[MATÉRIA] No País apenas 32% dos Homens fazem Exame de Toque

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais afeta os homens com idade acima de 40 anos. Segundo dados do INCA- Instituto Nacional do Câncer – são esperados para 2009/2010 50 mil novos casos. Estima-se que 1 a cada 6 homens desenvolverá a doença.

Por ser uma doença indolente - não apresentando sintomas em seu estágio inicial – o câncer de próstata só apresenta possibilidade de cura se diagnosticado em fase inicial. Pacientes não tratados podem apresentar problemas no sistema urinário (incontinência urinária, sangramento, dificuldades de ir ao banheiro), disseminação do câncer – metástase e até mesmo a morte.

Com o objetivo de apresentar dados extremamente relevantes sobre o nível de conhecimento masculino e percepções sobre o câncer de próstata, a Sociedade Brasileira de Urologia em parceria com a Astrazeneca apresentaram a pesquisa inédita Datafolha: "Saúde masculina: o homem e o câncer de próstata”.

A pesquisa foi feita com 1.061 homens com idades entre 40 a 70 anos, das 10 principais capitais brasileiras – Belo Horizonte, Belém, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal – no período do dia 2 a 7 de outubro de 2009.

Segundo a pesquisa, 99% dos entrevistados já ouviram falar sobre o câncer de próstata, no entanto, apenas 56% já fizeram algum dos exames preventivos – PSA ou exame de toque – do tumor da próstata. Dos entrevistados, 47% já fizeram o PSA e somente 32% fizeram o exame de toque.

"Esse levantamento nos mostra que os homens preferem fazer o exame de sangue ao de toque. Mas é preciso ressaltar que os dois são complementares no diagnóstico do câncer de próstata e um não substitui o outro. Em até 20% dos casos, o exame de sangue pode ser normal em uma pessoa com câncer”, alerta o presidente da SBU, José Carlos de Almeida.

De acordo com a pesquisa, o preconceito continua sendo o principal empecilho para que o homem realize exames de rotina. 77% dos entrevistados concordam totalmente que ‘os homens não fazem exame de toque retal por preconceito’. "Culturalmente, nos latinos, temos preconceitos ao realizar exames como o de toque retal e isso acaba por impedir que o diagnóstico da doença seja feito de forma rápida e eficaz. O homem sabe o que deve ser feito, mas simplesmente não faz” explica o Coordenador de públicas da SBU, médico urologista, Dr. Aguinaldo Nardi.

Ainda segundo Dr. Nardi, o exame de toque deve ser encarado com um exame clínico, rápido, indolor e que não fere a masculinidade do homem. "Mais de 70% dos casos de câncer de próstata crescem na periferia da próstata. Por esse motivo, o exame de toque é tão importante. Por meio do toque o médico pode diagnosticar se está algo errado ou não com a próstata. Esse exame nunca deixará de existir. Ele faz parte do exame clínico do médico urologista, como o exame clínico das mamas faz parte da rotina de exames do ginecologista” comenta o médico.
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