O oncologista

O câncer não tem apenas uma fórmula. Ele é uma doença multifatorial, que pode se manifestar como mais de 600 tipos de tumores diferentes, que surgem em qualquer parte do corpo e cujos métodos de diagnóstico e tratamento são os mais variados possíveis. 

Por isso, o processo de diagnóstico de um câncer passa por diversos especialistas. Dependendo do local do tumor, a suspeita inicial pode surgir depois de uma consulta de rotina ao seu médico de confiança, ao dentista, cardiologista, pneumologista, ginecologista, urologista, entre outros especialistas. 

Já o especialista indicado na possibilidade de um câncer é o oncologista, médico clínico especializado no tratamento da doença. Esse profissional é responsável pelo cuidado do paciente desde a abordagem geral, no diagnóstico, na prescrição de tratamentos sistêmicos (quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e imunoterapia) e no encaminhamento para a realização de cirurgias. 

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Encontrar o médico certo para tratar o câncer pode levar tempo. É importante que você encontre um médico com quem se sinta confortável e que trabalhe com você durante o diagnóstico e o tratamento. Pergunte ao médico que identificou sua doença se você precisa procurar um oncologista imediatamente ou se pode reservar um tempo para avaliar suas opções.

Para começar, defina o que você precisa e deseja em um médico. Você precisa procurar um médico que conheça e trate o seu tipo de câncer. Você pode precisar de um tipo especial de oncologista, ou até mesmo de mais de um tipo de oncologista para o seu tratamento. Os tipos mais comuns de médicos especializados em câncer incluem:

• Oncologistas clínicos.
• Hematologistas-oncologistas.
• Oncologistas cirúrgicos.
• Oncologistas radioterapeutas.
• Oncologistas pediátricos.
• Oncologistas ginecológicos.
• Oncologistas dermatológicos.

Alguns médicos em grandes centros de tratamento de câncer limitam seus serviços a pessoas com tipos específicos da doença. Por exemplo, você pode encontrar um oncologista especializado no tratamento de câncer de mama, próstata, pulmão, colorretal ou outros tipos. Isso pode ser útil se você tiver um tipo raro de câncer ou um que seja difícil de tratar.

Para  encontrar oncologistas especializados no que você precisa, uma dica é pesquisar pelo site do Conselho Federal de Medicina (CFM).  No campo de busca chamado “Busca por médicos”, é possível encontrar os profissionais a partir dos seus nomes, número do conselho ou cidades em que atuam. Nos resultados, a plataforma detalha se o profissional está com o registro ativo ou inativo, além da área de atuação e especialidade (caso a pessoa tenha cadastrado essas informações). 

Você também pode consultar nos sites de sociedades médicas especializadas, como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, caso o médico seja um associado. Além disso, associações de pacientes, como o Oncoguia, também podem te indicar profissionais e centros de atendimento ao câncer que atendam às suas necessidades. 

Durante seu tratamento oncológico, você pode consultar mais de um oncologista. Mas seu tipo de câncer e tratamento determinarão quem será o seu médico principal. Escolher cuidadosamente o médico que você precisa ajudará a passar por todo o tratamento, pois o seu relacionamento com esse profissional durará toda a jornada e acompanhamento a longo prazo.

Abaixo estão algumas dicas do que você precisa considerar para escolher o profissional que irá lhe acompanhar na sua jornada com o câncer:

1. Escolha um oncologista que tenha experiência no tratamento do seu tipo de câncer. De preferência, procure alguém que esteja familiarizado com a doença e utilize as diretrizes e pesquisas mais recentes.
2. Verifique se o profissional atende pelo seu convênio médico, pelo SUS ou como particular. 
3. Se puder, escolha um médico que atue em um centro de tratamento de câncer ou hospital que você esteja disposto a frequentar ou que atenda seu convênio médico. Os oncologistas só podem encaminhar pacientes para centros de tratamento oncológico ou hospitais nos quais tenham convênio para a internação de pacientes. 
4. Escolha um médico com o qual você se sinta à vontade. A formação, gênero, personalidade e forma de se comunicar podem ser importantes para você. Algumas pessoas preferem que seus médicos tenham uma abordagem mais formal, enquanto outras valorizam um médico que possa ajudar com sua saúde emocional, bem como suas necessidades médicas.

Importante ressaltar que algumas dessas escolhas podem não ser possíveis para pacientes que dependem exclusivamente do SUS. Entretanto, existem decisões judiciais que asseguram ao paciente o direito de ser internado em hospital conveniado e escolher o médico de sua confiança para intervenção cirúrgica, mesmo que ele não pertença ao quadro clínico.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 17/09/2021, livremente traduzido e adaptado pela equipe do Instituto Oncoguia.