[MATÉRIA] Os desafios da prevenção primária do câncer
Em 4 de fevereiro, dia anterior ao início do IV Fórum Nacional de Discussão de Políticas de Saúde em Oncologia, a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou relatório sobre a situação da doença no mundo.
Dados apontam que o número anual deverá aumentar em 50% nas duas próximas décadas, passando dos 12 milhões de casos registrados em 2012 (data do último relatório) para 22 milhões em 2032. No mesmo período, as mortes pela doença passarão de 8,2 milhões para 13 milhões.
O aumento de casos da doença, que a OMS aponta já de epidemia, é explicado, entre outras razões, pelo crescimento e envelhecimento da população.
Os mais afetados
Entre as regiões mais afetadas do mundo estão a África, a Ásia e as Américas do Sul e Central, concentrando 60% dos casos e 70% das mortes. Em algumas destas regiões, onde estão países em desenvolvimento, aponta a IARC, o número pode estar associado a melhoria nas condições socioeconômicas, que aumenta a incidência de casos associados a um estilo de vida não saudável.
É o exemplo do Brasil, onde o binômio envelhecimento populacional e hábitos de vida não saudáveis acionou uma verdadeira bomba relógio em seu território. Neste cenário, de aumento evidente de número de casos e de inabilidade da saúde pública para tratar de doença tão cara e tão complexa, a prevenção primária é mais que fundamental, é imperativa.
A divulgação do relatório do IARC foi mais que oportuna aos debates da primeira mesa do IV Fórum Nacional de Discussões de Políticas de Saúde em Oncologia.
Como podemos ser mais efetivos na promoção da saúde e prevenção do câncer?
A mesa foi aberta com a apresentação, pelo diretor científico do Instituto Oncoguia, dos dados da Pesquisa Conhecimento sobre o Câncer, encomendada ao Datafolha para Oncoguia e American Cancer Society, que avaliou o conhecimento da população brasileira sobre câncer.
A pesquisa apontou que independentemente de faixa etária, grau de escolaridade, classe social ou tipo de município, o brasileiro está equivocado sobre o impacto do câncer, os fatores de risco e as formas de prevenção.
"60% das pessoas acreditam que o câncer é a principal causa de morte no país, quando são as cardiorespiratórias. Porque esse dado é tão chocante? Pois mostra o conceito disseminado de que câncer é igual a morte", ponderou o oncologista.
Ainda mais gritantes foram as respostas dos entrevistados sobre os tipos de câncer mais prevalentes e os fatores de risco mais importantes. O câncer de pele, mais comum na população brasileira, apareceu em quinto lugar, e o tabagismo foi atribuído como um fator de risco por apenas 40% dos entrevistados.
"Já a infecção pelo vírus HPV, quando colocado em questão de múltipla escolha, foi selecionado por apenas 18 pessoas como um fator de risco", lastimou Kaliks.
Prevenção primária - Após a apresentação dos dados, o oncologista Ricardo Caponero falou ao público sobre o impacto da prevenção primária no câncer, abordando, entre outras ferramentas, a quimioprevenção.
Dra. Rachel Riechelmann, oncologista do ICESP (Instituto do câncer do Estado de São Paulo), falou especificamente sobre os impactos da prevenção primária do câncer colorretal, um dos mais prevalentes entre homens e mulheres no Brasil.
A médica apresentou dados apontando que o câncer colorretal é um dos tipos em que a prevenção primária (exame de sangue oculto nas fezes, colonoscopia e sigmoidoscopia) é a ferramenta mais importante para a redução da mortalidade.
Saiba mais sobre prevenção do câncer colorretal
"São exames fundamentais para a prevenção e para o diagnóstico precoce. O câncer colorretal descoberto em estágio 1 coloca 95% de chances de sobrevida em 5 anos, enquanto as chances com a doença descoberta em estágios IV e V cai para apenas 5%. É uma diferença mais que gritante", exclama
Após a apresentação de Dra. Riechelmann, o oncologista do Hospital do Câncer de Barretos falou aos participantes sobre a dificuldade na adesão da mamografia e Papanicolaou (responsável pelo diagnóstico de cerca de 90% dos casos de câncer de colo de útero).
Opinou que as barreiras vão desde dificuldade de acesso aos exames, passando pela educação para prevenção e as questões geográficas no imenso território nacional.
