Causas do neuroblastoma
As causas da maioria dos neuroblastoma são desconhecidas. Mas os pesquisadores descobriram diferenças importantes entre as células do neuroblastoma e os neuroblastos normais a partir dos quais eles se desenvolvem.
As células nervosas e as células da região medular da glândula suprarrenal se desenvolvem a partir das células do feto denominadas neuroblastos. Os neuroblastomas se desenvolvem quando os neuroblastos fetais normais não se tornam células nervosas maduras ou células da medula suprarrenal, e mesmo assim continuam crescendo e dividindo.
Os neuroblastos podem não estar completamente amadurecidos no momento do nascimento da criança. A maioria deles eventualmente se desenvolve em células nervosas ou simplesmente morre e não forma neuroblastomas.
Por outro lado, os neuroblastos remanescentes em crianças pequenas continuam crescendo e formam tumores. Alguns podem até se disseminar para outras partes do corpo. Mas muitos desses tumores, eventualmente, amadurecem dentro do tecido nervoso ou desaparecem por conta própria.
A incapacidade de alguns neuroblastos de amadurecerem é porque eles têm alterações no DNA no interior das células. O DNA é um composto orgânico encontrado no núcleo de cada célula, em estruturas denominadas cromossomos cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todas as células. Normalmente, as pessoas se parecem com seus pais, porque eles são a fonte de seu DNA. Entretanto, o DNA também pode influenciar o risco de desenvolver certas doenças, como alguns tipos de câncer.
Os genes que retardam a divisão celular ou levam as células à morte no momento certo são chamadas de genes supressores de tumor. Os cânceres podem ser causados por alterações do DNA que se transformam em oncogenes ou desativam os genes supressores de tumor.
Na maioria dos casos, as células do neuroblastoma têm algum tipo de alteração cromossômica que provavelmente afeta determinados genes. Os pesquisadores ainda estão tentando determinar quais genes são afetados por essas alterações cromossômicas, bem como a forma como essas mudanças podem afetar o crescimento das células do neuroblastoma.
Já as alterações genéticas adquiridas são encontradas apenas nas células cancerosas da criança, portanto, não são herdadas de um dos pais.
Em casos raros, o neuroblastoma ocorre devido a alterações herdadas de um dos pais. Alterações herdadas no oncogene ALK parecem ser responsáveis pela maioria dos casos de neuroblastoma hereditário. Uma pequena porcentagem de neuroblastomas hereditários são causados por alterações no gene PHOX2B, que normalmente ajuda as células nervosas a amadurecerem.
Algumas alterações genéticas podem afetar a rapidez com que o neuroblastoma se desenvolve. Por exemplo, algumas vezes as células do neuroblastoma contêm cópias extras do oncogene MYCN, que muitas vezes é um sinal de que o tumor irá crescer rapidamente e pode ser mais difícil de tratar. Por outro lado, o gene NTRK1, que produz a proteína TrkA, é frequentemente hiperativo em células de neuroblastoma com prognóstico favorável. As células do neuroblastoma em crianças mais velhas são mais propensas a ter alterações no gene supressor de tumor ATRX. Os tumores com essa alteração genética tendem a crescer mais lentamente, mas são mais difíceis de curar. Isso ajuda a explicar porque as crianças diagnosticadas mais jovens com neuroblastoma controlam melhor a doença a longo prazo do que as crianças diagnosticadas mais velhas.
Atualmente, não existem causas relacionadas com o estilo de vida ou ambientais conhecidas para o aparecimento de neuroblastomas, por isso é importante lembrar que não existe nada que essas crianças ou seus pais poderiam ter feito para evitar esse tipo de câncer.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 28/04/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.