Lutando pela realização de uma biópsia
Roberto Rybzinske, de 72 anos, morava no Paraná, quando precisou fazer uma laringoscopia após passar mal e procurar sua pneumologista. Paciente com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), Roberto apresentou rouquidão e dificuldade para engolir. Após o exame, a médica o orientou a realizar uma biópsia, pois suspeitava de um carcinoma de laringe.
Na ocasião, sua filha Silmara Filomena, levou o pai para morar com ela em São José dos Campos para poder acompanhá-lo mais de pertinho e deu entrada com ele no Hospital Pio XII. Primeiro, Roberto passou por um clínico geral, depois foi encaminhado para o ambulatório de oncologia e o médico orientou que ele fosse atendido por um profissional especializado em cabeça e pescoço.
Nesse meio tempo, Roberto começou a apresentar muita dificuldade para respirar e foi solicitado que ele passasse por uma traqueostomia. Junto do procedimento, sua médica pediu que já fosse realizada uma biópsia de urgência. Ele internou, realizou a traqueostomia, porém a biópsia não foi feita. “O médico disse que o hospital não tinha condições técnicas para realizar a biópsia”, conta Silmara. “Quando voltamos para o retorno após a cirurgia, a médica do próprio hospital disse que a conduta do médico havia sido errada, porque o hospital tinha sim como fazer a biópsia. E aí começou nossa saga para conseguir que ele realizasse o exame.”
Em busca da solução
Silmara relata que toda vez que entrava em contato pelo canal de atendimento do SUS, recebia a informação de que seu pai ainda precisava aguardar a liberação da biópsia para poder realizá-la. Foi quando ela começou a pesquisar na internet formas de garantir seus direitos, nesse caso, o acesso ao procedimento com maior rapidez e que encontrou o Oncoguia e entrou em contato pelo nosso canal Ligue Câncer pelo 0800 773 1666.
“A Vilmena (especialista de atendimento do canal) me orientou a deixar uma reclamação registrada por escrito na ouvidoria do hospital para não ficar tentando só resolver as coisas pelo telefone”, relata. Silmara enviou o e-mail para a ouvidoria do Pio XII no domingo, dia 29 de setembro. Na segunda-feira, dia 30, o hospital entrou em contato com ela para agendar a realização da biópsia para dia 2 de outubro, dois dias depois do contato.
Uma semana após a biópsia, o resultado do exame saiu confirmando o carcinoma de laringe e 15 dias após o diagnóstico, ele iniciou o tratamento com radioterapia. “Sou enfermeira, mas nunca atuei na área, então sou leiga, não sabia o que fazer para ajudar meu pai. Foi graças à orientação de vocês que consegui. Já estávamos nessa espera há quase dois meses. Se não fosse pela ajuda do Oncoguia, meu pai estaria na mesma situação de muita gente com quem converso no hospital que ficou esperando por mais de cinco meses pra conseguir fazer uma biópsia.”
“Eu tinha medo de reclamar no hospital e meu pai ser tratado mal, ou sei lá. A gente fica preocupado. Mas o que aconteceu foi o contrário. Depois que mandei o e-mail para a ouvidoria, parece que o atendimento ficou até melhor, eles estão sendo muito atenciosos com ele”, finaliza Silmara.
Recentemente, foi aprovada no Brasil a lei que determina que o SUS deverá realizar a biópsia de pacientes com suspeita de câncer em um prazo de até 30 dias. A lei ainda precisa de regulação e entrará em vigor daqui a 180 dias, mas poderá ajudar muitos pacientes que, assim como Roberto, encontram dificuldade para realizar o exame.
E você também está enfrentando problemas ou tem dúvidas sobre como garantir seus direitos? Acesse oncoguia.org.br ou entre em contato pelo nosso canal Ligue Câncer pelo 0800 773 1666.