OncoDebate: Junho. Mês de conscientização sobre o câncer de rim

No último dia 30 de junho, fechando o mês de conscientização do câncer de rim, tivemos um OncoDebate na TV Oncoguia, no youtube, e nas nossas redes sociais. A nossa presidente Luciana Holtz e um time fera, composto por convidados como  o Dr. Andre Fay, Oncologista e membro da LACOG GU; Evelin Scarelli, do Relacionamento Institucional e Voluntariado do Oncoguia; Helena Esteves, Coordenadora de Advocacy do Oncoguia e Leidiene Alves, paciente de câncer de rim e voluntária do Oncoguia debateram temas fundamentais, desde o diagnóstico até o tratamento do câncer de rim. 

Confira abaixo um resumo de tudo que rolou no nosso OncoDebate.

Abertura e mediação
Luciana Holtz, fundadora e presidente do Oncoguia

O OncoDebate iniciou reforçando  a Campanha global do International Kidney Cancer Coalization (IKCC), que focou nas informações que são importantes do diagnóstico ao tratamento. Em seguida, assistimos juntos ao vídeo do IKCC sobre boas práticas, com mais e melhores diálogos entre pacientes e médicos, e também sobre estudos clínicos e opções de tratamento.

Tivemos uma provocação inicial sobre como se dava a relação médico-paciente dos espectadores e como o público aproveitava o tempo da consulta para tirar dúvidas e alinhar expectativas com o especialista. 

Jornada do paciente: do diagnóstico ao tratamento
Leidiene Alves, paciente de câncer de rim e voluntária do Oncoguia

Leidiene compartilhou conosco o momento do seu diagnóstico, em 2018, e o diagnóstico repentino, a partir de uma consulta no pronto-socorro, foi assustador. No entanto, todo o processo de descoberta ao tratamento foi rápido. “Quando esse diagnóstico veio de uma vez e eu recebi a notícia de um profissional geral, muitas vezes sem uma preparação para comunicar um câncer a um paciente foi um momento delicado e me deixou completamente perdida”. 

“Estou numa fase tranquila do tratamento, sigo me cuidando e agora respiro com mais sossego. O apoio do Oncoguia foi fundamental para que eu organizasse as ideias e conseguisse encarar esse desafio de uma forma mais plena”, afirmou. 

Diagnóstico, cenário e tratamento do câncer de rim
André Fay, oncologista e membro da LACOG GU, sócio-fundador da BIO e professor da escola de medicina da PUCRS

O André Fay trouxe uma apresentação com o tema ‘Carcinoma de células renais - A nova jornada do paciente’, mostrando dados de que o câncer de rim não é uma doença muito frequente e, dentre as neoplasias malignas, é considerado um câncer raro, com 64 mil novos casos/ano. O médico destacou que 30% a 40% dos pacientes têm uma recorrência da doença.

Ainda sobre a epidemiologia do câncer de rim, apesar da baixa incidência, o médico ressaltou o aumento progressivo no número de casos em todos os países. Por outro lado, a mortalidade está mais estável em países desenvolvidos, mas crescente em países em desenvolvimento, como o Brasil.

"Quando a gente olha diferentes tipos de câncer renal, suas diferentes histologias, isso também reflete distinções genéticas, moleculares e, obviamente, na evolução clínica. Essa compreensão é absolutamente importante para que possamos entender a doença e agir de forma mais estratégica em cada subtipo histológico." André também apresentou o histórico de pesquisas no campo de pesquisa sobre o câncer de rim. Acompanhamos os estudos sobre a genética dessa patologia e como a compreensão desse campo leva a novos caminhos terapêuticos da doença. 

Quanto aos fatores de risco, o tabagismo é o principal, mas a obesidade e a hipertensão arterial têm igualmente participação importante na gênese da doença. Bons hábitos e uma vida saudável são fundamentais para redução da incidência. E, acrescentou o médico, 50% ou mais do diagnóstico é feito por exames de imagem para outras doenças, sendo o câncer descoberto quase por acaso. 

“Durante décadas, estudou-se como evitar a recidiva do câncer de rim e, recentemente, encontrou-se excelentes resultados com a imunoterapia de Pembrolizumabe, que mostrou a redução de recidiva em populações de maiores riscos. Em casos de metástases, onde o tumor atinge estruturas como pulmão, linfonodos, ossos, fígado e o cérebro, o tratamento sistêmico é pensado.”

André Fay finalizou ressaltando que o tratamento combinado de imunoterapia e tratamento sistêmico tem apresentado fortes evidências de ganho de sobrevida e adiamento das recidivas, com altas taxas de respostas nos grupos acompanhados nos estudos clínicos. Esses novos passos em pesquisa e tratamento representam novos paradigmas no manejo do câncer de rim. 

Tratamentos disponíveis na ANS e no SUS
Helena Esteves, Coordenadora de Advocacy do Oncoguia

Helena explicou que os tipos de tratamento dependem a partir do tipo, local e estágio do tumor. Como tratamentos locais, temos: cirurgia, ablação por radiofrequência, crioterapia e radioterapia. Já os tratamentos sistêmicos são: quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia. 

Pela ANS, que gerencia as operadoras de planos de saúde, temos os seguintes medicamentos orais disponíveis: cabozantinibe, pazopanibe e malato de sunitinibe. Os planos também devem cobrir outros procedimentos como cirurgias, procedimentos hemoterápicos, radioterápicos e quimioterápicos em âmbito hospitalar. Os planos também são obrigados a cobrir terapias para manejo da dor e para efeitos colaterais.

Lembrando que o prazo máximo para liberação do tratamento é de 21 dias!

Nos SUS, as diretrizes recomendam a cirurgia para doença localizada. Para doença metastática, o Sistema disponibiliza as drogas sunitinibe, pazopanibe e sorafenibe em primeira linha; e cabozantinibe e nivolumabe em segunda linha. Opções como nefrectomia citorredutora, radioterapia externa, tratamentos ablativos e vigilância ativa também estão disponíveis para a doença metastática. 

O prazo máximo para início de tratamento é de 60 dias!

Helena apresentou também quais processos estão em discussão, como a atualização das Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas no SUS. Como novidade, ela trouxe o cadastro de especialistas em saúde na CONITEC.

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