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INCA divulga pesquisa inédita sobre o panorama do câncer de cabeça e pescoço no Brasil

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O Instituto Nacional de Câncer (INCA) conduziu um estudo inédito, que revela que cerca de 80% dos tumores de cabeça e pescoço diagnosticados no Brasil, entre 2000 e 2017, foram identificados em estágios avançados, evidenciando também a relação entre o nível de escolaridade e o estadiamento da doença. Esse dado compromete seriamente as chances de tratamento e cura, destacando a urgência de ações para levar ao diagnóstico precoce.

O trabalho acadêmico “Disparidades no estágio do diagnóstico de tumores de cabeça e pescoço no Brasil: uma análise abrangente de registros hospitalares de câncer”, publicado na The Lancet Regional Health – Americas, analisou mais de 145 mil casos e revelou que quanto menor o nível de educação, maior a probabilidade de diagnóstico em estágios avançados. Além disso, o estudo mostrou que os mais jovens apresentaram maior risco de diagnóstico tardio.

Dos casos analisados no estudo, 78,2% foram diagnosticados nos estágios III ou IV. A maior porcentagem de tumores em estágio avançado ocorreu na hipofaringe (91,3%), seguida pela orofaringe (86,6%), cavidade oral (75,1%) e laringe (69,5%). A maioria dos pacientes era do sexo masculino (80%), com menos de 50 anos, baixa escolaridade e consumidores de álcool e tabaco. 

Geralmente, os pacientes diagnosticados com câncer na região da cabeça e pescoço têm cerca de 60 anos. Contudo, os pesquisadores observaram que quanto mais jovem, maior a probabilidade de ter a doença em estágio avançado. Identificaram um maior percentual de pacientes com 50, 40 e 30 anos chegando aos hospitais com câncer em estágio progressivo. Também encontraram uma relação com o nível socioeconômico e de escolaridade: indivíduos sem ensino básico ou com educação incompleta apresentaram 17% mais chance de diagnóstico em estágio avançado, em comparação aos que têm ensino superior.

O Brasil é um dos principais países do mundo em número de casos de tumores de cabeça e pescoço, que afetam regiões como cavidade oral, faringe e laringe. O prognóstico é muito mais favorável quando a doença é diagnosticada precocemente. No entanto, o estudo aponta que a realidade de grande parte da população brasileira é de diagnósticos tardios: quase 80% dos casos. Isso impacta diretamente a eficácia dos tratamentos, a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes.

Os pesquisadores também observaram que, além das desigualdades intra regionais, alguns estados da região Norte do Brasil apresentam, em determinadas áreas, os maiores percentuais de diagnósticos em estágios avançados, refletindo desigualdades no acesso aos serviços de saúde. “Os carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço (CECP) são altamente incidentes no Brasil, mas, como em muitos países de baixa e média renda, os dados sobre a proporção desses tumores diagnosticados em estágios clínicos avançados e seus principais fatores associados são limitados. Portanto, este estudo teve como objetivo identificar os fatores associados ao estágio avançado do CECP no Brasil”, explicou Luís Felipe Ribeiro Pinto, chefe da Área do Programa de Carcinogênese Molecular e orientador do estudo.

A pesquisa liderada pelo INCA foi fruto do doutorado de Flávia Nascimento de Carvalho, epidemiologista da Divisão de Vigilância e Análise de Situação da Coordenação de Prevenção e Vigilância (DIVASI/CONPREV). “O estudo surgiu da preocupação com o elevado percentual de casos diagnosticados em estágio avançado e da necessidade de encontrarmos soluções para a desigualdade na assistência ao paciente com câncer de cabeça e pescoço. O foco agora é tornar mais rápido o acesso às consultas e aos exames especializados, com menos burocracia, a partir do encaminhamento realizado pelas equipes de Atenção Primária”, declarou.

Um aspecto que ganhou destaque foi o caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, Lula foi diagnosticado com câncer de laringe, tumor na região da cabeça e pescoço. A rápida detecção da doença, em estágio inicial, permitiu que o tratamento fosse realizado de forma eficaz, resultando em sua plena recuperação. O caso do presidente chamou a atenção para a importância do diagnóstico precoce.

Fonte: GOV BR

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