Novidades no Tratamento do Câncer de Colo do Útero
Muitas pesquisas sobre câncer de colo do útero estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro. Alguns dos novos desenvolvimentos promissores incluem o seguintes:
- Biópsia do linfonodo sentinela
Durante a cirurgia para o câncer do colo do útero os linfonodos da pelve podem ser removidos para verificar a disseminação da doença. Em vez de remover os linfonodos, a biópsia do linfonodo sentinela pode ser usada para retirar apenas o linfonodo com mais probabilidade de conter a doença. Nessa técnica um corante azul contendo um marcador radioativo é injetado no tumor e drena para os linfonodos. Em seguida, durante a cirurgia, os linfonodos que contêm o corante azul e a radiação são identificados e removidos. Esses são os linfonodos com maior probabilidade de conter o câncer e de disseminarem a doença. Se estes gânglios linfáticos não contêm o câncer, não precisam ser removidos.
Atualmente, a biópsia do linfonodo sentinela é usada principalmente para o câncer de colo do útero estágio I menor que 2 cm. Mais estudos são necessários para verificar se este procedimento deverá se tornar parte do tratamento padrão desse tipo de câncer.
- Imunoterapia
No câncer, o sistema imunológico não pode controlar o rápido crescimento das células tumorais. Recentemente, foram desenvolvidos novos medicamentos denominados inibidores do controle imunológico que redefinem o sistema imunológico, sendo considerados úteis no tratamento de vários tipos de câncer. Sua utilidade no tratamento do câncer de colo do útero está sendo descoberta e estão sendo realizados estudos clínicos para avaliar sua eficácia contra este tipo de câncer. Atualmente, um medicamento de imunoterapia está disponível para tratar o câncer de colo do útero, mas estão sendo realizados estudos para verificar se esse ou outros medicamentos imunoterápicos responderiam melhor em combinação com a quimioterapia ou possivelmente com quimiorradiação.
- Vacinas contra o HPV
As vacinas foram desenvolvidas para prevenir a infecção com alguns dos tipos de HPV de alto risco associados ao câncer de colo do útero. Atualmente, as vacinas disponíveis são destinadas à imunização do HPV que provoca cerca de 90% dos canceres de colo do útero.
Outras vacinas são destinadas às mulheres com câncer de colo do útero avançado. Essas vacinas visam produzir uma reação imune às partes do vírus (proteínas E6 e E7) que faz com que as células cancerígenas cresçam de forma anormal. Espera-se que essa imunidade destrua as células cancerígenas ou as impeça de crescer. Estudos em andamento para o câncer de colo de útero avançado mostraram resultados promissores com uma vacina contra a proteína E7 (ADXS11-001): os tumores reduziram de tamanho ou estabilizaram a doença. Também estão em estudos outros tipos de vacinas para o câncer de colo do útero em estágio inicial para verificar a possibilidade de diminuir a recidiva da doença. Estudos com outros tipos de vacinas contra as proteínas E6 ou E7 também estão em andamento.
- Terapia alvo
Os medicamentos alvo funcionam de forma diferente das drogas utilizadas na quimioterapia convencional, e podem ter efeitos colaterais diferentes.
O bevacizumabe é uma terapia alvo atualmente usado no tratamento do câncer de colo do útero avançado. Outras terapias alvo, como o cediranib e o nintedanib, que bloqueiam determinados fatores de crescimento, que ajudam as células cancerígenas a crescer, mostraram ser úteis em alguns estudos iniciais para pacientes com câncer de colo do útero avançado. Os estudos com esses medicamentos continuam em andamento.
Fonte: American Cancer Society (03/01/2020)