Foi crítico ao apontar que os próprios profissionais da saúde tornam-se óbices para a prevenção.
"Os médicos não estão inteirados sobre as diretrizes e não estimulam a realização de exames. Eles têm que saber de seu papel de sacerdócio! Saber que a opinião deles é muito importante e que o paciente não fará o exame se não for estimulado".
E finalizou provocando o público a pensar sobre o 'corporativismo' que pode ainda ser outro impedimento.
"Temos carência de médicos e enfermeiros em todo o país, principalmente em regiões remotas. Porque, então, impedir que técnicos em enfermagem façam a coleta do Papanicolaou? É claro que a capacitação desde profissionais é fundamental. Será então que capacitá-los não deveria ser uma diretriz do Conselho Federal de Enfermagem, em vez de impedi-los de coletar o exame?".
Dados apontam que o número anual deverá aumentar em 50% nas duas próximas décadas, passando dos 12 milhões de casos registrados em 2012 (data do último relatório) para 22 milhões em 2032. No mesmo período, as mortes pela doença passarão de 8,2 milhões para 13 milhões.
O aumento de casos da doença, que a OMS aponta já de epidemia, é explicado, entre outras razões, pelo crescimento e envelhecimento da população.
Os mais afetados
Entre as regiões mais afetadas do mundo estão a África, a Ásia e as Américas do Sul e Central, concentrando 60% dos casos e 70% das mortes. Em algumas destas regiões, onde estão países em desenvolvimento, aponta a IARC, o número pode estar associado a melhoria nas condições socioeconômicas, que aumenta a incidência de casos associados a um estilo de vida não saudável.
É o exemplo do Brasil, onde o binômio envelhecimento populacional e hábitos de vida não saudáveis acionou uma verdadeira bomba relógio em seu território. Neste cenário, de aumento evidente de número de casos e de inabilidade da saúde pública para tratar de doença tão cara e tão complexa, a prevenção primária é mais que fundamental, é imperativa.
A divulgação do relatório do IARC foi mais que oportuna aos debates da primeira mesa do IV Fórum Nacional de Discussões de Políticas de Saúde em Oncologia.
Como podemos ser mais efetivos na promoção da saúde e prevenção do câncer?
A mesa foi aberta com a apresentação, pelo diretor científico do Instituto Oncoguia, dos dados da Pesquisa Conhecimento sobre o Câncer, encomendada ao Datafolha para Oncoguia e American Cancer Society, que avaliou o conhecimento da população brasileira sobre câncer.
A pesquisa apontou que independentemente de faixa etária, grau de escolaridade, classe social ou tipo de município, o brasileiro está equivocado sobre o impacto do câncer, os fatores de risco e as formas de prevenção.
"60% das pessoas acreditam que o câncer é a principal causa de morte no país, quando são as cardiorespiratórias. Porque esse dado é tão chocante? Pois mostra o conceito disseminado de que câncer é igual a morte", ponderou o oncologista.
Ainda mais gritantes foram as respostas dos entrevistados sobre os tipos de câncer mais prevalentes e os fatores de risco mais importantes. O câncer de pele, mais comum na população brasileira, apareceu em quinto lugar, e o tabagismo foi atribuído como um fator de risco por apenas 40% dos entrevistados.
"Já a infecção pelo vírus HPV, quando colocado em questão de múltipla escolha, foi selecionado por apenas 18 pessoas como um fator de risco", lastimou Kaliks.
Prevenção primária - Após a apresentação dos dados, o oncologista Ricardo Caponero falou ao público sobre o impacto da prevenção primária no câncer, abordando, entre outras ferramentas, a quimioprevenção.
Dra. Rachel Riechelmann, oncologista do ICESP (Instituto do câncer do Estado de São Paulo), falou especificamente sobre os impactos da prevenção primária do câncer colorretal, um dos mais prevalentes entre homens e mulheres no Brasil.
A médica apresentou dados apontando que o câncer colorretal é um dos tipos em que a prevenção primária (exame de sangue oculto nas fezes, colonoscopia e sigmoidoscopia) é a ferramenta mais importante para a redução da mortalidade.
