[LINFOMA NÃO HODGKIN] Elila Waisberg

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Elila Waisberg - Meu nome é Elila Waisberg, tenho 72 anos, sou casada pela segunda vez. Tenho 3 filhos maravilhosos (2 homens e 1 mulher). Adoro meus filhos mais do que a própria vida.

Tenho 2 netas e 2 netos, que são a razão da minha felicidade. Sou aposentada da Secretaria da Educação e trabalho com artesanato para me divertir.

Instituto Oncoguia - Como você descobriu que estava com Linfoma?

Elila Waisberg - Descobri que estava com Linfoma não Hodgkin depois de um longo período de tosse (1 ano e meio), correndo de um especialista para outro, sem resultado. Até que um otorrino pediu uma tomografia do tórax. Aí apareceram os linfonodos em grande quantidade. Fui encaminhada para um hematologista. Fiz então, 2 biópsias de pescoço, 2 de medula e foi diagnosticado o Linfoma não Hodgkin Folicular.

Instituto Oncoguia - Qual foi sua reação ao descobrir o diagnóstico? O que sentiu?

Elila Waisberg - Minha reação inicial? A ficha não caiu. Sabia que estava com uma doença grave, que corria risco de vida, mas fiquei meio confusa, não sabia que era câncer. Não desanimei em nenhum momento e continuei alegre e sorrindo sempre. Mas senti uma grande saudade da vida, dos meus carinhos. Aos poucos me enchi de esperança e forças para lutar contra este mal, dizia para mim mesma, vou ser curada, acredito na força Divina e falava isto várias vezes por dia. Todos os parentes ficaram surpresos com a minha reação de ânimo e esperança.

Instituto Oncoguia - Qual foi sua maior preocupação neste momento?

Elila Waisberg - Mas passei a me preocupar com o futuro, curtir mais a vida ao lado do meu marido que amo muito. Passei a fazer pequenas reuniões em casa, convidando meus irmãos e filhos. Aumentei os momentos alegres de minha vida.

Instituto Oncoguia - Quais foram os passos tomados após o recebimento do diagnóstico?

Elila Waisberg - Após o diagnóstico foi marcado imediatamente o início da quimioterapia para 4 dias depois. O estágio do meu Linfoma estava muito avançado. Tive que fazer 8 ciclos de quimioterapia de 21 em 21 dias (de março a agosto de 2007). Tive infecção durante o tratamento, tive que ser internada durante 6 dias para tomar antibiótico.

Instituto Oncoguia - Em que momento do tratamento você se encontra agora?

Elila Waisberg - Estou em remissão desde então. Faço controles periódicos, exames de sangue (muitos) e tomografias do tórax, pescoço, abdome e pelve.

Instituto Oncoguia - Quais tratamentos você já realizou?

Elila Waisberg - O único tratamento que fiz foi a quimioterapia.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual foi o tratamento mais difícil? Por quê?

Elila Waisberg - A quimioterapia foi um período difícil. Fiquei fraca e acabei emagrecendo 15 quilos. Mesmo assim saía com minha mãe que estava com Alzheimer, sem me descuidar dela. Às vezes acabava de fazer a sessão de quimioterapia e pegava ela para ir ao supermercado.

Instituto Oncoguia - Você realizou seu tratamento pelo SUS ou plano de saúde?

Elila Waisberg - Fiz todo o meu tratamento pelo meu plano de saúde. Todos os procedimentos, as injeções que tomei quando meus leucócitos estavam baixos (Granulokine, se não me engano) foram também pagos pelo plano. Tomografias, exames, biópsias, internação, TUDO.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?

Elila Waisberg - Tive uma série de efeitos colaterais: diabetes, pressão alta, insuficiência cardíaca grave (que acompanho com uma excelente cardiologista do Plano de Saúde) e artrite reumatoide.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Elila Waisberg - A minha relação com o médico que me atende até hoje é excelente. É como se ele fosse meu filho, meu amigo, já que é bem mais novo do que eu. Me acalma, não deixa que eu fique ansiosa, me atende sempre que necessário, mesmo com a agenda lotada. Agora ele está no exterior e a médica que o substituiu também é maravilhosa. Quando tenho alguma coisa se preocupa, me telefona... Relação de amigos. Devo todo o meu agradecimento aos dois.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Elila Waisberg - Até hoje me relaciono com uma série de médicos que as sequelas me obrigaram ter, vários médicos cuidando de minha saúde. Me dou maravilhosamente com todos: a cardiologista, considerada a PAPA da cardiologia em BH, endocrinologista, reumatologista. Todos muito bons e muito sérios na profissão.

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento com equipe multiprofissional?

Elila Waisberg - Na clínica hematológica tem nutricionista e psicóloga. Mas não precisei usar os seus serviços. Não estava deprimida e me alimentava muito bem.

Instituto Oncoguia - Durante o tratamento do câncer, o que foi mais difícil de enfrentar e por quê?

Elila Waisberg - O mais difícil? A indisposição depois da quimioterapia, a fraqueza, as dores da artrite que me deixaram com menos movimentos. Mas isto tudo foi superado com o carinho do meu marido e de toda minha família.

Instituto Oncoguia - O que foi fundamental e lhe ajudou a enfrentar o câncer?

Elila Waisberg - Fundamental é ter fé, não entregar os pontos. Acreditar na cura, repetir para mim mesma que vou ser curada e o apoio dos médicos que sempre me animavam a lutar pela vida. Após o câncer, me tornei outra pessoa, mais alegre, mais calma, menos ansiosa. Só quero estar bem e curtir cada minuto da vida.

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Elila Waisberg - Que o diagnóstico do câncer não é o final da linha. Existe muita vida depois deste diagnóstico. Encha-se de esperança e de fé. Sua autoestima em alta vai te ajudar a lutar contra esta doença. Os tratamentos estão mais modernos, muita coisa nova para nos ajudar.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Elila Waisberg - Muito importante fazer perguntas ao seu médico. Todas as dúvidas que te incomodam. Não procure informação de leigos, eles só vão te preocupar mais. Sabia da gravidade, dos riscos, das esperanças, de tudo, mas só através de meu médico.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?

Elila Waisberg - Conheci o Oncoguia através da internet. Fiz uma pesquisa dos direitos que um paciente de câncer tem.

Instituto Oncoguia - Mais alguma coisa que você gostaria de contar?

Elila Waisberg - Curtam a vida, pois tudo passa muito rápido. Então, procure ser feliz. Ame, curta, procure coisas que te fazem feliz, viaje, escute música, não perca um minuto desta vida maravilhosa. Aprenda novas coisas.