Gerenciando o risco de câncer
Várias opções estão disponíveis para gerenciar o risco de câncer em pessoas com uma mutação BRCA1 ou BRCA2 conhecida. Isso inclui rastreamento, cirurgia profilática (para redução de risco) e quimioprevenção.
Rastreamento. Algumas mulheres com teste positivo para as mutações BRCA1 e BRCA2 podem iniciar o rastreamento do câncer de mama em idades mais jovens e/ou fazer o rastreamento mais frequentemente do que as mulheres com risco médio para o câncer de mama. Por exemplo, alguns médicos recomendam que as mulheres portadoras de mutação no BRCA1 ou BRCA2 sejam submetidas a exames clínicos das mamas a partir dos 25 aos 35 anos de idade. E alguns grupos de médicos sugerem que as mulheres portadoras de mutação façam mamografia anual, a partir dos 25 anos até os 35 anos.
Os exames de rastreamento para o câncer de mama são feitos para detectar o câncer em pessoas assintomáticas. As pessoas portadoras de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 precisam ser rastreadas para câncer de mama mais cedo e com mais frequência do que outras mulheres. Elas também devem estar cientes dos sinais de alerta do câncer de mama.
Esse rastreamento pode aumentar a chance de diagnosticar câncer de mama em um estágio inicial e aumentar a chance de sucesso do tratamento. Estudos mostraram que a ressonância magnética tem sido mais eficaz do que a mamografia no diagnóstico de tumores, particularmente em mulheres mais jovens com alto risco de câncer de mama. No entanto, a mamografia também pode identificar alguns cânceres de mama que não são observados na ressonância magnética. Além disso, a ressonância magnética pode ser menos específica, ou seja, levar a mais resultados falso-positivos do que a mamografia.
Recomenda-se os seguintes exames para o rastreamento para pessoas com mutações nos genes BRCA 1 e BRCA2:
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Exame clínico das mamas |
Mamografia |
Ressonância magnética |
Até os 25 anos |
Semestralmente |
Não recomendado |
Não recomendado |
Entre os 25 e 29 anos |
Semestralmente |
Apenas se a ressonância magnética da mama não estiver disponível. Anualmente |
Anualmente (Se a ressonância magnética da mama não estiver disponível, mamografia) |
A partir dos 30 anos |
Semestralmente |
Anualmente |
Anualmente |
Atualmente, não existem métodos eficazes de rastreamento para o câncer de ovário. Alguns grupos recomendam ultrassom transvaginal, exames de sangue para o antígeno CA-125 e exames clínicos para o rastreamento de câncer de ovário em mulheres com mutações BRCA1 ou BRCA2, mas nenhum desses métodos parece diagnosticar tumores de ovário em estágio inicial o suficiente para reduzir o risco de morrer. Para um método de rastreamento ser considerado eficaz, deve demonstrar a redução da mortalidade pela doença. Esse padrão ainda não foi cumprido para o rastreamento do câncer de ovário.
Os benefícios do rastreamento do câncer de mama e de outros cânceres em homens que têm mutações BRCA1 ou BRCA2 também não são conhecidos, mas alguns grupos de especialistas recomendam que os homens portadores de uma mutação se submetam a exames de mama regulares, bem como a testes para câncer de próstata.
Texto originalmente publicado nos sites National Cancer Institute (30/01/2018), National Breast Cancer Foundation (25/09/2020) e Susan G. Komen (25/02/2020), livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.