Cirurgia para câncer de ânus

A cirurgia não é a primeira opção terapêutica para a maioria dos pacientes com câncer de ânus. Para pacientes que precisam de cirurgia, o tipo de procedimento dependerá do tipo e localização do tumor.
 
Ressecção local
 
A ressecção local é a mais utilizada para tratar os tumores de ânus. Nesse procedimento é retirado apenas o tumor com uma pequena margem de tecido normal em torno da lesão. Essa técnica pode ser usada se o tumor é pequeno e não se disseminou para os tecidos adjacentes ou linfonodos.
 
Na maioria dos casos, a ressecção local preserva o esfíncter (anel muscular que abre e fecha o ânus), o que permite o movimento normal do intestino após a cirurgia.
 
Ressecção abdominoperineal
 
A ressecção abdominoperineal é uma cirurgia mais extensa, que envolve incisões no abdômen e ao redor do ânus. Nesse procedimento, o cirurgião pode também remover alguns gânglios linfáticos da virilha, embora a dissecção dos linfonodos possa ser realizada posteriormente.
 
A retirada do ânus implica na realização de uma nova abertura denominada colostomia para permitir a eliminação das fezes.
 
Possíveis riscos e efeitos colaterais
 
Os potenciais efeitos colaterais da cirurgia dependem de vários fatores, como extensão do procedimento realizado e estado geral de saúde do paciente antes da cirurgia. A maioria dos pacientes sentirá, pelo menos, um pouco de dor após a cirurgia, que geralmente é controlada com medicamentos, se necessário. Outros problemas podem incluir reações à anestesia, lesões em órgãos adjacentes durante o procedimento, hemorragias, coágulos sanguíneos nas pernas e infecções da pele no local da ferida cirúrgica.
 
Após a ressecção abdominoperineal, o paciente pode apresentar aderências no abdômen. Isso, às vezes, pode provocar dor ou problemas digestivos.
 
Os pacientes que precisam de uma colostomia permanente após a ressecção abdominoperineal
podem levar algum tempo para se acostumar e exigir alguns ajustes no estilo de vida.
 
Para pacientes homens, esse tipo de cirurgia pode não permitir mais ereções ou afetar a capacidade de atingir o orgasmo ou diminuir a intensidade do prazer durante o orgasmo. Também pode lesionar os nervos que controlam a ejaculação, provocando orgasmos sem sêmen. Já para as mulheres, essa cirurgia não provoca perda da função sexual, mas as aderências abdominais, podem provocar dor durante a relação sexual.
 
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Cirurgia Oncológica.
 
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 09/09/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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