Saiba mais sobre prevenção do câncer colorretal
"São exames fundamentais para a prevenção e para o diagnóstico precoce. O câncer colorretal descoberto em estágio 1 coloca 95% de chances de sobrevida em 5 anos, enquanto as chances com a doença descoberta em estágios IV e V cai para apenas 5%. É uma diferença mais que gritante", exclama
Após a apresentação de Dra. Riechelmann, o oncologista do Hospital do Câncer de Barretos falou aos participantes sobre a dificuldade na adesão da mamografia e Papanicolaou (responsável pelo diagnóstico de cerca de 90% dos casos de câncer de colo de útero).
Opinou que as barreiras vão desde dificuldade de acesso aos exames, passando pela educação para prevenção e as questões geográficas no imenso território nacional.
Foi crítico ao apontar que os próprios profissionais da saúde tornam-se óbices para a prevenção.
"Os médicos não estão inteirados sobre as diretrizes e não estimulam a realização de exames. Eles têm que saber de seu papel de sacerdócio! Saber que a opinião deles é muito importante e que o paciente não fará o exame se não for estimulado".
E finalizou provocando o público a pensar sobre o 'corporativismo' que pode ainda ser outro impedimento.
"Temos carência de médicos e enfermeiros em todo o país, principalmente em regiões remotas. Porque, então, impedir que técnicos em enfermagem façam a coleta do Papanicolaou? É claro que a capacitação desde profissionais é fundamental. Será então que capacitá-los não deveria ser uma diretriz do Conselho Federal de Enfermagem, em vez de impedi-los de coletar o exame?".
- Conitec abre consulta pública para o rastreamento de CCU
- ANS analisa inclusão para câncer de próstata
- Medicamento Asciminibe para LMC é incluído no plano de saúde
- Oncoguia participa em CP sobre novas embalagens de cigarros
- Conitec não inclui medicamento para câncer de mama
- Conitec inclui medicamento de CA de ovário e tireóide no SUS
- ANS analisa inclusões para cânceres hematológicos
- Oncoguia solicita manutenção de isenção de ICMS para oncologia
- Conitec abre CP para pacientes com LMC e câncer de ovário
- Oncoguia contribui em CP sobre câncer de pulmão e LMC na ANS
- Conitec não inclui medicamentos para ca de cabeça e pescoço
- Oncoguia faz reunião com Ministro e participa do Consinca
- ANS analisa inclusões para ca de pulmão e hematológicos
- Oncoguia questiona MS sobre andamento do grupo de trabalho de CCR
- Oncoguia pede programa de rastreamento de colorretal no SUS
- Enviamos ofício conjunto ao MS pedindo atualizações de PCDTs
- Oncoguia contribui para nova edição da Declaração TJCC
- Conitec inclui novo medicamento para próstata no SUS
- Oncoguia contribui em Protocolo de câncer colorretal do SUS
- Oncoguia contribui em CP de câncer de cabeça e pescoço e tireoide
- Conitec abre CP para pacientes de mama HER2-positivo
- Conitec incorpora a abiraterona para Câncer de Próstata
- Projeto de Lei inspirado em pesquisa do Oncoguia é sancionado
- Conitec abre consulta pública para síndrome mielodisplásica
- Contribuição Oncoguia na CP sobre tratamento do câncer de ovário
- Oncoguia contribui em CP de medicamentos para próstata no SUS
- Oncoguia contribui em consulta pública de LLC e linfoma na ANS
- Conitec abre consulta pública para câncer infantil
- Oncoguia pede urgência na regulamentação da nova Política Nacional de Câncer
- Conitec abre CP de diretrizes para o tratamento de CCR no SUS
- Conitec abre CP para câncer de cabeça e pescoço e tireoide
- Novas opções de tratamento são incluídas nos planos de saúde
- Conitec abre CP para câncer de próstata
- Publicada a Política Nacional de Cuidados Paliativos
- Presidente do Oncoguia recebe prêmio Maria Antonieta Regal Dutra por seu trabalho em prol de pacientes com câncer
- ANS abre CP para analisar o mesmo medicamento para LLC e LLPC
- Conitec abre CP de diretrizes para o tratamento de mieloma
- Conitec abre CP para câncer de ovário
- Conitec inclui novos tratamentos para câncer de pulmão
- ANS inclui novos tratamentos para CA de pulmão e próstata
