[MATÉRIA] Em Busca de Novos Tratamentos para o Câncer
Na última década, a medicina oncológica fez com que a batalha contra o câncer ganhasse novos rumos. É crescente o número de pesquisas, estudos clínicos e técnicas de combate à doença. No Brasil, cada vez mais, centros de referência para o tratamento do câncer são procurados e convidados a participar de protocolos de pesquisa clínica. A busca por novas medicações seguras e eficazes contra o câncer faz com que a Pesquisa Clínica em Oncologia seja a melhor maneira de encontrar caminhos de acabar e tratar o câncer e, conseqüentemente, ajudar pacientes em estagio avançado da doença.
Pesquisa clínica, protocolo de pesquisa, estudo clínico, protocolo clínico... Todas essas expressões significam uma única ideia, isto é, um estudo científico realizado para verificar como uma nova medicação ou um novo procedimento ou ainda medicamentos já utilizados comparados com outros funcionam em seres humanos. Segundo a médica oncologista, responsável pelo setor de pesquisa clínica do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho, Dra Brigitte Van Eyll, o principal objetivo da pesquisa clínica é aprimorar os resultados já existentes para o tratamento do câncer.
"No tratamento do câncer, para cada situação temos um tratamento já estabelecido pela Sociedade de Oncologia Clínica. Chamamos isso de guidelines. No tratamento do câncer de mama, por exemplo, se a paciente tem um nódulo de mama grande (maior que 3 cm), ela será encaminhada para fazer a quimioterapia com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor.As drogas usadas nesta quimioterapia já são pré-estabelecidas na medicina oncológica.No entanto, sempre se pode melhorar o resultado usando uma nova droga. E como fazer isso? Apenas com a pesquisa clínica” explica a médica.
A Pesquisa Clínica é o resultado de um longo processo dentro de um laboratório onde os cientistas desenvolvem e testam novas idéias. Antes de a droga ser utilizada em seres humanos, ela deve passar por inúmeros testes e estudos até que se comprove sua eficácia (estudo de fase 1). Depois de serem comprovados seus efeitos benéficos contra o câncer, a droga passa a ser usada em humanos em um número pequeno de pessoas (estudo de fase 2). E por fim, após mais estudos e testes, a droga passa a ser testada em uma grande escala de pacientes (estudo de fase 3).
Para que o paciente possa se beneficiar da pesquisa clínica é preciso passar por alguns critérios de inclusão e exclusão. "Não posso propor um protocolo de quimioterapia para doença avançada com metástase se o paciente não apresenta metástases. Nenhuma regra pode ser infringida. A saúde do paciente é acompanhada de perto, pois qualquer efeito colateral é monitorado e recomendações de redução da dose são feitas rigorosamente para minimizar os efeitos colaterais. Tudo que acontece com os pacientes é relatado para os Comitês de Ética e para os responsáveis pelos medicamentos (indústria farmacêutica) e assim, podemos conhecer os benefícios e riscos do medicamento” esclarece a Dra Brigitte.
Riscos e Benefícios: eles sempre existem
O câncer é uma doença que acarreta alguns sintomas indesejáveis, nem sempre relacionados aos tratamentos. Por isso, dependendo do estado geral do paciente, de sua condição física e do tipo de tratamento, o paciente juntamente com seu médico deve analisar os riscos e os benefícios de um novo tratamento, no caso, um novo protocolo de Pesquisa Clínica para pacientes com câncer. Inúmeras razões fazem com que os pacientes com câncer se interessarem pela Pesquisa, entre elas:
- A busca pela cura do câncer.
- Um aumento na qualidade e no tempo que resta de vida (em casos de cânceres avançados).
- O fato de estarem contribuindo com o combate ao câncer.
- A possibilidade de serem os primeiros a tomar uma nova medicação.
Outro motivo muito relevante é o acompanhamento (24h/dia) que o paciente recebe. Qualquer mudança no estado é controlada por uma equipe médica. Além disso, o paciente não tem gasto algum com o tratamento. "Todos os exames são pagos, desde os de sangue até as tomografias. Com isso, o paciente não precisa correr atrás de guia ou ficar na fila de espera para conseguir seus exames. Os exames são agendados rapidamente e os resultados chegam ao mesmo dia ou no máximo um dia após o exame. Fora isso, o paciente sabe que no mínimo estará recebendo o tratamento padrão para o seu caso e no máximo, um tratamento moderno e de última geração” relata a oncologista do IAVC.
Por outro lado, como todo tratamento, há riscos que devem ser levados em consideração e apresentados ao paciente. "É importante que o paciente saiba que o médico nunca usou aquele medicamento antes. No câncer, quando a doença progride, há uma pressa de se conseguir fazer algo para mudar a história natural da doença. Os efeitos adversos existem como em qualquer outro tratamento, por isso o paciente deve estar ciente dos prós e contras. Outro risco é a possibilidade de o tratamento ou o novo medicamento contra o câncer não comprovar a eficácia esperada (ou seja, não funcionar da forma esperada)” explica. Nesta situação, a participação do paciente no protocolo é suspensa e o paciente é reavaliado para realizar outro tratamento.
Principais informações que o paciente deve saber sobre a Pesquisa Clínica
Antes de iniciar o tratamento em Pesquisa Clínica, o paciente recebe um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. O TCLE é um documento que explica quais serão os procedimentos a serem realizados durante o protocolo de pesquisa. No TCLE, o paciente encontrará informações a respeito de todos os exames e os possíveis efeitos colaterais. "Uma informação muito importante e que o paciente precisa saber é que ele pode sair a qualquer momento da pesquisa, caso não se sinta confortável. O paciente terá acesso ao telefone dos médicos e do Comitê de Ética em Pesquisa para esclarecer suas dúvidas ou reclamar que algo não esta correto. E claro, o paciente deve se comprometer a fazer todos os exames de acompanhamento.”
Cobaia?
A ideia de ser cobaia é a que mais assusta o paciente. Durante a pesquisa clínica o médico explicará todo o processo: desde exames até os medicamentos utilizados e os possíveis efeitos colaterais. Assim, pouco a pouco o paciente esclarece suas dúvidas e compreende que o tratamento proposto pode ser uma ocasião única de mudar o curso da doença.
Entretanto não basta querer, precisa poder participar. Para isso existem critérios de inclusão e exclusão específicos e muito rigorosos, o que significa que nem todos os pacientes poderão participar de um estudo a não ser que preencham todos os critérios da pesquisa.
Comitê de Ética em Pesquisa
Todo centro de pesquisa está subordinado a um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Todo projeto de pesquisa seja ele oriundo da indústria farmacêutica ou do corpo clínico precisa ser aprovados pelo CEP que é formado por grupo de pessoas - médicos, enfermeiras, arquitetos, engenheiros, secretarias, donas de casa, advogados – que se reúnem uma vez por mês para analisar os projetos. Eles têm o poder de vetar o projeto se sentem que o sujeito da pesquisa pode ser lesado.
O CEP pode encerrar uma pesquisa se, por exemplo, são achados muitos efeitos colaterais durante o desenrolar do estudo. O CEP tem um órgão centralizado em Brasília chamado Comissão Nacional de Ética em Pesquisa(CONEP). Todos os CEP do Brasil se referem a ele para a aprovação de um projeto. Os comitês de ética sempre estão vigilantes que o sujeito da pesquisa nunca seja prejudicado.
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