Oncoguia convoca as mulheres para que coloquem seus exames em dia 

Setembro é o mês de conscientização dos cânceres ginecológicos. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados mais de 16 mil  novos casos de câncer de colo do útero no Brasil, com um risco estimado de cerca de 15 casos a cada 100 mil mulheres.

O Oncoguia, organização sem fins lucrativos (ONG) de apoio, informação e defesa de direitos, alerta para a importância do diagnóstico e do tratamento precoce das lesões pré-cancerígenas, bem como da prevenção desta doença, que está posicionada como a terceira neoplasia maligna entre as mulheres.  Além do câncer de colo de útero, existem outros tipos de câncer ginecológicos entre eles o de ovário, endométrio, vulva e vagina, sendo os dois últimos mais raros. 

Olhar para os fatores de riscos e sintomas, além de incentivar os cuidados constantes com a saúde também estão entre os objetivos desta data, que ganha ainda mais importância diante dos dados obtidos pelo Radar do Câncer - Impacto da COVID-19 no tratamento de câncer, projeto idealizado e criado pelo Oncoguia para organizar diversas fontes públicas de maneira mais simples e prática.  Os números apontam que entre março e dezembro de 2020, comparado com o mesmo período de 2019, houve uma queda de cerca de 50% no número de exames citopatológicos (Papanicolaou), tanto com a finalidade de rastreamento, como de diagnóstico, no SUS (Sistema Único de Saúde). 

Esses números são preocupantes, considerando que a melhor forma de obter-se o diagnóstico precoce do câncer de colo do útero é por meio deste exame, que coleta células do colo do útero para determinar a presença de câncer e pré-câncer. Essas mesmas células podem ser utilizadas para fazer o teste para HPV, que tem sido usado em alguns países em combinação ao Papanicolaou com bastante êxito e está sendo pesquisado no Brasil pelo Instituto do HPV. 

Inclusive, a OMS (Organização Mundial da Saúde), em suas mais recentes  diretrizes de combate à doença, apontou o teste de HPV baseado em DNA (teste de HPV-DNA) como o método preferido, em vez de inspeção visual com ácido acético (VIA) ou citologia (Papanicolau), atualmente os métodos mais comumente usados mundialmente para detectar lesões pré-cancerosas. 

O teste de HPV-DNA detecta cepas de alto risco que causam quase todos os cânceres do colo do útero. Ao contrário dos testes que dependem de inspeção visual, essa ferramenta é um diagnóstico objetivo, não deixando espaço para dúvidas no processo de interpretação dos resultados.

No que diz respeito a prevenção, o SUS oferece a vacina contra o  HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) para meninas (9 a 14 anos) e meninos (11 a 14) anos, além de mulheres imunossuprimidas (com sistema imunológico fragilizado), com idade entre 9 e 45 anos e homens imunossuprimidos, de 9 a 26 anos. A vacina protege contra infecção por alguns subtipos de HPV mais comumente ligados ao câncer, bem como alguns tipos que podem causar verrugas anal e genitais. 
Importância de estar atento aos sintomas e procurar logo um médico 

A prevenção, visitas periódicas ao ginecologista e exames regulares são importantes. Mas, a mulher também precisa estar atenta a sintomas como: sangramento vaginal anormal ou menstrual mais prolongado que o habitual; secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue; após a menopausa ou em seguida à relação sexual; dores durante a relação sexual ou na região pélvica.

Os tratamentos serão definidos conforme a localização, tipo do câncer e extensão da doença, podendo ser locais (cirurgia e radioterapia) ou sistêmicos (quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia). Algumas vezes, eles são realizados isoladamente ou em combinação. 

“Infelizmente o câncer de colo de útero ainda é muito estigmatizado por conta da ligação ao HPV, o que torna o enfrentamento da doença ainda mais difícil para a paciente. Diante do diagnóstico muitas dúvidas surgem, além de sentimentos ligados ao medo do sofrimento e da morte. Nesse momento, é muito importante que a mulher possa contar com informações de qualidade que ajudem a esclarecer essas dúvidas e também com apoio e acolhimento. O desconhecido assusta, mas quando a paciente se fortalece e percebe que ela não está sozinha, certamente  estará mais preparada para lidar com todas as fases da doença, sempre conhecendo o próximo passo”, ressalta Luciana Holtz, presidente do Oncoguia.

Orientações para as mulheres sobre os cânceres ginecológicos 

  • Realizar o papanicolau segundo a recomendação médica. 
  • Ir ao ginecologista todo ano. 
  • Vacinar seus filhos!
  • Surgiu algum sinal ou sintoma novo que não desaparece em até 15 dias, vá ao médico e não descanse até que você saiba o que está acontecendo.
  • O câncer de ovário é silencioso, não é detectado no papanicolau e tem sinais inespecíficos, mas fique de olho com dor abdominal difusa, constipação, aumento do abdome e desconforto digestivo e vá ao médico.
  • Receber um diagnóstico de um câncer não é fácil, mas procure se informar e garantir que tudo aconteça de forma ágil e sem atrasos. 
  • Diante de dúvidas e ou problemas, o canal Oncoguia 0800 773 1666 está à disposição. 

Aqui mais dados sobre os cânceres ginecológicos:

O câncer de ovário é considerado o mais difícil de ser diagnosticado, visto que a maioria dos tumores malignos de ovário só se manifesta em estágio avançado. São mais de 250 mil mulheres diagnosticadas em todo o mundo. Ele pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente mulheres acima de 40 anos. Trata-se de tumores de crescimento lento com sintomas que levam algum tempo para se manifestarem e que não são detectados pelo Papanicolaou. 

O câncer do endométrio afeta principalmente mulheres na pós-menopausa. A média de idade das mulheres diagnosticadas com este tipo de câncer é de 60 anos e ele é raro em mulheres com idade inferior a 45 anos. O INCA estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 6.540 novos casos de câncer do corpo do útero. 

O câncer de vagina é raro. Cerca de 1 em cada 1.100 mulheres desenvolverão a doença em sua vida. No Brasil, o INCA não dispõe de estimativas para o câncer de vagina.

O câncer de vulva afeta as margens interiores dos lábios maiores ou dos lábios menores. Porém, o câncer também pode acometer o clitóris ou as glândulas de Bartholin com menos frequência. O câncer de vulva representa cerca de 4% dos cânceres dos órgãos reprodutores femininos e 0,6% de todos os cânceres em mulheres nos Estados Unidos, onde as mulheres têm uma em 333 chances de desenvolver o câncer de vulva em algum momento durante a sua vida. No Brasil, o INCA não dispõe de estimativas para o câncer de vulva.

Sobre o Oncoguia

O Oncoguia é uma ONG que apoia, informa e defende os direitos dos pacientes com câncer, com o propósito de fortalecer, encorajar e guiar todas as pessoas que convivem com a doença para que passem por esse desafio da melhor forma possível. 

Atendimento Oncoguia (nacional e gratuito): 0800 773 1666.
Saiba mais: www.oncoguia.org.br

Informações para imprensa
Deborah Rezende
[email protected] 
Tel. (11) 97020.6159
 

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