Exames de imagem para câncer de próstata

Se um paciente é diagnosticado com câncer de próstata, o médico usará os achados do exame de toque retal, o resultado do PSA e a pontuação Gleason junto com o laudo da biópsia para saber o quanto a doença está disseminada. A partir dessas informações o médico determina quais exames de imagem são necessários para finalizar o diagnóstico e definir o tratamento. Homens com exame de toque retal normal, PSA baixo e pontuação de Gleason baixa podem não precisar de exames de imagem, uma vez que a chance da doença ter se disseminado é baixa. 

Os exames de imagem mais utilizados para identificar o câncer de próstata incluem:

  • Ultrassom transretal

Nesse exame, uma pequena sonda inserida no reto do paciente capta os ecos e um programa de computador os transforma em uma imagem em preto e branco da próstata. O procedimento geralmente dura menos de 10 minutos e é realizado em consultório médico ou ambulatório. O procedimento é indolor e a área geralmente é anestesiada.

Essa técnica pode ser usada em diferentes situações:

  1. Para diagnosticar áreas suspeitas na próstata em homens que têm um resultado anormal no exame de toque retal ou PSA.
  2. Durante uma biópsia da próstata para guiar o posicionamento correto das agulhas.
  3. Para medir o tamanho da próstata, e determinar a densidade do PSA.
  4. Pode ser usado como guia durante algumas formas de tratamento, como braquiterapia ou crioterapia.
  • Ressonância magnética

A ressonância magnética é um método de diagnóstico por imagem, que utiliza ondas eletromagnéticas para a formação das imagens detalhadas dos tecidos moles do corpo. Para uma melhor visualização dos detalhes é injetado na veia o contraste com gadolínio antes da realização dos exames.

A ressonância magnética pode ser usada em diferentes situações:

  1. Para determinar se um paciente com um exame de rastreamento anormal ou com sintomas que possam ser câncer deva fazer uma biópsia da próstata.
  2. Se uma biópsia da próstata for planejada, uma ressonância magnética pode ser feita para localizar e direcionar áreas da próstata com maior probabilidade de conter a doença. Isso geralmente é feito usando um sistema de fusão de ressonância magnética/ultrassom.
  3. Durante uma biópsia da próstata para guiar o posicionamento correto das agulhas.
  4. Para determinar o estadiamento da doença. A ressonância magnética pode mostrar se existe disseminação da doença até as vesículas seminais ou outras estruturas próximas. Isso é importante para determinar as opções de tratamento. Mas as ressonâncias magnéticas geralmente não são necessárias para o câncer de próstata recém-diagnosticados que provavelmente ficará confinado à próstata com base em outros fatores.

Ressonância magnética multiparamétrica. Essa técnica pode ser usada para definir melhor as possíveis áreas de câncer na próstata, bem como para ter uma ideia da rapidez da disseminação da doença. Também pode mostrar se a doença cresceu fora da próstata ou se está disseminada. 

Biópsia da próstata guiada por fusão de ressonância magnética/ultrassom. Nessa abordagem, realiza-se uma ressonância magnética alguns dias ou semanas antes da biópsia para diagnosticar áreas anormais na próstata. Durante a biópsia propriamente dita, o ultrassom transretal é feito para visualizar a próstata e um programa de computador especial é usado para fundir as imagens de ressonância magnética e do ultrassom na tela do computador. Isso ajuda a garantir que se obtenham amostras de biópsia de qualquer área suspeita vista nas imagens.

  • Cintilografia óssea

Quando o câncer de próstata se dissemina, muitas vezes o primeiro local é para os ossos. A cintilografia óssea é o exame indicado para diagnosticar a metástase óssea.

A cintilografia óssea consiste na injeção de uma pequena quantidade de material radioativo na veia do paciente, após algumas horas esse material é atraído pelo tecido ósseo que apresenta a doença. Para registrar as áreas de captação do material radioativo é utilizada uma gama câmera que detecta a radioatividade e cria uma imagem do esqueleto.

A cintilografia óssea pode sugerir a presença de doença metastática, mas para fazer um diagnóstico preciso, outros exames, como radiografias simples, tomografia computadorizada ou ressonância magnética ou até mesmo uma biópsia óssea podem ser necessários.

  • Tomografia por emissão de pósitrons (PET)

O PET scan é semelhante a cintilografia óssea, uma vez que uma substância radioativa (marcador) é injetada no sangue, e posteriormente detectada numa câmera especial. Mas os exames PET usam diferentes marcadores que são coletados principalmente em células cancerígenas.

O marcador utilizado com mais frequência é o FDG, que é um tipo de açúcar. Infelizmente, este tipo de PET não é muito útil para diagnosticar células cancerígenas da próstata. No entanto, novos tipos de marcadores, muitas vezes, podem ser úteis para uso em pacientes com câncer de próstata. Os marcadores mais recentes, considerados os melhores no diagnóstico de células cancerígenas da próstata incluem fluciclovina F18, fluoreto de sódio F18 e colina C11.

Outros traçadores recentes, que se ligam ao antígeno da membrana específica da próstata, uma proteína que é frequentemente encontrada em grandes quantidades nas células do câncer de próstata, incluem Ga 68 PSMA-11 (Ga 68 gozetotide, Locametz e Illuccix), 18F-DCFPyl (piflufolastat F 18 ou Pylarify) e 18F-rhPSMA-7.3 (flotufolastat F 18 ou Posluma).

  • Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada é uma técnica de diagnóstico por imagem que utiliza raios X para visualizar imagens transversais detalhadas de pequenas fatias de regiões do corpo, por meio da rotação do tubo emissor de raios X ao redor do paciente. Esse exame geralmente não é realizado para câncer de próstata recém-diagnosticado, se a doença estiver confinada à próstata com base em outros achados (resultado do exame de toque retal, do PSA e pontuação de Gleason). Mesmo assim, às vezes pode ser útil para verificar se a doença se disseminou para os linfonodos próximos. Também, é útil se a doença recidivou após o tratamento, para verificar se está invadindo outros órgãos ou estruturas da pelve.

A tomografia computadorizada não é tão útil quanto a ressonância magnética para observar a própria próstata.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 22/11/2023, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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