Familiar ativo e responsável
Há pelo menos 1 ano e meio, Hortência, de 27 anos, começou a sentir dores na região da barriga e passou a apresentar sangue nas fezes. Moradora de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, ela procurou o hospital São João Batista para a realização de colonoscopia, mas o equipamento estava quebrado. Apenas seis meses depois de sua primeira ida ao hospital foi que conseguiu realizar o exame.
“Os médicos nos sugeriram fazer a biópsia de forma particular porque nos disse que pelo SUS ia demorar de dois a três meses para termos o resultado, então pagamos para tentar agilizar o diagnóstico dela”, conta Clauber de Carvalho, marido de Hortência, que entrou em contato com a gente pelo canal Ligue Câncer (0800 773 1666) para tirar algumas dúvidas.
Em busca dos direitos do paciente
Hortência acabou recebendo o diagnóstico de câncer de intestino no começo de abril de 2019. O médico indicou a necessidade de realizar cirurgia para retirada do tumor e solicitou que ela realizasse alguns exames pré-operatórios. Quando a paciente foi inserida na regulação para a realização de uma tomografia, ela foi informada de que o exame demoraria de dois a três meses, pois havia 160 pessoas na fila na frente dela.
Foi quando Clauber começou a pesquisa sobre a doença na internet em busca dos direitos da esposa e encontrou o Oncoguia no Google. Em contato com nossa especialista de atendimento Vilmena Cruz, Clauber queria saber o que poderia ser feito para ajudar sua esposa. Apresentamos a ele a Lei dos 60 dias, informando que com essa demora para a realização dos exames pré-operatórios, muito provavelmente a lei seria descumprida. Por isso, orientamos que eles apresentassem uma reclamação por escrito na ouvidoria do Hospital para que a tomografia fosse realizada, viabilizando dessa forma a cirurgia dentro do prazo de até 60 dias após o diagnóstico.
Após ter feito a reclamação na ouvidoria, o hospital a chamou para fazer a tomografia. Hortência passou pelo exame e por uma avaliação com cardiologista e anestesista entre os dias 14 e 15 de maio. Os exames foram apresentados ao oncologista em 28 de maio e a cirurgia foi realizada em 12 de junho. “No dia da cirurgia entrei em contato com o Oncoguia e a Vilmena me ouviu e me acalmou.”
“No SUS é tudo muito complicado. Falei da lei no hospital porque antes a gente tinha que esperar para fazer tudo, exame, consulta, tratamento. Depois disso conseguimos que ela passasse pela cirurgia em dois meses e 10 dias após o diagnóstico”, conta. Após a retirada de 20 centímetros do intestino, uma nova amostra de material foi enviada para biópsia para avaliar a necessidade de um novo tratamento.
A Hortência conseguiu, com a ajuda de um familiar muito ativo e responsável, começar seu tratamento dentro de 60 dias, mas o caso dela nos mostra uma barreira muito grave no SUS, a dificuldade para fazer exames mesmo quando a pessoa apresenta algum sinal ou sintoma. Fique atento, cuide-se e vá atrás dos seus direitos.
E você, paciente com câncer, conhece os seus direitos? Acesse nossa página Direitos dos Pacientes e informe-se. E se ficar alguma dúvida, entre em contato pelo nosso Canal Ligue Câncer.