[LINFOMA NÃO HODGKIN] Lígia Albuquerque

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Lígia Albuquerque - Meu nome é Lígia Albuquerque, tenho 42 anos, sou solteira, não tenho filhos e moro em Brasília.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Quais eram os principais sinais e sintomas?

Lígia Albuquerque - No início de 2008 surgiu uma bolinha na minha nuca, que parecia ser de gordura, com o passar dos meses o tamanho foi aumentando até que cerca de um ano e meio depois estava do tamanho de um limão, era dura, mas não doía. Procurei um clínico geral para pedir a indicação de um cirurgião, pois uma amiga minha tinha um caroço menor no punho e disseram a ela que era um depósito de gordura que deveria ser removido, pensei que fosse um problema dermatológico. 
 
Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu?

Lígia Albuquerque - O próprio clínico, quando falei que o caroço estava crescendo há mais de um ano ficou bastante preocupado e disse tratar-se de Doença de Hodgkin, me indicando um oncologista.  Fui diagnosticada com Linfoma Não Hodgkin, grau IV, além do tumor na nuca, existiam nódulos no pescoço, um nódulo no abdome e um na medula óssea localizado no quadril. Foi indicada a quimioterapia RSHOP, que terminei em outubro 2009. 
 
Instituto Oncoguia - Em que momento você soube que o seu caso era um pouco diferente dos outros tipos de câncer?

Lígia Albuquerque - Ao fim da quimioterapia foi feito um PET Scan para comparar com os exames do início do tratamento e todos os nódulos do linfoma haviam sido eliminados. Restou um nódulo sólido na tireóide e fui encaminhada para fazer a punção. Até então os médicos haviam me dito que nódulos na tireóide são muito comuns em mulheres e que provavelmente seria bócio ou um nódulo benigno. O resultado saiu em janeiro com o diagnóstico de neoplasia papilar de tireóide.
 
Instituto Oncoguia - E como foi o tratamento? Algo especial por se tratar de dois tipos de câncer?

Lígia Albuquerque - O tratamento do linfoma foi a implantação do cateter e oito sessões de quimioterapia com intervalo de 21 dias. Quanto ao câncer de tireóide, farei a cirurgia de tireoidectomia total dia 22 de fevereiro e depois terei que fazer a aplicação de iodo radioativo. 
 
Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê?

Lígia Albuquerque - Em minha opinião o mais difícil é a quimioterapia porque é um tratamento do qual não temos muito conhecimento e que muda demais nosso dia-a-dia. No meu caso, chegava à clínica às 8 h da manhã e saía às 2 h da tarde, e aqueles remédios por via venosa me dava uma enorme sensação de fragilidade, por outro lado, todos estavam passando pelo mesmo procedimento, o que me confortava. Mas o pior de tudo foi a perda dos cabelos, mesmo sem ser muito vaidosa. Não raspei a cabeça, então fiquei com pouquíssimo cabelo, comprei uma peruca e alternava com lenços, porque a peruca esquenta muito e achei desconfortável.  Mesmo assim perdi o ânimo para sair de casa por vergonha da minha aparência, achava que o lenço chamava muita atenção e que a peruca ficava artificial.
 
Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais? Quais?

Lígia Albuquerque - Não tive quase nenhum efeito colateral, em nenhum momento tive enjôo, minha alimentação continuou normal, só me sentia sonolenta nos dois dias após a químio, a perda de cabelos ocorreu logo após a primeira sessão. Na metade do tratamento ficava com prisão de ventre na semana que recebia a químio e passei a apresentar leucopenia. O cateter também aderiu a pele e terminou por perfurá-la, tive que tirá-lo antes da última sessão da químio. Engordei uns cinco quilos e inchei um pouco por causa da Prednisona e pela falta de atividade física.
 
Instituto Oncoguia - Como era a relação com o seu médico?

Lígia Albuquerque - Foi ótima, desde o início ele me falou que o objetivo do tratamento é a cura e explicou em detalhes sobre a doença. O tratamento e os efeitos colaterais que poderia apresentar. Falava com ele pelo celular a cada exame de sangue e nas consultas entre uma quimioterapia e outra. Ainda estou em acompanhamento com meu hematologista, pois vou fazer uma manutenção com Mabthera a cada três meses durante os próximos dois anos.
 
Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou? Você fez acompanhamento psicológico? E com nutricionista?

Lígia Albuquerque - Fiz tratamento psicológico por seis meses, porque sentia muita necessidade de falar com alguém sobre o que eu estava passando e apesar de contar com minha irmã, meus pais e meus amigos, achei importante conversar com uma psicóloga. Não cheguei a consultar nutricionista porque não senti necessidade.  
 
Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Lígia Albuquerque - Hoje estou me sentindo totalmente recuperada. Voltei a trabalhar em dezembro, o cabelo já cresceu um pouco, estou voltando a fazer caminhadas para emagrecer um pouco mais, indo ao cinema, visitando os amigos, retomando minha vida normal. Quanto a cirurgia de tireóide, estou tranquila, as perspectivas de cura também são excelentes, tenho certeza que tudo vai dar certo.
 
Instituto Oncoguia - Que sugestões você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Lígia Albuquerque - Aconselho a confiar no seu médico e enfrentar o tratamento com o apoio da família e dos amigos, foi dessa forma que consegui viver este momento da minha vida, superando cada etapa por vez, sem se deixar levar pelo desanimo, chorando às vezes, ficando triste em alguns momentos, mas sem perder a esperança e a fé em Deus.
 
Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer? Você buscou se informar? De que maneira?

Lígia Albuquerque - Acredito que a informação é fundamental para que possamos saber o que está acontecendo no nosso organismo, quais as opções de tratamento, que cuidados devemos tomar. Busquei informações na clínica de oncologia onde me trato, na internet e em sites médicos.

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