Causas da síndrome mielodisplásica
Alguns casos de síndrome mielodisplásica estão ligados a fatores de risco conhecidos, mas para a maioria, a causa é desconhecida.
Os pesquisadores fizeram progressos na compreensão de como certas alterações no DNA das células da medula óssea podem causar a síndrome mielodisplásica. O DNA é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todas as células. Normalmente, as pessoas se parecem com seus pais, porque eles são a fonte de seu DNA. Entretanto, o DNA também pode influenciar o risco de desenvolver certas doenças, como alguns tipos de câncer.
Alguns genes contêm instruções para controlar o crescimento e divisão das células. Os genes que promovem a divisão celular são chamados oncogenes. Os genes que retardam a divisão celular ou levam as células a morte no momento certo são chamadas de genes supressores de tumor. Os cânceres podem ser causados por alterações do DNA que se transformam em oncogenes ou desativam os genes supressores de tumor.
Normalmente, são necessárias mutações em vários genes diferentes nas células da medula óssea antes que uma pessoa desenvolva a síndrome mielodisplásica. Algumas das mutações mais frequentemente observadas incluem as presentes nos genes DNMT3A, TET2, ASXL1, TP53, RUNX1, SRSF2 e SF3B1. Algumas dessas alterações podem ser herdadas de um dos pais, mas frequentemente ocorrem durante a vida de uma pessoa.
Alterações genéticas hereditárias
As alterações genéticas que causam algumas síndromes hereditárias raras, como o distúrbio plaquetário familiar com propensão à malignidade mieloide, estão associadas ao risco aumentado de desenvolver a síndrome mielodisplásica, que é causada por alterações hereditárias no gene RUNX1. Normalmente, esse gene controla o desenvolvimento das células sanguíneas. Alterações neste gene podem fazer com que as células sanguíneas não amadureçam, aumentando o risco de desenvolver a síndrome mielodisplásica.
Alterações genéticas adquiridas durante a vida
Às vezes, síndromes hereditárias ocorrem sem motivo aparente.
Algumas exposições externas podem levar ao desenvolvimento da síndrome ao danificar o DNA nas células da medula óssea. Por exemplo, a fumaça do tabaco contém substâncias químicas que podem danificar os genes. A exposição às radiações ou a certos produtos químicos, como benzeno ou alguns medicamentos quimioterápicos, também pode causar mutações que levam ao desenvolvimento da síndrome.
As alterações genéticas dentro das células podem se acumular ao longo da vida de uma pessoa, o que pode explicar porque a síndrome mielodisplásica afeta, na maioria das vezes, às pessoas mais velhas.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 22/01/2018, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.