OncoDebate: tudo sobre o câncer de ovário
No dia 18 de setembro, reunimos especialistas, pacientes e familiares para o “Onco Debate: Tudo sobre câncer de ovário”. O encontro on-line contou com mais de 200 inscritos. Confira como foi.
Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia
Luciana apresentou o Oncoguia, falou sobre alguns dos principais projetos da organização e seu impacto na vida do paciente oncológico. Ela ainda destacou dados do cenário do câncer de ovário no Brasil.
Luciana ressaltou que o Oncoguia é uma ferramenta educativa de apoio para levar informação de qualidade para o paciente por meio de seus canais como o portal, as mídias sociais, o guia informativo sobre câncer de ovário, dentre outros.
Por fim, a presidente do Oncoguia apresentou os objetivos globais da Coalização Mundial de Câncer de Ovário da qual a organização participa, que são: tornar o assunto uma prioridade global, criar estratégias para diagnósticos mais rápidos, melhorar as possibilidades de tratamento, reforçar a importância do histórico familiar, melhorar e proporcionar dados mais consistentes e fornecer informação e suporte para as pacientes.
- Diagnosticando corretamente um câncer de ovário: o papel do ginecologista
Agnaldo Lopes, presidente da FEBRASGO e professor titular de ginecologia da UFMG
O especialista destacou que um grande problema quando falamos em câncer de ovário é a inexistência de um método de rastreamento eficaz. Diferentemente de câncer de mama, que conta com a mamografia, ou do câncer do colo do útero, que tem o Papanicolaou, para ovário não existe um exame ou procedimento, por isso, mais de 70% dos casos costumam ser diagnosticados tardiamente. Assim, Agnaldo ressalta a importância de especialistas em ginecologia estarem atentos às queixas das mulheres durante a prática clínica e estimular que elas conheçam seus históricos familiares.
Ele ressaltou ainda que entre os papéis do ginecologista, estão: indicação cirúrgica, preparo pré-operatório, cuidados pós-operatório, checar o resultado anatomopatológico, solicitar exames complementares, indicar tratamentos adjuvantes, indicar aconselhamento genético, fazer o seguimento após o tratamento, dentre outros.
Agnaldo também alertou para a importância do ultrassom transvaginal, hoje, o principal exame para a identificação do tumor de ovário. Outros exames como tomografia e ressonância são complementares. Ele também falou sobre a realização de marcadores tumorais e qual o papel desses exames no diagnóstico.
Henrique Mantoan, Cirurgião Oncológico do Hospital A.C Camargo Center e Mestre em Oncologia pela Fundação Antônio Prudente
Henrique começou destacando que a realização de um diagnóstico adequado possibilita a chance de oferecer às mulheres com câncer de ovário o melhor tratamento para cada caso.
Segundo Henrique, o cirurgião oncológico tem, entre suas funções confirmar o diagnóstico, realizar o estadiamento da doença e tratar o câncer.
Para o diagnóstico, Henrique ressaltou que praticamente toda paciente com câncer de ovário passa por procedimento cirúrgico, que é quando é realizada a biópsia que confirma as características do tumor. Ele destacou a laparoscopia como o procedimento mais adequado que já realiza o diagnóstico e o estadiamento do câncer.
Por fim, ele explicou que com base nesses resultados (biópsia e estadiamento), o cirurgião faz o aconselhamento do melhor tratamento.
Solange Sanches, Oncologista do A.C Camargo Cancer Center e membro do comitê científico do Instituto Oncoguia
Solange abordou todos os possíveis tipos de tratamento para o câncer de ovário e explicou sobre o momento em que cada tratamento pode ser realizado e quem pode passar por qual tipo com base nas particularidades de cada caso.
A especialista também destacou a importância das mulheres realizarem testes genéticos para o conhecimento da possível presença de mutações genéticas, que interferem muito na probabilidade de uma mulher vir a ter câncer de ovário e que também impactam no tipo de tratamento que pode ser oferecido para a paciente. Dentre as principais mutações, Solange destacou a importância das mulheres conhecerem seus status de BRCA1 e BRCA2.
Além disso, Solange destacou ainda a importância do cuidado de outras questões que fazem parte do papel do oncologista, como estar atento às questões emocionais e sexuais da paciente.
Fernanda Cristina Marin, Enfermeira especialista em oncologia e líder no Centro de Oncologia do Hospital BP Mirante
Fernanda falou sobre o papel do enfermeiro e destacou o empoderamento dos pacientes. Segundo ela, o enfermeiro oncológico orienta os pacientes e estimula-os a tirarem suas dúvidas. Ela ressaltou a importância dos pacientes questionarem, pedirem ajuda, relatarem o que têm sentido para que os enfermeiros possam auxiliá-los e ajudá-los a ganhar ainda mais qualidade de vida durante o tratamento do câncer.
A especialista destacou, em sua apresentação, os efeitos colaterais mais comuns durante o tratamento oncológico, dando dicas e sugestões do manejo de cada um, e também falou sobre os efeitos por tipo de tratamento.
Anne Carrari, paciente com câncer de ovário metastático e voluntária Oncoguia
Anne é paciente de câncer de ovário metastático e voluntária do grupo Causadores Oncoguia. Em sua fala, ela contou como foi a descoberta do diagnóstico, os desafios que encarou até descobrir que realmente estava com câncer, falou sobre os sintomas que apresentou e como precisou insistir para que fizessem uma busca correta pelo que ela tinha.
Ela contou ainda sobre os tratamentos realizados, como foi sua busca por informação de qualidade, seu caminho até se tornar uma influenciadora sobre o câncer de ovário e uma voluntária pela causa, além de contar como é seu dia a dia na busca por qualidade de vida.
- Conversando com especialistas: um espaço para dúvidas e comentários
Ao final do evento, todos os palestrantes se reuniram para tirar dúvidas dos participantes.