[LINFOMA NÃO HODGKIN] Victoria Parente

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Victoria Parente - Olá, me chamo Victória Parente, tenho 27 anos, sou estudante de Publicidade e Propaganda, solteira, mas a procura do meu par (risos), trabalho com produção de TV e eventos, adoro me relacionar com as pessoas, fazer novas amizades,conversar e trocar ideia com diversos tipos de pessoas são um dos meus hobby prediletos, outras coisas que curto muito é ouvir uma boa música como Jazz, se acompanhada melhor ainda, dançar, cinema, barzinho com os amigos, reuniões em casa de amigos e ajudar ao próximo são coisas que me fazem muito bem. Isso é um pouco do que sou.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Quantos anos você tinha?

Victoria Parente - Descobri que alguma coisa estava errada comigo em novembro de 2008. Na época estava trabalhando em uma campanha política aqui em Fortaleza e a minha vida estava muito corrida. Parecia que eu estava com uma gripe muito forte ou até mesmo uma pneumonia. Estava com muita dificuldade em respirar. Fui ao médico. Fiz inúmeros exames e aparentemente não era nada de grave até que, ao realizar uma tomografia foi diagnosticado uma massa no mediastino (o mediastino é uma das três cavidades em que está dividida a cavidade torácica). Meu caso era de cirurgia. 

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico?

Victoria Parente - Não é possível dizer que foi fácil. Antes de saber o diagnóstico preciso fiquei muito ansiosa. A primeira biópsia dizia que poderia ser um carcinoma ou um linfoma. Fiquei pensando: " Se for um carcinoma eu estou lascada”. Essa fase foi bem difícil. Mas quando veio o diagnóstico " linfoma difuso de grandes células Não-Hodgkin”, por incrível que possa parecer, fiquei aliviada.

O câncer sempre foi uma realidade na minha vida. Tenho um histórico familiar muito forte para essa doença. Em um mesmo ano perdi 6 parentes próximos de câncer. Meu irmão ficou em tratamento de leucemia por 10 anos e veio a falecer. E sete anos depois de sua morte vem outra bomba dessa para minha família, todos achavam que eu não ia suportar, pois sempre me mostrei fraca para doenças, tinha medo de hospital e até hoje tenho pavor de agulha, mas superei os medos, a minha família e a mim mesma.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso? Você já começou o tratamento?

Victoria Parente - Depois da cirurgia e do diagnóstico em mãos, fui encaminhada para um médico onco-hematologista. Aqui no Ceará quase não existe médico com essa especialidade. A primeira médica que me consultei quase " me matou”. Cheguei a seu consultório e ela nem olhou para mim. Disse para ela que eu tinha lido na internet sobre o exame PET-CT e se para o meu caso não seria importante fazer. Ela disse que NÃO de forma super ríspida. Não explicou como seria o meu tratamento, muito menos o que era um linfoma. Saí chorando dessa primeira consulta e não voltei mais para o consultório dela.

Não tive medo em procurar uma segunda opinião, procurar os cuidados de alguém que explicasse tudo que estava por vir. Indicaram-me outro médico. Esse foi totalmente diferente da primeira, me recebeu com um sorriso e tirou todas minhas dúvidas e explicou como seria meu tratamento e disse que era muito importante fazer o PET-CT.

Instituto Oncoguia - Qual foi o tratamento mais difícil? Por quê?

Victoria Parente - Fiz 4 sessões de quimioterapia mais 6 de mabthera e 17 sessões de radioterapia. Meu médico disse todos os possíveis efeitos colaterais. Não tive quase nada de efeito colateral. Um pouco de enjôo e só.

Instituto Oncoguia - Como você lidou com as mudanças na aparência?

Victoria Parente - Antes mesmo dos meus cabelos caírem eu resolvi cortá-los por completo. Não usei peruca. Só quando eu ia para um evento mais "arrumadinho” colocava lenço. Mas na maior parte do tempo não usei nada. Ah, estou acima do meu peso normal, muitos emagrecem, porem comigo foi o contrário e a fome era grande. Bem que eu queria ter emagrecido, teria achado ótimo (risos).

Instituto Oncoguia - Você continuou trabalhando ou não?

Victoria Parente - Como eu não tinha certeza de como seria o meu tratamento e nem por quanto tempo, resolvi parar de trabalhar e estudar para dedicar a minha cura. Minha vida antes do linfoma estava uma loucura e eu não tinha tempo para nada. Quero que volte essa loucura logo. Mas infelizmente vivemos em um país de muitos preconceitos, onde uma pessoa que está passando por esse tipo de tratamento, ou seja, outro tão pesado como esse, as pessoas não querem empregar, pois sabem que às vezes teremos que faltar para nos tratarmos, fora que eles olham com outros olhos a nossa aparência porque modificamos um pouco, ficamos inchados e perdemos os cabelos e nessa sociedade a aparência conta muito.

Instituto Oncoguia - Como era a relação com o seu médico?
 
Victoria Parente - A minha relação com os meus médicos é excelente. Posso ligar para meu hematologista quando quiser que ele atende, nunca deixou de atender se não tivesse ocupado, bem como os outros. Cheguei a ir ao consultório do meu cirurgião na véspera do Natal, e ele lá com um sorriso me consultando. Eu já os considero grandes amigos. Essa relação médico-paciente é muito importante para o tratamento, adquirimos confiança e nos dar um maior bem-estar, nos sentimos acolhidos e com vontade de viver.
 
Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Victoria Parente - Bom, os altos e baixos podem acontecer. E isso é normal. Me faz bem visitar pacientes que estão passando pelo mesmo que eu já passei. Tente não deixar que a depressão, o medo e angustia te derrube. Erga a cabeça. Isso irá lhe ajudar muito no tratamento.

Quero agradecer a Deus, meus pais, irmã, minha família, todos meus amigos e imensamente aos meus queridos médicos, Dr. Petrônio Leitão meu querido pneumologista que com sua persistência descobriu o tumor, Dr. Newton Albuquerque o grande cirurgião torácico que me operou, posso dizer que ele me curou, Dr. Ronald Feitosa meu excelente e o melhor onco-hematologista, Dra. Marilena cardiologista que me deu uma força enorme para seguir com o tratamento sem medo, Dr. Marcelo Leito Cirurgião que colocou meu cateter e Dra. Lúcia Alcantara e Dr. Renato Pierre meus grandes radio-terapeutas.

Todas essa pessoas foram muito importantes na minha vitória.

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