Imunoterapia para câncer de pulmão de pequenas células
Imunoterapia é um tratamento que utiliza medicamentos para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerígenas de forma mais eficaz.
Conheça alguns tipos de imunoterapia usados no tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células.
Inibidores do controle imunológico
O sistema imunológico possui mecanismos chamados de “pontos de verificação” ou moléculas de controle imunológico, que regulam sua resposta, ativando ou desativando células imunológicas. Algumas células cancerígenas, utilizam esses pontos de controle para evitar o ataque ao sistema imunológico. Os medicamentos imunoterápicos que têm como alvo esses pontos de controle restauram a resposta imunológica contra as células do câncer de pulmão de pequenas células.
Inibidores do PD-L1
Os medicamentos atezolizumabe e o durvalumabe têm como alvo a proteína PD-L1, presente em algumas células tumorais e células imunológicas. Ao bloquear essa proteína também impulsiona a resposta imunológica contra as células cancerígenas. Esses medicamentos podem ser usados como parte do tratamento de primeira linha para o câncer de pulmão de pequenas células avançado, junto com o etoposídeo e um quimioterápico de platina, como carboplatina ou cisplatina. Depois pode ser continuado isoladamente como terapia de manutenção.
Esses medicamentos são administrados como infusão intravenosa geralmente a cada duas, três ou quatro semanas. O atezolizumabe também pode ser administrado por via intravenosa durante vários minutos, normalmente uma vez a cada três semanas.
Os efeitos colaterais desses medicamentos podem incluir fadiga, tosse, náuseas, erupções cutâneas, perda de apetite, constipação, dores articulares e diarreia. Outros efeitos colaterais importantes podem ocorrer com menos frequência incluem:
- Reações à infusão: Alguns pacientes podem apresentar reação alérgica à infusão enquanto recebem os medicamentos. Os sintomas podem incluir febre, calafrios, rubor facial, erupções cutâneas, coceira, sensação de tontura, chiado no peito e dificuldade respiratória.
- Reações autoimune. Esses medicamentos agem basicamente removendo os freios do sistema imunológico do corpo. Às vezes, o sistema imunológico ataca outras partes do corpo, o que pode provocar problemas importantes nos pulmões, intestinos, fígado, glândulas produtoras de hormônios, rins ou outros órgãos.
É importante comunicar imediatamente o aparecimento de qualquer efeito colateral ao seu médico. Se ocorrerem efeitos colaterais graves, pode ser necessário interromper o tratamento e recorrer para o controle do sistema imunológico com a administração de corticosteroides
Engajador de células T biespecifico (BiTE)
O tarlatamabe é um medicamento imunoterápico conhecido como engajador de células T biespecifico. Após ser injetado no organismo, parte do medicamento se liga às células imunológicas denominadas células T, enquanto outra parte se liga à proteína DLL3 nas células de câncer de pulmão de pequenas células. Isso faz com que ambos ajudem o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas. O tarlatamabe é usado no tratamento do CPPC estágio extenso que não está mais respondendo a quimioterapia com um medicamento de platina (como cisplatina ou carboplatina).
Este medicamento é administrado por infusão intravenosa, normalmente uma vez por semana no início e, depois, uma vez a cada duas semanas.
Os efeitos colaterais desses medicamentos podem incluir febre, cansaço, náuseas, perda de apetite, paladar metálico, dor muscular ou óssea, constipação e resultados anormais de exames de sangue.
O tarlatamabe também pode provocar efeitos colaterais relevantes, como:
- Síndrome de liberação de citocina. Pode ocorrer quando as células T liberam substâncias químicas (citocinas) que aumentam a resposta imunológica. Isso acontece com mais frequência no primeiro dia após a infusão. Os sintomas podem incluir febre e calafrios, náuseas e vômitos, dificuldade respiratória, cansaço, aumento da frequência cardíaca, vertigem ou confusão, dor de cabeça e problemas de equilíbrio e movimento, como dificuldade para andar.
- Problemas no sistema nervoso. Podem surgir dias ou semanas após o tratamento, causando dores de cabeça, dormência ou formigamento nas mãos ou pés, tontura ou confusão, dificuldade para falar, perda de memória, dificuldade para dormir, desmaio, tremor e convulsão.
- Infecções graves. Informe seu médico se tiver sintomas, como febre, tosse, dor no peito, falta de ar, dor de garganta, erupção cutânea ou dor ao urinar.
- Diminuição das taxas sanguíneas. Aumentam o risco de infecções ou sangramento provocando fadiga ou falta de ar.
- Problemas hepáticos. Sintomas incluem cansaço, perda de apetite, dor na parte superior do abdômen, urina de cor escura ou icterícia.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Imunoterapia.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 23/09/2024, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.