- Conitec abre CP para leucemia e linfoma folicular
- ANS abre CP sobre tratamento do câncer de mama e LMC
- Conitec abre CP para protocolo de uso de terapia fotodinâmica
- Oncoguia contribui em consulta para tratamento de câncer de mama
- Campanha de multivacinação nas escolas públicas teve solicitação de deputada
- Mesa redonda debate desafios e conquistas da saúde da mulher brasileira
- Conitec inclui novos procedimentos e medicamento no SUS
- Oncoguia contribui em CP da ANS sobre câncer de pulmão e de próstata
- ANS abre CP sobre tratamento do câncer de pulmão e de próstata
- Conitec abre CP de diretrizes para o tratamento de câncer de mama
- Conitec abre CP para o tratamento do câncer de pulmão no SUS
- Ministério apresenta status atual para oferta de medicamentos oncológicos em atraso
- Oncoguia é convidado no 22° Encontro da Associação Brasileira de Registros de Câncer
- Câncer de Pulmão: Oncoguia integra debate no Fórum DCNTs 2023
- Oncoguia debate a participação de pacientes na Semana Brasileira de Oncologia
- Oncoguia solicita prioridade no tratamento de câncer de mama
- Oncoguia acompanha atraso de medicamentos oncológicos no SUS
- Organizações pedem revisão de veto ao PL de combate ao HPV
- ANS inclui medicamentos para câncer de endométrio e melanoma
- Sessão solene marca abertura do Outubro Rosa no Congresso
- Oncoguia participa de audiência pública do CECANCER
- ANS analisa tratamentos para câncer de mama e mieloma múltiplo
- Oncoguia passa a integrar Conselho Consultivo do INCA
- Oncoguia contribui em consulta pública sobre câncer colorretal
- 6ª edição do Coletivo Pink celebra mulheres que transformam o viver com o câncer de mama
- Oncoguia marca presença em audiência pública sobre a incorporação de medicamentos para o câncer de mama no SUS
- Oncoguia participa de debates importantes no 10º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer
- São Paulo aprova lei de transparência nas filas do SUS
- Dados de qualidade de vida são tema do 11º Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber Cancer Institute
- BlockchainRio Festival e lançamento da NFTeta Outubro Rosa
- Instituto Cabem Mais Vidas é lançado durante Simpósio
- Oncoguia discute oncologia em nível continental no 2º Simpósio Oncolatino e TJCC México 2023
- Conferência de Lideranças Femininas FEMAMA debate sobre a participação social
- Conitec abre CP para o tratamento do câncer de pulmão no SUS
- Medicamentos oncológicos aguardam medidas do Ministério
- AP debate prazo de atendimento oncológico na Saúde Suplementar
- Decisão sobre congelamento de óvulos de paciente oncológica
- Oncoguia contribui em duas CPs da Conitec para Mieloma
- Oncoguia contribui em consulta pública sobre o Alectinibe
- Deputada pede providências sobre Trastuzumabe Entansina ao MS
- Contribuição Oncoguia na Consulta Pública sobre Rituximabe
- 17° Conferência Nacional de Saúde tem propostas aprovadas sobre câncer
- Aprovado na Câmara PL da Política Nacional Oncológica
- ANS analisa tratamentos para melanoma e ca de endométrio
- PL cria Banco de informação sobre pesquisa clínica do câncer
- Resultados do PPA Participativo na saúde
- Oncoguia reforça posição da SBOC sobre uso de Talazoparibe
- Oncoguia envia ofício conjunto com outras ONGs sobre PL 2952
- Aprovada urgência de votação do PL da Política Oncológica
- Oncoguia contribui em consulta da Conitec sobre LMC
- Conitec abre Consulta Pública para o tratamento de mieloma múltiplo
- Conitec abre Consulta Pública para o tratamento de Câncer de Pulmão
- FAQ - Fita de Girassóis
- Rituximabe é incorporado ao SUS para tratamento de LLC
- Sancionada Lei sobre uso de fita com girassóis para deficiências ocultas
- Evento reuniu especialistas e ONGs para debater o atual cenário do câncer de rim no Brasil
- ANS inclui medicamentos de ovário, próstata e tireóide
- Aberta CP para inclusão de medicamento de CA de mama na ANS
- Oncoguia envia proposta no PPA participativo
- Oncoguia contribui com protocolo de câncer de mama do DF