Oncoguia pede programa de rastreamento de colorretal no SUS

Em março de 2023, o Oncoguia submeteu dossiê na Conitec que pediu a incorporação do exame que possibilita que a colonoscopia de rastreamento seja solicitada, ou quem sabe, que seja criado o Programa de Rastreamento do Câncer Colorretal.

O câncer colorretal é o segundo tipo de câncer mais incidente em homens e mulheres, com estimativa de 40.990 novos casos por ano. Ele é tratável e, na maioria dos casos, curável, se diagnosticado precocemente. Apesar disso, até hoje não temos um programa de rastreamento estruturado no SUS.

Já sabemos da importância do diagnóstico precoce, e cada vez mais temos evidências de que programas de rastreamento, com a estratégia certa para a população certa, podem ajudar e muito a prevenir e/ou antecipar a descoberta de um câncer. É o que temos visto para o câncer colorretal!

O dossiê apresentado mostra o impacto positivo da ampliação de uso da pesquisa de sangue oculto nas fezes para que possa ser usada no rastreamento do Câncer Colorretal.

O dossiê foi arquivado na Conitec com o entendimento de que os exames necessários para o rastreamento já estão disponíveis no sistema de saúde. Assim, cabe agora às demais áreas do Ministério da Saúde estruturar um programa para que esse rastreamento seja realizado de forma coordenada no SUS. A ação suscitou então que o Ministério da Saúde criasse um grupo de trabalho para fortalecer a prevenção, a detecção precoce e o tratamento do câncer de cólon e reto no âmbito do SUS, o qual discutirá o tema com representantes da pasta e do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Seguiremos acompanhando o trabalho do grupo para garantir que o SUS tenha de fato programa de rastreamento do câncer colorretal. 

Sobre o rastreamento e o dossiê do Oncoguia

Programas de rastreamento de câncer colorretal (CCR) já são utilizados mundialmente para garantir o diagnóstico precoce e, consequentemente, diminuir o impacto em morbidade e mortalidade causado por este tipo de câncer. Entretanto, o Brasil ainda não dispõe de um programa nacional de rastreamento.

A pesquisa de sangue oculto nas fezes (do inglês, fecal occult blood test - FOBT) é um teste simples e já disponível no SUS, porém sem a indicação de uso para o rastreamento de CCR. Assim, avaliamos a inclusão da indicação do exame para rastreamento de CCR em pacientes a partir de 45 anos, com cenários projetados para a realização do exame a cada 2 ou 5 anos. Para o exame, foram avaliadas as duas técnicas disponíveis: teste imunoquímico fecal (do inglês, fecal immunochemical test – TIF) e baseada em guáiaco (do inglês, guaiac fecal occult blood test – TSOFg). 

Foi feito um overview de revisões sistemáticas com e sem meta-análises, os quais avaliaram o rastreamento de CCR através de FOBT em indivíduos com idade maior ou igual a 45 anos. As evidências científicas identificadas sugerem que o rastreamento com FOBT diminui o risco de mortalidade por CCR, especialmente na comparação com a ausência de rastreamento. O rastreamento com FOBT sugere reduzir ou manter o número de novos casos de CCR. Além disso, os desfechos relacionados à segurança indicaram que FOBT está associado a um bom perfil de tolerabilidade e a poucas complicações.

Conteúdo produzido pela equipe do Instituto Oncoguia.