por quanto tempo?
  • Os medicamentos ou tratamentos podem ser transmitidos de alguma forma para a minha parceira?
  • Existe alguma medida de segurança que eu deva tomar? Se sim, por quanto tempo?

2º passo. Funcionamento do corpo
 
          Os órgãos sexuais masculinos
 
Os órgãos genitais do homem, assim como seus órgãos reprodutivos, estão localizados na pelve. O câncer e o tratamento de qualquer um dos órgãos nessa região podem afetar a vida sexual do homem. Esses órgãos incluem o escroto, testículos, epidídimo, canal deferente, glândula prostática, vesículas seminais, uretra, pênis, bexiga e reto.
 
          O papel da testosterona
 
A testosterona é o principal hormônio masculino,  que faz com que os órgãos reprodutivos se desenvolvam além de promover o comportamento sexual e as ereções. A testosterona também é responsável pelas características sexuais secundárias na puberdade, como uma voz mais grave e o crescimento de pelos no corpo e face. Os testículos produzem a maioria desse hormônio. As glândulas suprarrenais, que se localizam acima dos rins também produzem pequenas quantidades de testosterona em homens e mulheres.
 
Os níveis hormonais dos homens variam muito, mas a maioria tem mais testosterona na corrente sanguínea do que o necessário. Um homem com nível baixo de testosterona pode ter dificuldades para ter ou manter ereções e perder o desejo sexual. Os níveis de testosterona tendem a diminuir à medida que o homem envelhece.
 
          O padrão normal de excitação e ereção
 
Uma ereção começa quando o cérebro envia um sinal para a medula espinhal  através dos nervos que chegam à pelve. Alguns dos nervos que provocam uma ereção se situam dos dois lados da glândula prostática.
 
Quando este sinal é recebido, o tecido esponjoso no interior do pênis relaxa e dilata os vasos sanguíneos que levam o sangue para o pênis. Como as paredes se expandem, o sangue preenche dois tubos esponjosos de tecido no interior do pênis. As veias que normalmente drenam o sangue do pênis, ficam fechadas para que mais sangue permaneça dentro. Isso faz com que se produza um grande aumento da pressão dentro do pênis, provocando a ereção.
 
Os nervos que permitem a um homem sentir prazer quando o pênis é tocado têm origem em diferentes nervos que controlam o fluxo de sangue e produzem a ereção. Mesmo que um nervo esteja lesionado, ou os vasos sanguíneos sejam bloqueados, isso não impede que o homem tenha ereções e possa atingir o orgasmo.
 
Um terceiro conjunto de nervos controla a ejaculação.
 
          Como o orgasmo masculino acontece
 
O orgasmo do homem tem duas fases:

  • A primeira fase é denominada emissão. É quando ocorre a contração da próstata, vesículas seminais e canal deferente. Durante a emissão, o sêmen é depositado próximo à parte superior da uretra, pronto para ser enviado para fora (ejaculação). Nesse momento, uma pequena válvula na parte superior do tubo se fecha para impedir que o sêmen vá para a bexiga. O homem sente a emissão como "o ponto sem retorno," quando sabe que está prestes a ter um orgasmo. A emissão é controlada pelo sistema nervoso simpático ou involuntário.
  • A ejaculação é a segunda fase do orgasmo. É controlada pelos mesmos nervos que levam os sinais de prazer quando a área genital é acariciada. Esses nervos fazem com que os músculos ao redor da base do pênis se contraiam ritmicamente, empurrando o esperma através da uretra para fora do pênis. Ao mesmo tempo, mensagens de prazer são enviadas para o cérebro. Essa sensação é conhecida como orgasmo.

3ª passo. Gerenciando problemas
 
Alguns pontos importantes para manter a vida sexual durante ou após o tratamento do câncer:
 
Aprenda tanto quanto você puder sobre os possíveis efeitos do tratamento sobre a sexualidade. Converse com seu médico sobre o que você deve esperar e como você poderá gerenciar cada questão.
 
Lembre-se que, independentemente do tipo de tratamento que esteja fazendo (ou já fez), você ainda será capaz de sentir prazer. Alguns tratamentos contra o câncer podem danificar os nervos e os músculos envolvidos na sensação de prazer e do orgasmo. Por exemplo, alguns tipos de tratamento podem danificar a capacidade de um homem ter ereções. Mas, a maioria dos homens que não podem ter ereções ou produzir sêmen, pode ainda ter orgasmos com formas específicas de toque.
 
Mantenha a mente aberta sobre as formas de sentir prazer. Alguns casais têm uma visão estreita do que a atividade sexual significa realmente para eles. Se ambos os parceiros não podem atingir o orgasmo durante a penetração, podem se sentir decepcionados. Mas, para pacientes em tratamento de câncer, pode haver momentos nos quais a relação sexual não é possível. Isso pode dar a chance de aprender novas maneiras de fazer e sentir prazer sexual. Você e seu parceiro podem se ajudar e atingir o orgasmo através de toques e carícias. Às vezes, só carinho pode ser prazeroso. Não evite o prazer sexual só porque mudou sua rotina.
 
Tenha claro que a conversa com seu parceiro é uma via de duas mãos, assim como a conversa com seu médico. Se você sente vergonha de perguntar ao seu médico se a atividade sexual é adequada, você nunca vai descobrir. Converse com seu médico sobre sexualidade e câncer e comente com seu parceiro o que você aprendeu. Uma boa comunicação é a chave para ajustar sua rotina sexual quando o câncer muda seu corpo. Se você se sentir fraco ou cansado e deseja que sua parceira assuma um papel mais ativo, diga isso a ela. Se alguma parte do seu corpo se encontra sensível ou dolorida, você pode guiar o toque e carícias de sua parceira para criar maior prazer e evitar desconforto.
 
Aumente sua auto-estima. Lembre-se de suas qualidades. Se você perder seu cabelo, pode se sentir melhor, por exemplo, raspando a cabeça. Alimentar-se bem e praticar exercícios ajudam a manter o corpo e o espírito fortes. Busque algo que o ajuda a relaxar, como filmes, hobbies ou simplesmente ficar ao ar livre. Se você está deprimido ou se a ansiedade está causando problemas, procure assistência profissional.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/02/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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