Criocirurgia para câncer de próstata
Os tratamentos ablativos utilizam calor ou frio extremos ou outros métodos para destruir o tecido da próstata, em vez de removê-lo com cirurgia ou tratá-lo com radiação.
A principal vantagem dessa técnica é que provavelmente terá menos efeitos colaterais do que os tratamentos que afetam toda a próstata, como cirurgia ou radioterapia. No entanto, também pode ter algumas limitações como, por exemplo:
- Ainda não está clara a resposta desse tipo de tratamento a longo prazo.
- A terapia focal pode não ser uma boa opção se o tumor estiver muito próximo da uretra.
- Os homens que fazem terapia focal normalmente ainda necessitam do mesmo tipo de acompanhamento após o tratamento que os homens que optam pela vigilância ativa.
Crioterapia
A criocirurgia também denominada crioterapia ou crioablação é utilizada para tratar por congelamento o câncer de próstata localizado.
A crioterapia pode ser uma opção de tratamento para homens com câncer de próstata em estágio inicial de baixo risco que não possam fazer cirurgia ou radioterapia. A maioria dos médicos não usa crioterapia como o primeiro tratamento para o câncer de próstata, mas às vezes é uma opção para tratar a recidiva da doença após a radioterapia. Esse procedimento é realizado com o paciente sob anestesia regional ou geral.
Nessa abordagem, o médico insere várias sondas vazias através da pele entre o ânus e o escroto, guiado por ultrassom transretal. Gases frios são inseridos através das agulhas, criando esferas de gelo que destroem a próstata. Gases mais quentes passam pelas sondas para descongelar a área. Esse processo geralmente é repetido.
Para ter certeza que o tecido prostático é destruído sem danos aos tecidos vizinhos, o médico acompanha as imagens por ultrassom. Um cateter é mantido no lugar por várias semanas após o procedimento para permitir que a bexiga esvazie enquanto o paciente se recupera.
A criocirurgia é menos invasiva do que a cirurgia, por isso há menos tempo de internação, menor período de recuperação e menos dor.
Possíveis efeitos colaterais da crioterapia
Os efeitos colaterais da criocirurgia tendem a ser piores se for realizada em homens que já fizeram radioterapia.
A maioria dos homens apresenta sangue na urina durante um dia ou dois após o procedimento, bem como dor na área onde as agulhas foram colocadas. Inchaço no pênis ou escroto também é frequente.
O congelamento pode também afetar a bexiga e o reto, o que pode provocar dor, sensação de queimação e necessidade de esvaziar a bexiga e o intestino frequentemente, no entanto a maioria dos homens recupera a função intestinal e da bexiga ao longo do tempo.
O congelamento pode danificar os nervos próximos da próstata e causar impotência nos homens que fazem a criocirurgia. A disfunção erétil é mais frequente após a criocirurgia do que após a prostatectomia radical.
A incontinência urinária é rara em homens que fazem a criocirurgia como primeira opção de tratamento, mas é frequente em homens que já fizeram radioterapia.
Uma fístula entre o reto e a bexiga pode se formar em uma pequena porcentagem dos homens após a criocirurgia. Essa complicação rara, mas grave, faz com que a urina vaze para o reto e, muitas vezes requer uma cirurgia de reparação.
Ultrassom focalizado de alta intensidade
O ultrassom focalizado de alta intensidade utiliza feixes de ultrassom altamente focados para aquecer e destruir o tecido da próstata.
Embora os dispositivos dessa técnica já estejam aprovados para destruir o tecido prostático, ainda não foram especificamente aprovados para o tratamento do câncer de próstata. Ainda não está claro como a eficácia dessa técnica a longo prazo se compara à cirurgia ou radioterapia.
Ela pode ser uma opção de tratamento se o câncer de próstata recidivar após a radioterapia.
Os efeitos colaterais após o tratamento podem incluir dor na área de tratamento, sangue na urina, risco aumentado de infecção do trato urinário, dificuldade para urinar e necessidade de urinar com frequência.
Outros tipos de terapias ablativas
Outros tipos de tratamentos ablativos também estão sendo desenvolvidos, como, por exemplo:
Ablação por ultrassom transuretral. Este procedimento usa feixes de ultrassom de alta intensidade para aquecer e destruir com precisão partes ou toda a próstata. Entretanto, nesta técnica, a sonda de ultrassom é mais fina sendo inserida através da abertura da uretra no pênis e não no reto. É usada a ressonância magnética em tempo real para obter imagens da próstata e orientar o tratamento.
Ablação focal a laser. Nesta abordagem, uma fina fibra de laser é inserida na próstata próximo ao tumor. Isso é feito com o uso de imagens de ressonância magnética para orientação, embora alguns pesquisadores também estejam estudando o uso do ultrassom. O laser é então ativado para aquecer e destruir o tecido da próstata.
Terapia fotodinâmica. Neste procedimento um medicamento ativado pela luz é injetado no sangue por via intravenosa. Após, um laser de baixa energia é inserido na próstata e direcionado ao tumor por meio de fibras ópticas. Essa luz ativa a droga, que destrói os vasos sanguíneos ao redor do tumor.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 22/11/2023, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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